Crítica do filme Golpe Duplo

Aí, meu Deus, como é bom ser vida Loka!

por
Fábio Jordan

01 de Abril de 2015
Fonte da imagem: Divulgação/
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 4 min

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Em meio a onda de filmes vindos diretos do Oscar e de alguns que vão concorrer ao Framboesa de Ouro, surge um longa-metragem inusitado que promete ação, comédia, drama e boas doses de surpresa.

Golpe Duplo” é dirigido e roteirizado por Glenn Ficarra e John Requa, a dupla que esteve por trás de alguns filmes bem infantis incluindo “Como Cães e Gatos”, mas que também se destaca por “O Golpista do Ano” — e esta última obra é um prato cheio para ter noção de que eles sabem o que fazem.

Se você não leu a sinopse, basta saber que Will Smith interpreta Nicky, um experiente mestre trapaceiro que se envolve com a novata Jess (Margot Robbie). Ele ensina a ela os truques do negócio, mas logo termina a relação sem qualquer motivo.

Três anos mais tarde, Jess aparece em Buenos Aires no meio das altas apostas de um circuito de corrida de carros. Durante o esquema mais recente e perigoso de Nicky, um negócio milionário com Garriga (Rodrigo Santoro), ela acaba fazendo uma reviravolta nos planos do golpista.

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Só de pensar em toda a trapaça, confusão e roubos insanos desse tipo de filme já temos um prato cheio, mas só ter esses ingredientes nem sempre é garantida de sucesso. Felizmente, “Golpe Duplo” tem muitas cartas na manga e consegue divertir sem ser tão clichê.

Situações insanas com muita ostentação

Esse negócio de furto é algo muito perspicaz, ainda mais quando se trata de uma ação na frente dos seus olhos. Na vida real, é uma coisa que dá raiva — já que geralmente nós somos as vítimas —, mas nos filmes a gente torce para os bandidos roubarem tudo e abusarem dos “pobres” inocentes que geralmente são endinheirados.

O jogo de câmeras aqui é muito apropriado, dando ênfase a vários truques que os malandros usam para conseguir se dar bem no meio da multidão. Uma verdadeira gangue é capaz de aplicar golpes incrivelmente bem elaborados, que podem significar prejuízos astronômicos. Mesmo sendo apenas um filme, não é de se duvidar que alguns gênios do crime usem essas táticas na vida real.

Quanto à trama de “Golpe Duplo”, dá pra dizer que ela tem algumas coisas muito bem boladas que garantem ineditismo, ainda que seja possível prever algumas coisas que vão acontecer, mesmo que o filme tente ser um malandro e abusar de mentiras.

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No geral, eu gostei muito do que vi, mas vamos esclarecer que eu gosto do Will Smith. Ele já teve altos e baixos, mas acho que dessa vez o ator acertou. Nada de excessos, nem de dramalhões. A atuação de Smith está convincente e moderada, garantindo simpatia com o personagem e um bom resultado ao projeto que sempre foca nas ações do protagonista.

Mas é claro que o bom resultado aqui não é só de responsabilidade de Smith. Depois de tirar suspiros em “O Lobo de Wall Street”, a linda-charmosa-maravilhosa Margot Robbie consegue roubar a cena (em todos os sentidos da expressão) em “Golpe Duplo”. O que Will Smith não faz para dar aquela pitada emocional, ela consegue fazer sem dificuldades.

Adrian Martinez e BD Wong também são nomes que ajudam muito no elenco, acrescentando um pouco de humor e deixando a coisa mais descontraída. Nosso amigo Rodrigo Santoro também não é de se jogar fora, dando todo seu inglês fluente e uma atuação competente para deixar o filme ainda mais interessante.

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Trilha sonora, cenas de ação e algumas reviravoltas são alguns dos elementos que ajudam a enturmar essa galera e deixar o ritmo do filme bem empolgante. Se tem defeitos? Bom, eu costumo procurar defeito em tudo. Então, sim, tem defeitos. Em mais de uma situação, dá pra perceber problemas de sincronia entre fala e imagem. Atrapalha? Não, mas talvez você acabe notando.

Enfim, "Golpe Duplo" não é o filme do ano, tampouco o mais genial do gênero, mas é um título que entretém sem menosprezar a inteligência do público. O filme tem lá suas ressalvas, só que ele tem muita elegância e boas sacadas. Se puder, veja no cinema!

Fonte das imagens: Divulgação/

Golpe Duplo

Nunca acredite em um ladrão

Diretor: Glenn Ficarra, John Requa
Duração: 104 min
Estreia: 12 / Mar / 2015