Atrizes criam produtora feminista em Hollywood

por
Lu Belin

07 de Março de 2016
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Tempo 🕐 3 min

Elas já nos conquistaram pelo talento e pela competência, mas agora provaram que, além de artistas incríveis, também são mulheres incríveis que querem promover uma discussão política. Cansadas da maneira como Hollywood trata (e retrata) as mulheres, as atrizes Jessica Chastain, Queen Latifah, Juliette Binoche e Catherine Hardwicke, entre outros nomes conhecidos, acabam de criar a “We do it together” [Nós fazemos juntas, em tradução livre].

Trata-se de uma produtora coletiva com enfoque feminista que promete abalar as estruturas do cinema como o conhecemos hoje – ou seja, majoritariamente machista. Bem, é claro que estou sendo bastate otimista. Mas, ainda que não mude a forma como é feito, pelo menos o surgimento dessa produtora é mais um sinal de que as mulheres em Hollywood estão resistindo, o que já é um ótimo sinal.

A ideia dessas mulheres maravilhosas é construir uma organização sem fins lucrativos e que contribua para a abertura de Hollywood ao verdadeiro universo feminino, permitindo a entrada de novas diretoras, produtoras, atrizes e também de temáticas e abordagens que estereotipem menos e que digam mais. 

Outro ponto que deve ser tocado com o lançamento da “We Do It Together” é o absurdo gap salarial nos contracheques das estrelas – aquela diferencinha básica de milhares de dólares entre os cachês dos atores e das atrizes para papeis muito similares. Uma das fundadoras da produtora, Chiara Tilesi, disse ao jornal Hollywood Repórter que elas esperam que, no futuro, não se tenha mais que dedicar financiamentos segmentados para filmes sobre e feitos por mulheres. Nós também, Chiara. Nós também. 

Ainda assim, é uma ótima notícia para receber neste Dia Internacional da Mulher, não é mesmo? Veja o que disse a Chiara Tilesi, cineasta italiana que é uma das co-fundadoras do "We Do It Together":

Todas nós envolvidas no “We Do It Together” reconhecemos o papel vital dos meios de comunicação e entretenimento, tanto em moldar quanto em desafiar normas consolidadas na sociedade. O cinema sempre teve esse poder de desafiar as convenções e transformar mentes e corações, e esse poder e potencial devem ser direcionados a desafiar as normas arcaicas relacionadas com a indústria do entretenimento. Nós sentimos que a forma de fazer isso se tornar realidade é dar às mulheres do mundo todo uma maneira concreta de se expressar e uma estrutura que assegure que essas histórias – as suas histórias – serão financiadas e distribuídas.

Leia mais sobre a produtora na matéria feita pelo The Guardian.

Lu Belin

Eu queria ser a Julianne Moore.