Crítica do filme Sétimo

É, até que é um bom suspense

por
Rafael Gazzarrini

20 de Novembro de 2014
Fonte da imagem: Divulgação/20th Century Studios
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 3 min

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“Sétimo” é um filme argentino que conta com nomes expressivos do cinema do país, como é caso do ator Ricardo Darín e do diretor Patxi Amezcua. Caso você não saiba da história, aqui vai um pequeno resumo:

Sebastián (Darín) é um advogado de sucesso, que defende uma série de bandidos e não a pessoa mais sincera do mundo. Ele é ex-marido de Délia (Belén Rueda), de quem se separou por manter um caso com a sua melhor amiga por um ano.

O antigo casal tem dois filhos, chamados Luna e Luca. O pai é responsável por levar os garotos para a escola e normalmente deixa as crianças correrem por brincadeira, sempre cuidando deles de longe. Até o dia em que ele vai apostar corrida (indo de elevador e os pequenos pela escada) para poder ouvir um segredo da sua ex-mulher, algo prometido pelos seus filhos.

A bosta é que, ao chegar ao térreo, ele não encontra as crianças. Elas simplesmente sumiram sem deixar vestígios e tudo leva a crer que eles foram sequestrados. É aí que uma jornada agoniante começa para saber onde Luna e Luca estão e quem os levou.

Um acerto logo de cara

O maior acerto de “Sétimo” é ter Ricardo Darín como protagonista, pois a sua atuação chama a atenção de quem está assistindo em diversos momentos chave. Nos primeiros minutos da produção, ele passa uma ótima impressão de um advogado meio canalha, bem sucedido e gente fina – aquele tipo de pessoa que você encontra no bar, mas tá tomando uma cerveja bem mais cara do que a sua e ele sabe disso. A antipatia é imediata e isso é bom, simplesmente porque ele é capaz de te convencer.

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Logo que ele entra em casa, o ator se transforma em um pai apaixonado e transmite um carinho muito grande pelos filhos, mostrando que uma pessoa (no caso, um personagem) tem várias facetas e é raro que elas sejam mostradas todas de uma vez. Mais uma vez: o ator convence. Quando a merda acontece com as crianças, aos poucos, as fachadas de pessoa segura desmorona e você fica bastante curioso para saber o que vai acontecer com Sebastián – principalmente quando ele começa a se desesperar.

Você fica curioso, mas...

Durante os acessos de raiva e desespero de Sebastián, ficamos sabendo de sua história com Dália e a antiga esposa dá ainda mais peso para a história. Os dois começam a suspeitar de diversas pessoas, você começa a achar que sacou a história, pensa que sabe onde as crianças estão, depois pensam que elas morreram. Isso tudo gera uma curiosidade grande e sadia, dá vontade de assistir ao filme até o final e desvendar esse mistério todo. É realmente empolgante.

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O problema é que, um pouco depois da metade para o fim, a película perde o fôlego. Não vou entregar mais do enredo, mas as viradas na história são feitas de forma muito tranquila, sem tensão ou suspense, as coisas só vão acontecendo e ficar aquele ar de ‘aah, tá bom, então é isso’.

Por conta disso, apesar de o filme ser bonito, bem produzido e contar com ótimos atores, o final é decepcionante. O roteiro perde o ritmo de maneira impressionante e não faz com que os ‘plot-twists’ aconteçam de maneira superficial. No fim das contas, é uma produção ótima para se ver em casa, mas não do tipo de história que fica ecoando na cabeça.

Fonte das imagens: Divulgação/20th Century Studios

Sétimo

Os filhos dele sumiram misteriosamente...

Diretor: Patxi Amezcua
Duração: 88 min
Estreia: 27 / Nov / 2014
Rafael Gazzarrini

Pode me chamar de Rafa, eu ando por aí na minha nuvem dourada.