Crítica do filme Águas Rasas

Tensão constante e um tubarão psicopata

por
Thiago Moura

10 de Agosto de 2016
Fonte da imagem: Divulgação/Sony Pictures
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 4 min

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Filmes sobre tubarões assassinos não são novidade a um bom tempo, mas é notável o fascínio que essas criaturas despertam nas pessoas. “Águas Rasas” entrega exatamente o prometido e esperado: Blake Lively, de biquíni, lutando para sobreviver contra um tubarão psicopata. Não é uma história complexa ou com grandes surpresas, então se essa é sua expectativa, com certeza esse filme não vai te agradar.

Mas se você está nessa onda ainda e tem uma hora e meia sobrando, “Águas Rasas” possui alguns elementos interessantes que podem compensar seu amor por dentes e sangue no mar.

Nancy (Blake Lively) está em busca da mesma aventura que sua mãe viveu nos anos 90, uma praia secreta e paradisíaca no México. O nome da praia nunca é mencionado, mesmo quando ela insiste e pergunta para mais de um dos moradores locais. Seu objetivo é aproveitar a vida, pois precisa superar a morte de sua mãe que faleceu após muita luta e sofrimento por conta de um câncer. Nancy cursava uma faculdade de Medicina, que vai se provar bem útil durante o filme, mas acaba perdendo a vontade de salvar vidas após a tragédia que envolveu sua família.

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A primeira parte do filme é onde conhecemos a personagem para criarmos uma simpatia e torcer para que sobreviva, como esperado. Então após diversas advertências dos moradores locais, a gringa está surfando sozinha, e tudo está lindo e perfeito como ela queria.

Isso até o momento em que se depara com uma carcaça de baleia, além do nosso esperado amigo tubarão. Ela acaba sofrendo uma mordida na perna, mas consegue escapar até uma pedra próxima, a apenas 200 metros da praia. Mas devido ao ferimento, a presença do tubarão e a mudança de maré, Nancy se vê encurralada e sozinha.

Ou melhor, não tão sozinha assim. Uma das surpresas do filme é uma gaivota com um ferimento na asa, que compartilha a situação da nossa protagonista. O diretor Jaume Collet-Serra, que dirigiu anteriormente “Sem Escalas” e “A Orfã”, fez questão de construir o tubarão em detalhes, cada cicatriz e detalhe foram pensados e tem uma história, nada que seja muito relevante para o filme, mas é interessante perceber o cuidado na criação da criatura.

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Mas a respeito da gaivota, Collet-Serra achou inaceitável usar um boneco ou computação gráfica, apesar de todos os avisos sobre a impossibilidade de treinar esse tipo de ave para um filme. A surpresa é que a gaivota se mostra excelente atuando.

Ao chegar na pedra pra se refugiar, Nancy se depara com Steven Seagull (Seagull é gaivota em inglês, Steven Seagal, o ator, sacou?), batizado pela própria Blake Lively. A legenda tentou adaptar o nome para “Capelo Gaivota”,  famoso romance de Richard Bach, publicado em 1970, meio sem graça.

O filme gira em torno desses três personagens, e a relação entre Nancy e Steven acaba sendo mais interessante do que se ela vai sobreviver ou não. É claro que é absurdo a forma como ela consegue conter a ferida utilizando materiais improvisados, mas tudo isso foi pensado para a história andar. Mas admito que a conclusão do filme me deixou um pouco decepcionado.

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Sem dúvida a parte técnica é a mais desafiadora nesse estilo de filmes, e nesse quesito não há reclamações. Todas as cenas de surfe são lindas, as paisagens são espetaculares e o tratamento de cor merece um destaque, pois está impecável. As cenas submersas são incríveis, mesmo quando as águas-vivas são visivelmente falsas, os efeitos visuais compensam.

Enfim, a ideia do filme te obriga a torcer para Nancy sobreviver, apesar de toda a situação ser bem boba. O tubarão simplesmente não aceita que ela esteja viva, mesmo depois de se alimentar de diversas outras formas. Mas como já foi dito, não é um filme profundo (piada não intencional).

A construção das cenas foi pensada para não te deixar o tédio prevalecer em nenhum momento, e o único aviso importante é que esse não é um filme thrash, no sentido que muitos podem esperar ver tripas e pessoas desmembradas, mas esse é mais um filme de superação do que uma demonstração visual. Então se você viu o trailer e se interessou, pode esperar exatamente o que está ali.

Fonte das imagens: Divulgação/Sony Pictures

Águas Rasas

Confira o trailer deste filme dirigido por Jaume Collet-Serra

Diretor: Jaume Collet-Serra
Duração: 1h 26min
Estreia: 25 / Aug / 2016
Thiago Moura

Curto as parada massa.