Anima Mundi celebra 25 anos no centenário da animação brasileira

por
Lu Belin

06 de Julho de 2017
Fonte da imagem: Anima Mundi
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 8 min

Com uma programação especialíssima, convidados internacionais de peso e a retomada de suas aguardadas oficinas, o festival que qualifica o curta vencedor para a disputa pelo Oscar® apresenta em julho, no Rio e em São Paulo, 470 filmes de 45 países.

Nas sessões oficiais são 345 produções de 45 países, entre elas 70 nacionais. Contando com as mostras especiais e retrospectivas, o número chega a 470 títulos. Realizado desde 1993 pelos animadores Aída Queiroz, Cesar Coelho, Léa Zagury e Marcos Magalhães, o Anima Mundi é a principal plataforma de fomento à animação do país e responsável pela formação de toda uma geração de realizadores e de um público apaixonado, que todo ano lota salas de cinema e espaços do Rio e de São Paulo para assistir a curtas e longas adultos e infantis, dos mais variados temas, técnicas e origens.

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Consagrado como um dos mais importantes festivais internacionais de animação, o Anima Mundi 2017 aporta no Rio de Janeiro de 14 a 23 de julho e, em São Paulo, de 26 a 30 de julho. No Rio, vai ocupar o Centro, no Cine Odeon - Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro, Espaço Cultural BNDES, Centro Cultural Justiça Federal, Cinemateca do MAM, Centro Cultural dos Correios e Centro Cultural do Banco do Brasil, que abrigou a primeira edição do Anima Mundi.

Em São Paulo, será realizado na Caixa Belas Artes, Centro Cultural Banco do Brasil, Centro Cultural São Paulo, Cinemateca Brasileira e chega também às salas do Circuito Spcine, localizadas em todas as regiões de São Paulo.

Mostras do festival

As mostras competitivas reúnem 182 produções nas categorias Curta (82 títulos), Curta Infantil (49), Longa-Metragem (4), Longa-Metragem Infantil (3), Galeria (20 filmes experimentais) e Portfólio (24 filmes publicitários ou feitos sob encomenda). O Anima Mundi é qualificado pela Academy of Motion Pictures Arts and Sciences (Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA) e o curta vencedor do Grande Prêmio Anima Mundi é selecionado para a disputa do Oscar®. O festival realiza cerimônias de premiação no Rio e em São Paulo.

As mostras não-competitivas são Panorama (curtas internacionais que apresentam diversas tendências dentro da animação), Animação em Curso (trabalhos finais das melhores escolas de animação do mundo), Olho Neles! (curtas nacionais que merecem atenção) e Futuro Animador (filmes que utilizam as linguagens da animação para experiências educativas).

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A programação do Anima Mundi traz também palestras e bate-papos para profissionais, amadores e amantes da animação, além do Estúdio Aberto, com as tradicionais oficinas. Crianças e adultos poderão experimentar como é criar imagens animadas como as exibidas nas sessões do festival. Nesta edição, as técnicas apresentadas são pixilation e zootrópio.

Entre os destaques da edição 2017 estão as Sessões Petrobras, patrocinadora do Anima Mundi desde 1977, apresentando os filmes que foram premiados nos 25 anos do festival; uma retrospectiva dos cem anos da animação brasileira; além do Foco Canadá, que contempla uma mostra com quatro sessões especiais incluindo produções do National Film Board para crianças e adultos e um documentário sobre o célebre Norman McLaren.

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A exposição interativa Flora, do artista multimídia alemão Philipp Artus, apresenta animações experimentais que exploram as manifestações da vida através dos movimentos, criando formas que se assemelham à aparência de plantas. O público pode controlar interativamente a animação com um touchpad, e assim projetar novos padrões. No Rio, Flora estará na Casa França Brasil e em São Paulo, no Centro Cultural São Paulo  (CCSP).

Para as crianças

São três longas infantis na programação deste ano: Barkley, de Li-Wei Chiu (Taiwan); The Oddsockeaters, de Galina Miklínová (República Tcheca/Eslováquia); e Pixi Post and the Gift-Bringers, de Gorka Sesma (Espanha). Além de 49 curtas-metragens de todos os cantos do planeta, haverá a exibição de episódios inéditos da segunda temporada da série de animação Irmão do Jorel, do Cartoon Network, com participação do criador, Juliano Enrico.

Em São Paulo, o Anima Mundi traz também o pré-lançamento do longa Lino, com o making of da animação da Fox Films que estreia em setembro no Brasil. O filme narra as agruras de um azarado animador de festas e conta com as vozes dos atores Selton Mello, Paolla Oliveira e Dira Paes.

Para o público adulto

Os aguardados longas-metragens são Pequeños Heroes (Venezuela), sobre três crianças que ajudam Simon Bolívar em sua luta pela liberdade, com direção de Juan Pablo Buscarini (um dos produtores do sucesso do cinema argentino Um Conto Chinês); Ethel and Ernest, de Roger Mainwood (Reino Unido/Luxemburgo), desenhado a mão e dirigido por Roger Mainwood, que faz um retrato íntimo do estilo de vida londrino de seus pais; e o delicado Window Horses, de Ann Marie Fleming (Canadá), que conta a história de uma jovem poetisa canadense com pais chineses e persas que viaja até o Irã para se apresentar em um festival de poesia.

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Do Brasil, serão exibidos curtas esperados como Sob o Véu da Vida Oceânica, de Quico Meirelles; Em Crise, de Amir Admoni; Mundo de Wander, de Lisandro Santos; Finito, de Mauricio Bartok Ruiz, entre muitos outros.

Papos Animados

Além da exibição dos filmes, o Anima Mundi promove os ‘Papos Animados’, que reúnem conversas com grandes diretores de animação do Brasil e do mundo. Neste ano, entre os convidados, está o holandês Michael Dudok, vencedor do Oscar de melhor curta de animação pelo filme Father and Daughter, em 2001. Além da estatueta, ele acumula um prêmio César para melhor curta-metragem de animação e uma indicação ao Oscar, com The Monk and the Fish (1994).

Dudok, vencedor do prêmio de melhor longa do Anima Mundi 2016, no Rio e em SP, também foi indicado, no mesmo ano, ao Oscar por The Red Turtle. Robert Valley, indicado ao Oscar pelo filme Pear Cider and Cigarretes (2017), apresenta sua marcante linguagem de HQ e videoclipes de bandas como Gorillaz e Metallica.

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Também estarão presentes o diretor uruguaio Walter Tournier, premiado em diversos países com os filmes  El jefe y el Carpintero, Caribbean Christmas, A pesar de Todo, entre outros; o búlgaro Theodore Ushev, que teve seu filme Blind Vaysha premiado como melhor roteiro da edição de 2016 no Anima Mundi e, em 2017, foi indicado ao Oscar de melhor curta de animação; e o brasileiro Guilherme Alvernaz, filho do animador Ruy Perotti – um dos pioneiros da animação nacional – e sócio na produtora Oca Filmes, que participa do papo “Família Perotti – três gerações de animadores”, que reúne pai e filho, além do irmão, Bruno Avila Barbosa.

Maratona Animada SENAI

O Anima Mundi, em parceria com o SENAI, lança um desafio criativo para um grupo de animadores previamente inscritos. Eles precisam desenvolver um curta-metragem em sete dias contendo tema e elemento obrigatório escolhido pelo festival.

As produções vão ser avaliadas por um júri técnico nos quesitos animação, roteiro, arte, edição e som. Os três filmes finalistas serão exibidos no encerramento do Anima Mundi. A equipe vencedora ganhará R$ 5 mil, além de bolsas de estudo para cursos de animação do SENAI.

Circuito SPcine

Nesta edição, o Anima Mundi chega também às salas do Circuito Spcine através da maior rede de salas públicas de cinema do Brasil. O Festival estará presente nas salas SPcine Olindo, SPcine Roberto Santos, SPcine Cidade Tiradentes e nos CEUs.

Serão exibidas cerca de 50 produções de diversos países como Rússia, Alemanha, Hungria, Brasil, Lituânia, Irlanda e Israel.
Além de tudo isso, o festival inclui ainda uma série de outras atividades paralelas com passagens por outras cidades, mesas redonas e muito mais. Acesse a programação completa do Anima Mundi .

Lu Belin

Eu queria ser a Julianne Moore.