Crítica do filme A Forca

Mais do mesmo em uma história besta

por
Fábio Jordan

27 de Julho de 2015
Fonte da imagem: Divulgação/
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 4 min

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Filmes do tipo “found footage” estão cada vez mais comuns. Para você que não conhece o termo em inglês, nós estamos falando daqueles títulos em que acompanhamos uma filmagem que foi encontrada “por acaso” e que geralmente mostra algum caso sobrenatural ou de ficção científica gravado em primeira pessoa.

Não é para menos que longas desse tipo apareçam aos montes, já que são produções de baixo orçamento (que custam na casa das dezenas de milhares de dólares) e que rendem muito (milhões de dólares) graças ao enorme público que busca novos sustos em materiais assustadores que foram filmados na “vida real”.

Essa modinha meio que começou lá na época da Bruxa de Blair, quando a galera se empolgou bastante com a ideia de conferir um terror que vinha de algo que aconteceu de verdade. Claro que nem tudo é bem assim, pois muitos desses filmes são montagens baseadas em um roteiro.

Bom, a novidade nesse gênero é o filme “A Forca”, que estreou recentemente nos cinemas brasileiros, prometendo muitos sustos com mais um caso de terror real. Inclusive, este foi o longa-metragem que propagou aquela brincadeira do “Charlie-charlie” na web, que não passava de uma campanha de marketing para o filme.

Para você que está com dúvida sobre a questão de inovação no roteiro ou na engenhosidade na hora de deixar a plateia de cabelos em pé, já posso adiantar que “A Forca” não passa de uma obra meia-boca que apenas copiou várias ideias de outros títulos e aplicou tudo em um roteiro bem fraco. Agora, vamos discutir porque o filme foi um fracasso.

Um tanto óbvio

O roteiro d'A Forca nos leva a conferir o terrível caso de uma encenação num colégio que acabou em tragédia. Durante a apresentação da peça “The Gallows” (daí o nome do filme), o aluno Charlie Grimille acabou sendo enforcado de verdade.

Vinte anos após o fatídico acidente, os alunos têm uma ideia brilhante e decidem encenar o espetáculo novamente, em uma tentativa infeliz de honrar o aniversário da tragédia. E aí é que, como dizem, a brincadeira acabou em choro.

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Quando dois rapazes e uma mocinha resolvem zoar o cenário e atrapalhar a apresentação por um motivo realmente besta, eles acabam se cagando de medo quando barulhos estranhos e coisas bizarras acontecem no teatro. Uma das situações esquisitas é a presença de uma das atrizes da peça, que aparece ali sem nenhum motivo e todo mundo acha normal.

As cagadas na história aumentam progressivamente, culminando num fim bem manjado. Algumas coisas ficam sem explicações, fora que o público tem que achar normal um cara gravar tudo isso sem motivo algum. No fim das contas, a coisa fica ainda pior se pensarmos que de alguma forma alguém encontrou as filmagens e fez uma montagem. Mas ok, não vamos entrar nesse mérito.

Sem novidades

Com uma história simples, atores bem ruins, apenas um cenário e um monte de ideias de simples execução, a produção acabou ficando muito barata. Apesar disso, os efeitos até que convencem legal. Acontece que mesmo com computadores de última geração e ideias brilhantes, o pessoal por trás desse filme não conseguiu inovar no gênero.

Tudo que vemos em “A Forca” é o aproveitamento de velhas ideias para chocar a plateia com efeitos sonoros em alto volume. Em várias cenas, a câmera fica posicionada de forma estratégica e parada, para que algo muito terrível aconteça em um momento inesperado. Só que o público já manja disso e acaba levando susto só por conta dos barulhos.

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O mesmo vale para o estilo de filmagem tremido e um tanto confuso, que visa deixar o espectador perdido e dar aquele sustinho quando do nada alguma coisa salta na frente da câmera. A ausência de trilha sonora também ajuda nesse sentido, mas ainda não dá pra dizer que é um filme bom de terror.

Infelizmente, a história de “A Forca” é apenas uma correria sem fim no teatro, com poucas cenas de terror e atuações bem fracas. Não vemos nada de extraordinário que justifique a ida ao cinema. Ah, e a ideia de fingir que tudo foi baseado em fatos também é bem idiota, nem precisa colocar a “homenagem” ao Charlie no fim da projeção, porque todo mundo sabe que é uma montagem bem ruim.

Fonte das imagens: Divulgação/

A Forca

Confira o trailer deste filme dirigido por Travis Cluff, Chris Lofing

Diretor: Travis Cluff, Chris Lofing
Estreia: 20 / Ago / 2015