Crítica do filme Pai em Dose Dupla
Will Ferrell sendo ele mesmo
Todo mundo adora uma boa comédia de vez em quando, mas o gênero comédia é um dos mais amplos. A graça do filme acaba sendo a partir das referências em gostos de cada um, então é importante ver se o humor do filme combina com o seu. Confesso que Will Ferrell é um cara que eu não vejo a menor graça, acho seu estilo exagerado e forçado demais. Isso posto, admito que “Pai em Dose Dupla” é um filme bem divertido, mesmo pra alguém chato como eu.
Will Ferrell faz parceria com Mark Wahlberg, que aparenta ter uma personalidade totalmente oposta e por isso mesmo acabam criando uma dupla bem engraçada.
Como o título sugere, “Pai em Dose Dupla” é sobre família e paternidade. Ferrell interpreta o padrasto Brad Whitaker, que sonhou em ser pai a vida toda mas teve o sonho interrompido devido a um infeliz acidente envolvendo suas bolas. Ele se considera um cara de sorte ao conseguir se casar com a bela Sara (Linda Cardellini), que tem dois filhos resultados de seu casamento anterior.
Brad tenta ser o pai perfeito, sempre disponível e fazendo de tudo para agradar seus enteados. Mas as crianças não aceitam Brad como pai, e isso fica claro desde os primeiros momentos do filme, e essa relação é um dos principais combustíveis para as piadas. Após algumas tentativas mal sucedidas, Brad consegue se aproximar e conquistar a confiança das crianças, mas essa pequena vitória é abalada com o telefonema do pai biológico avisando que vai passar um tempo na cidade e gostaria de encontrar seus filhos.
Dusty Mayron (Mark Wahlberg) é tudo que Brad não é. Ele é bonito, anda de moto, faz exercícios regularmente e consegue fazer amizades em poucos minutos de conversa, além de conhecer muita gente influente devido seu passado que nunca fica totalmente claro, mas que não faz muita diferença. Ele é bem mais cativante que Brad, e obviamente as crianças adoram ele por tudo isso.
Querendo provar que é uma boa pessoa, ou talvez por pura ingenuidade e medo, Brad convida Dusty pra ficar em sua casa com a família enquanto estiver na cidade. Eles então começam uma competição pelo afeto e admiração das crianças, e apesar de toda a situação eles acabam sendo bem amistosos. Toda a trama se desenvolve a partir daí, e as diversas situações absurdas divertem bastante.
Vale destacar a presença de dois personagens, o patrão de Brad, Leo Holt (Thomas Haden Church), que sempre quer ajudar contando uma história pessoal que não tem relação nenhuma com o assunto, e Griff (Hannibal Buress) que não faz sentido nenhum dentro da história e por isso mesmo é hilário.
O roteiro não é o mais genial do mundo, é até previsível demais. E apostando nisso, muitas das piadas são meros enquadramentos de câmera que surpreendem, e isso é uma sacada manjada mas ainda assim boa. E apesar do tema familiar, talvez não seja um filme tão indicado para crianças, pois é reacheado de violência e piadas de cunho sexual. Nada muito explícito, mas é bom deixar o aviso, apesar de que no Brasil classificação indicativa não serve pra muita coisa.
“Pai em Dose Dupla” cumpre bem o papel a que se propõe, e com certeza vai agradar a todos os fãs de Will Ferrell, ou até mesmo quem só quer descontrair assistindo um filme qualquer.
Cada um tem a família que merece