Crítica do filme Virei um Gato
House of Cats
Em 30 anos de carreira, Kevin Spacey já foi de tudo um pouco. Do bandido Verbal, em “Os Suspeitos”, ao ambiciosíssimo Frank Underwood, em House of Cards, passando pelo pai suburbano frustrado Lester Burnham, em Beleza Americana, esse grande ator já teve oportunidade de representar quase todo o tipo de pessoa. Então, por que continuar dando vida a humanos?
Deve ter sido esse o raciocínio seguido por Spacey ao assinar o contrato para o papel do excêntrico milionário Tom Brand na comédia “Virei um Gato”.
No filme, que é a verdadeira definição de “comédia sessão da tarde”, o empresário é uma daquelas pessoas extremamente ocupadas com o trabalho e obcecada com os objetivos profissionais, que não consegue tirar tempo nem para comprar o presente de aniversário da filha.
Depois de muita enrolação e propostas de alternativas, ele decide comprar o que a menina realmente pediu de presente, um gato. Porém, devido a uma série de infortúnios entre a decisão de comprar o gato e chegar para a festa da filha, Brand passa por um curioso e inesperado acidente que faz com que ele troque de corpo com o bichano.
No que diz respeito aos aspectos técnicos, o longa-metragem dirigido por Barry Sonnenfeld (Família Adams, a trilogia MIB e agora responsável pela nova sequência de Desventuras em Série) e escrito por Gwyn Lurie e Matt Allen não inova em quase nada.
Muitas tomadas internas, salvo uma ou outra exceção. Figurino ok, maquiagem também ok, trilha sonora bastante compatível com a proposta.
O diferencial de “Virei um Gato” é, na verdade o seu elenco. Além do próprio Kevin Spacey, o longa-metragem traz também Jennifer Garner, no papel da esposa de Brand, Lara, além de Cheryl Hines e Christopher Walken.
A menina Malina Weissman também chama a atenção. Não que se trate de um super destaque, mas faz um bom trabalho e é bom prestarmos atenção nela, já que foi a atriz escalada para o papel de Violet na “Desventuras em Série” que o Netflix está produzindo com exclusividade.
Dito isso, bem, ninguém vai ao cinema ver um filme chamado “Virei um Gato” esperando uma grande obra prima do cinema, certo? Então baixe os níveis de exigência com o perfeccionismo técnico e se entregue à diversão.
Apesar do plot bastante óbvio, essa comédia com uma pegada infantil não decepciona não. O motivo pelo qual “Virei um gato” dá certo (ainda que com esse nome bem pouco criativo, né, gente), é a junção das boas e velhas lições de moral com algumas boas piadas e cenas de gatinhos fazendo gatices e fofices.
A presença do fofíssimo Sr. Bola de Pelos (Mr. Fuzzypants) é diversão garantida. É claro que, se fosse só por isso, a gente podia apenas ficar uma hora e meia na frente do computador vendo vídeos engraçados de gatinhos no youtube. Mas, a dublagem de Kevin Spacey dá o tom da graça que faz valer a pena ver o filme.
Somados a algumas cenas feitas com computação gráfica, os takes do gatinho que “interpreta” Sr. Bola de Pelos conseguem nos divertir do começo ao fim – especialmente se você for um amante dos bichanos. Nesse caso, dá um pause aí no scroll do Cats of Instagram e vai lá dar um incentivo ao novo filme do Kevin Spacey, que a diversão é garantida.
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Às vezes, é preciso estar na pele do outro