Crítica do filme A Culpa é das Estrelas

O amor pode remediar tudo

por
Ana Luíza Rodrigues

28 de Maio de 2014
Fonte da imagem: Divulgação/20th Century Studios
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 5 min

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"A Culpa é das Estrelas" conta a história de Hazel (Shailene Woodley), uma garota de 17 anos com câncer terminal e seu novo amigo, Augustus (Ansel Elgort), do grupo de apoio à jovens com a doença. O filme é uma adaptação baseada no livro homônimo (já bem conhecido) de John Green, que eu particularmente não li... Logo, a opinião é baseada estritamente no filme.

Hazel foi salva por uma droga em estágio experimental quando mais nova, depois de passar por vários procedimentos para o câncer de tireoide descoberto aos 13 anos. Apesar de ter algumas sequelas pulmonares que a obrigam a andar com um cilindro de oxigênio o tempo inteiro, a garota leva a vida da forma mais normal possível.

Com o decorrer dos anos, Hazel se tornou uma pessoa pragmática, fria e até mesmo cínica às vezes. Ela tem plena consciência do pouco tempo que tem de vida, mas não se importa muito com isso. Sua preocupação é apenas sobre as pessoas que vai deixar para trás. Sua atitude perante a doença faz seus pais acreditarem que Hazel está com depressão, fazendo com que ela compareça as reuniões sempre recomendadas pelos médicos.

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Tentar se afastar de mim não vai diminuir o que sinto por você

Augustus é um "sobrevivente". Depois de mais de um ano livre do câncer que o fez precisar amputar parte de sua perna, o ex-atleta tem uma atitude totalmente positiva, sempre fazendo brincadeiras e apoiando as pessoas. É numa dessas que ele comparece a uma reunião do grupo de apoio junto de Isaac (Nat Wolff), um amigo que ainda luta contra a doença, e cruza com Hazel. Os dois se encaram o tempo todo, até que na saída o garoto vai intimar Hazel para assistir a um filme e dai começa a relação que é o foco do filme.

Os dois se aproximam cada vez mais, mudando aos poucos a percepção de cada um sobre o sofrimento, a dor e até mesmo sobre a morte. Diferente do que costuma acontecer, o romance entre os dois acontece de forma bem lenta enquanto os dois vão se conhecendo e criando uma base para que isso acontecesse. Hazel tem uma grande resistência a se aproximar das pessoas, pensando no sofrimento delas quando ela finalmente se for. Mas Augustus aos pouco quebra as resistências da garota e os dois se entregam ao que sentem.

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Woodley e Elgort tem performances interessantes. Os dois já contracenaram antes no filme Divergente, onde eram irmãos. Agora, pouco tempo depois, são dois pombinhos apaixonados unidos pela desgraça. Woodley é uma jovem atriz que se destaca sendo capaz de convencer e conquistar o público, além de dar profundidade ao personagem.

Elgort pode ser um pouco irritante, sempre confiante e com um sorriso gigante no rosto que assusta um pouco, mas que dá margem para os personagens se desenvolverem e para as mudanças de Hazel. Já quando as cenas mais tocantes acontecem, Elgort também se dá bem e faz a gente sofrer um pouco junto.

Em segundo plano temos os pais de Hazel. O senhor e a senhora Lancaster (Sam Trammel e Laura Dern) são... Ok. (Ok? Ok. Ok.) Laura Dern parece meio confusa. Em certos momentos era possível entender a mãe desesperada por realizar cada desejo de Hazel, mas em outros simplesmente não dava pra entender o que ela queria com aquele sorriso no rosto.

Já Sam Trammel tem uma atitude menos caricata e mesmo assim você acredita no medo do pai em perder a filha. Também há a participação de Willem DaFoe como o escritor preferido de Hazel. Apesar de não aparecer muito, é excepcional em suas cenas.

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Ainda que seja apenas um drama com pitadas de romance, o filme tenta mostrar tudo de forma "jovem e descolada". As mensagens de texto trocadas entre Hazel e Augustus são mostradas em forma de caixa de texto estilosinha na tela, assim como os emails.

Os planos e movimentos de câmera tentam ser o mais dinâmico possível, destaque para o desempenho do pessoal de direção de fotografia que faz um excelente trabalho com os ambientes e a iluminação em certas cenas. A trilha sonora foi igualmente bem pensada, sem apelar para músicas pops e encaixando e conduzindo as cenas de forma adequada, principalmente nas cenas sem diálogos.

O filme é triste. Tem seus momentos de gracinhas, mas é sofrido, chegando a cansar um pouco em certos momentos.  Pelo tema, não tem como ser super light, principalmente porque ele é sincero (apesar de ter paciente de câncer terminal corado e bonito que aguenta certas manobras com um cilindro de oxigênio que não é nada leve).

Ele é sincero nos sentimentos e é pragmático, tal como a sua personagem principal. Ele faz rir, ele faz chorar (apesar de isso não ser novidade de alguém como eu, que se emociona com comercial de margarina) e é bem bonitinho.

"A Culpa é das Estrelas" tem estreia prevista para o dia 5 de junho.

Fonte das imagens: Divulgação/20th Century Studios

A Culpa é das Estrelas

O amor pode ser o melhor remédio

Diretor: Josh Boone
Duração: 126 min
Estreia: 5 / Jun / 2014
Ana Luíza Rodrigues

Eu gosto de pipoca e assisto tudo, menos terrorsuspenseespíritosdemôniosmaionese.