Crítica do filme Conan – O Bárbaro
Potencial disperdiçado em um filme fraco
O novo filme do Conan começa com o Bárbaro (Jason Momoa) ainda criança, fase em que ele presencia a morte do pai e de seu povo. O garoto então cresce e deseja vingança, iniciando uma caçada pelo vilão Khalar Zim (Stephen Lang), um inimigo temido por todos, que deseja remontar uma máscara para trazer sua esposa de volta e dominar o mundo como um deus – poderes que, segundo a lenda, seriam concedidos pela máscara.
Ocorre que o longa começa a pecar poucos minutos após o início. Cenas que mostram o herói ainda criança exageram muito nas piruetas para demonstrar o quão bom é o personagem – cenas que serão repetidas ao longo da película. Não que isso não deva ser mostrado, todavia, existem maneiras diferentes e mais interessantes de abordar a ousadia do rapaz.
Logo, vemos Conan na fase adulta, falando bastante (coisa que não era vista no filme antigo). Também nos deparamos com o lado simpático do personagem, em que ele cria amizades e se relaciona bem com muitas pessoas. Tais pontos, juntos com mais alguns poucos que citaremos depois, podem ser considerados como aspectos positivos do filme.
Depois disso, o filme começa a trazer uma sequência de decepções. Com uma enormidade de cenas previsíveis (do tipo “tá na cara que a mocinha vai ser capturada”), o longa acaba entediando os espectadores. O problema, contudo, começa quando chegam os momentos de ação, em que vemos nada mais do que sequencias muito comuns em video games – o que seria ótimo se estivéssemos falando de um jogo.
Para acompanhar toda a testosterona de Conan, o diretor, Marcus Nispel, exagerou no sangue, nas cabeças cortadas, nos efeitos especiais e nas tentativas malsucedidas de batalhas impressionantes. Infelizmente, tais recursos são tão forçados, que nos levam a crer que Nispel quis apenas transpor o personagem para o padrão atual de Hollywood – ou seja, quis estragar o que poderia ser muito bom.
Não vou me ater a detalhes, mas quando você ver a batalha dos homens de areia vai ter uma ideia clara do que quero dizer. Finalizando a lista de defeitos, devo criticar a conversão razoável para o 3D (notada em poucos elementos e capaz de causar dor de cabeça) e a trilha sonora que não consegue se destacar – criada por Tyler Bates, artista que já fez grandes trabalhos, mas que decepcionou com músicas bem sonsas em Conan – O Bárbaro.
Apesar de tantos pontos negativos, algumas coisas se salvam. É o caso da atuação de Jason Momoa, que conseguiu sustentar o personagem de maneira aceitável – ainda que eu prefira o estilo que o ator faz em Game of Thrones –, da introdução do filme, de alguns cenários e das cenas de nudez.
Enfim, apesar dos tantos poréns, Conan – O Bárbaro é um filme executado de forma razoável, que pode servir como uma introdução do personagem à juventude atual. Particularmente, o longa não me agradou como eu esperava, o que me força a recomendá-lo apenas para pessoas que realmente gostam do personagem (e queiram tirar dúvidas) e para espectadores que não conhecem o Bárbaro. No geral, o potencial foi disperdiçado.
A espada selvagem de Conan