Podcafé 033: Bingo! Vamos falar de cinema brasileiro, parças!

Quando falamos em produções nacionais, sempre tem alguém que solta um "lá vem filme ruim". Sim, é bem verdade que há muitos filmes de baixo orçamento, com roteiros bastante simples ou mesmo de péssimo gosto, mas não podemos generalizar, já que temos bonx exemplos de obras que deram muito certo.

No fundo, a verdade é que o Brasil é um país cheio de talentos, algo que se reflete em produções cinematográficas incríveis que já nos conquistaram de inúmeras formas, como "A Central do Brasil", "O Auto da Compadecida", "Cidade de Deus" e "Tropa de Elite". Cada um caiu no gosto popular por diferentes razões, mas todos tiveram muitos acertos.

Todavia, em meio a um ou outro título expressivo, há uma enxurrada de filmes que tentam ser engraçados ou que pretendem apenas ser apelativos. A onda recente de comédias com YouTubers e celebridades que pouco sabem de atuação frente às câmeras apenas prova que há uma infinidade de filmes que realmente estragam o cenário geral das produções nacionais.

Isso fica ainda mais evidente em produções de comédia como "Contrato Vitalício" ou "Parças", que tentam levar o humor da web para a telona e falham miseravelmente ao causar vergonha alheia na plateia. É claro que nem todos os filmes que tentam arrancar boas risadas descambam para apelação ou tosqueiras. Além disso, fica evidente que há um público interessado nesse tipo de produção.

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Seja como for, há também uma parcela de produtoras, diretores, roteiristas e outros artistas que correm atrás para fazer filmes de qualidade. Em alguns casos, um ou outro longa-metragem chega até Hollywood, como é o caso de "Bingo: O Rei das Manhãs" (que pode estar na corrida do Oscar no próximo ano) ou "O Menino e O Mundo" (que conquistou todos com seu estilo fantástico).

E, para finalizar, ainda temos exemplos de títulos que tentam inovar de alguma forma em suas fórmulas, como "O Caseiro" ou "Entre Abelhas". Enfim, há muito o que falar sobre o cinema brasileiro e por isso é bom você dar o play e curtir esse papo legal da equipe do Café com Filme.

Então, quais são seus filmes brasileiros favoritos? Você está ansioso para ver "Parças"? Conta pra gente nos comentários o que você pensa sobre as produções nacionais.

“Pluft” é o primeiro filme infantil brasileiro com tecnologia 3D

Rosane Svartman começou a rodar Pluft, adaptação para o cinema da clássica peça de teatro escrita por Maria Clara Machado em 1955. 'Essa é uma história que marcou a vida de muita gente, incluindo a minha. Fala do medo do que é diferente e de como o afeto pode vencê-lo', diz Rosane.

Com produção da Raccord Filmes, coprodução da Globo Filmes e distribuição da Downtown e da Paris Filmes, Pluft será o primeiro longa-metragem infantil filmado em 3D do Brasil. “Achamos que um mundo com fantasmas, piratas, marinheiros e uma menina corajosa pedia o 3D.

É um filme que aborda um universo fantástico e que ganha com esta estética imersiva”, diz Rosane Svartman, que também assina o roteiro, junto com dois especialistas em Pluft: Cacá Mourthé e José Lavigne, que trabalharam por muitos anos com Maria Clara Machado, no Teatro Tablado, no Rio.

Pluft mostra a inesperada amizade entre o fantasma (Cleber Salgado) que morre de medo de gente e a menina Maribel (Lola Belli). Ela é sequestrada pelo pirata Perna de Pau (Juliano Cazarré), que quer usá-la para achar o tesouro deixado pelo seu avô, o falecido Capitão Bonança Arco-íris.

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Na casa abandonada onde o velho morou Maribel espera pela ajuda dos marinheiros Sebastião (Arthur Aguiar), João (Lucas Salles) e Juliano (Hugo Germano), muito amigos do velho capitão, que saem em uma atrapalhada busca pela garota. Eles não chegam nunca e ela acaba conhecendo Pluft e sua família. O ator Gregório Duvivier faz uma participação especial como o apresentador de um show na taverna dos piratas.

Pluft será rodado em duas etapas: quatro semanas agora e outras quatro em abril de 2017. Nessa primeira fase, as locações são Sibaúma, praia deserta no distrito de Tibaú do Sul, no Rio Grande do Norte; e no Rio de Janeiro o colégio Sagrado Coração de Maria, em Copacabana; e o Polo Rio Cine Vídeo.

No texto, a casa onde mora Pluft fica numa praia longe, perdida, de areia branca, mar verde. “Pesquisamos muito pelo Brasil até encontrar Sibaúma, que realmente é um lugar único”, conta Rosane. Na segunda etapa de filmagens, a produção será dedicada às cenas com os fantasmas e efeitos especiais.

Para obter o visual lúdico que queria, a Raccord Filmes vai usar uma técnica de efeito especial original: os fantasmas serão filmados debaixo da água. “Percebemos que este ´truque` é possível! Pluft tem pai e mãe fantasma, nunca foi um menino, portanto tentamos fugir de uma estética mórbida e também de efeitos impossíveis para a realidade de um orçamento de um filme brasileiro. Este efeito, mais artesanal, dá bastante trabalho, mas pelos testes, vai ficar incrível”, afirma Rosane.

“Estamos usando toda a criatividade da direção da Rosane e da qualidade dos técnicos brasileiros. Ou seja, vamos voltar ao melhor de Méliès”, conta Clélia Bessa, referindo-se ao ilusionista francês Marie-Georges-Jean Méliès, que foi um dos precursores do cinema e dos efeitos especiais, no início do século 20.

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O roteiro é um dos pontos altos do filme. “A adaptação para o cinema foi feita com a Cacá Mourthé e o José Lavigne e eles trouxeram para o filme o universo da Maria Clara Machado”, diz Rosane Svartman, que convidou os dois pela história que têm com com a autora e pelo envolvimento deles com esse texto em especial.

Em 1977, sob direção de Maria Clara Machado, Cacá interpretou Pluft e Lavigne, o marujo Julião. Cacá foi Pluft de novo em 1985 e Lavigne participou como ator de outras três montagens, no papel do Tio Gerúndio. Como diretora, Cacá realizou duas montagens históricas da peça, em 2003 e 2013, ambas com Lavigne no elenco.

A trilha sonora original do filme é de Tim Rescala e vai contar com interpretações de Roberto Frejat, Simone Mazzer e do coro infantil da UFRJ, acompanhados de piano, violinos, flautas, contrabaixos, percussão, bateria e trompete. Pluft tem lançamento previsto para o verão de 2018.