Blackfish

O Sea World que ninguém vê

por
Camile Monteiro

10 de Março de 2014
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Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 3 min
Infográfico (Blog)

Acabei de assistir a Blackfish, documentário que me deixou com o coração na mão. Como dizem, foi um soco no estômago. Desde criança gosto de mar, peixe, baleia, tubarão, vida marinha em geral, cheguei até a pensar em cursar oceanografia na faculdade, mas por n motivos acabei desistindo...

Sempre tive vontade de visitar o SeaWorld, e ainda tenho para falar a verdade, mas depois de assistir a esse documentário, se um dia for visitar, irei com outra visão.

“Blackfish” narra todo o processo de captura, treinamento e cativeiro da baleia orca Tilikum. Não vou dar muitos detalhes sobre o longa, pois realmente vale muito assistir, mas acompanhando o documentário, pude notar que a culpa da morte da treinadora Dawn Brancheau (em fevereiro de 2010) não foi da baleia, não foi da treinadora e não foi uma fatalidade, como dito no filme, era uma tragédia anunciada.

dawn

Para explicar todo esse processo pelo qual Tilikum passou, o documentário volta no tempo e mostra de que forma as orcas são capturadas ainda filhotes, como são separadas de suas famílias e como são treinadas. A dinâmica de “Blackfish” conta com depoimentos de ex-treinadores do SeaWorld, pessoas que participaram do processo de captura das orcas e outros envolvidos na vida marinha.

Fiquei curiosa para assistir “Blackfish” porque ouvi comentários sobre o filme, recomendando que assistisse justamente pelo “soco no estômago” que ele dá. E realmente, é quase físico o incomodo que esse filme me provocou. Terminei de assistir e fiquei com um milhão de questionamentos na minha cabeça e estou até agora tentando entender o porquê de fazer tudo isso.

Uma cena que me chamou muito a atenção é uma em que um dos depoentes argumenta que o mundo não viveria se não houvesse parques como o SeaWorld, pois as pessoas precisam se informar e conhecer a vida desses mamíferos. E eu penso: se não existissem parques deste tipo, o mundo continuaria sendo mundo, pois não teríamos a curiosidade de presenciar a vida marinha de perto.

 

E não estou aqui para criticar o SeaWorld ou qualquer outro parque desta natureza, mas acho realmente que o que eles fazem lá não é ensinar a população sobre a vida dos mamíferos, é apenas ganhar dinheiro com aqueles bichos que não nasceram para isso.

Enfim, meu intuito com esse texto não é defender os animais nem condenar o SeaWorld, é apenas recomendar o documentário. “Blackfish” vem com um único objetivo — que, por sinal, é cumprido com muito louvor: denunciar os maus-tratos sofridos pelas orcas nos aquários, tendo como embasamento o histórico dos animais e os locais onde são mantidos.

Para quem se interessou, o documentário está disponível no Netflix!

Camile Monteiro

Tenho mil anos e não sei quando estou certa ou errada.