Crítica do filme Foxcatcher

Uma obra dura e surpreendente

por
Douglas Ciriaco

26 de Janeiro de 2015
Fonte da imagem: Divulgação/
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 4 min

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Eu não sou muito fã de lutas como wrestling, então confesso que nunca havia ouvido falar nos irmãos Schultz — nem suas vitória, tampouco suas desventuras. Conheci ambos a partir das notícias sobre a produção do filme “Foxcatcher - Uma História que Chocou o Mundo” e, principalmente, depois de uma boa recepção por parte da crítica, o que rendeu prêmios em diversos festivais e cinco indicações ao Oscar (melhor ator, diretor, ator coadjuvante, roteiro original e maquigem).

No filme, somos apresentados a dupla de lutadores Mark Schultz (Channing Tatum) e Dave Schultz (Mark Ruffalo), que recebem um convite do bilionário John du Pont (Steve Carell), herdeiro das empresas DuPont, para treinarem em um centro de excelência do esporte instalado nas fazendas Foxcatcher. A ideia de du Pont é se tornar uma referência na criação de campeões de wrestling, além de alçar a si mesmo como grande mentor e mestre daquela fábrica de sucessos. Mas as coisas não saem exatamente como planejado.

No geral, a película conta uma história que demora a acontecer. Ela se desenrola lentamente e, até mesmo para quem não sabia uma vírgula da história que envolveu os irmãos lutadores e o milionário excêntrico, faz isso sugerindo que algo muito bizarro está prestes a acontecer.

Foxcatcher

Eis aí o ponto alto do roteiro: a forma como a história é contada, como os fatos vão sendo apresentados e como a desgraça toda vai sendo desenhada. A personalidade dos personagens é bem explorada pela dupla Dan Futterman e Bennet Miller, respectivamente roteirista e diretor da obra — a dupla repete a parceria de “Capote”, filme de 2005.

Atuações: um show a parte

Quando o filme termina e sobem os créditos na tela, provavelmente a sua impressão mais clara da obra será a atuação incrível de Steve Carell. Esqueça “O Virgem de 40 Anos” e “Todo Poderoso 2” — esqueça até mesmo as excelentes atuações dele em comédias mais sérias, como “Pequena Miss Sunshine” e “O Verão da Minha Vida” —, porque aqui ele mergulha de cabeça na personalidade de John du Pont, o herdeiro das empresas DuPont, a segunda maior do ramo da química em todo o planeta.

A excentricidade, o egocentrismo e a solidão do ricaço ganham contornos fortíssimos na atuação de Carell, que consegue exprimir perfeitamente toda a bizarrice reunida em um sujeito podre de rico, mas sem qualquer relação humana decente em sua vida. Com isso, seus êxitos e amizades acabam sendo sempre baseados em trocas financeiras.

No filme, apenas Mark Schultz, o mais novo dos irmãos, parece desenvolver um apreço genuíno pelo “mestre”. Mas a mente perturbada de Schultz e a sua vontade de sair da sombra do irmão mais velho acabam criando alguns problemas para a relaçao entre ambos, algo que tem efeito decisivo para o desfecho da trama.

Se as útlimas atuações de Ruffalo têm falado por si só e o consgrado como um grande ator, sua perfomance nesta obra apenas reforça essa tendência. Já o desmpenho de Tatum em “Foxcatcher” o confirma como um dos mais versáteis de sua geração. De comédias escrachadas como “Anjos da Lei 2” a romances água com açúcar, como “Querido John”, o ator de 34 anos é capaz de dar vida a diferentes personagens, com diferentes emoções e personalidades, com o mesmo talento.

Enfim, se o filme peca um pouco no ritmo, pois e longo demais e sem picos de ação, o que exige bastante atenção e disposição do espectator para encarar as mais de duas horas de produção, assistir a obra de Miller é recompensador. Um roteiro muito bem construído e excelentes atuações justificam as cinco indicações ao Oscar que “Foxcatcher” recebeu.

Fonte das imagens: Divulgação/

Foxcatcher – Uma História que Chocou o Mundo

Confira o trailer deste filme dirigido por Bennett Miller

Diretor: Bennett Miller
Duração: 134 min
Estreia: 29 / Jan / 2015
Douglas Ciriaco

Cê tá pensando que eu sou lóki, bicho?