Um Drink no Inferno

Revivendo uma história sinistra

por
Fábio Jordan

24 de Março de 2014
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Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 3 min

Semana passada, o Netflix estreou uma nova série original chamada “Um Drink no Inferno”. Pois é, esse é o mesmo nome do filme de 1996 que foi dirigido por Robert Rodriguez. Como você deve imaginar, a série, que acaba não sendo muito original (o que não significa que ela é ruim), conta uma história parecida com a do longa-metragem.

O novo projeto é dirigido por Robert Rodriguez, o que já nos permite ter muitas esperanças. A novidade é que agora, em vez de termos o roteiro de Quentin Tarantino, quem tem as honras de cuidar do enredo é o próprio Rodriguez. Pelo que deu para ver até agora, a série segue diversos acontecimentos parecidos com os do filme, em que acompanhamos os crimes e fugas dos irmãos Seth Gecko (D.J. Cotrona) e Richie Gecko (Zane Holtz).

No episódio piloto, conhecemos os dois criminosos, que acabaram de sair de um assalto a um banco, onde levaram uma bolada, alvejaram alguns policiais e pegaram uma refém. O plano básico dos dois era pegar os 30 milhões saqueados e levar para o México, mas eles não esperavam que iam se deparar com dois tiras barra dura no meio do caminho.

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É aqui que entram os texas rangers Earl McGraw (Don Johnson) e Freddie Gonzalez (Jesse Garcia). Os dois homens da lei estavam no encalce dos cretinos que cometeram as atrocidades no banco e no meio do caminho resolveram fazer uma pausa num boteco. Ocorre que essa pequena parada acaba virando o cenário para todo o episódio.

Usando um estilo de narrativa não-linear (que vai e volta no tempo), a série vai revelando aos poucos os detalhes sobre cada um dos personagens. Nesse primeiro capítulo, por exemplo, podemos ver as loucuras que se passam na cabeça de Richie Gecko, algo que também nos dá uma dica do que vem por aí.

A vampirada na tela do Netflix

Para quem não manja, o filme “Um Drink no Inferno” conta justamente as peripécias dos irmãos Gecko, sendo que os policiais não são exatamente os protagonistas da história. Na série, a ideia é a mesma e devemos esperar que os vampiros e outros bichos insanos comecem a aparecer com mais frequência.

Ao longo das cenas mostradas, podemos ver que mais de um personagem comenta nesses seres apavorantes, mas sem mencionar ou mostrar o que exatamente eles são. Aliás, a introdução do episódio piloto é excelente e dá um gostinho do que vem por aí. As imagens, efeitos e a maquiagem são muito convincentes.

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Como é de se esperar, a filmagem se passa em cenários no deserto e temos a impressão de que estamos vendo um daqueles clássicos filmes ambientados nos cenários do velho oeste. A diferença é que a série tem uma cara bem moderna, então você pode esperar uma boa mesclada no visual, nas tomadas e no jogo de câmeras.

O fim desse primeiro capítulo instiga o espectador a continuar ligadão, pois parece que ainda vem muita coisa boa pela frente. Por ora, o Netflix só disponibilizou o episódio piloto, sendo que os novos devem ser adicionados semana a semana. Não duvido que vai aparecer um monte de gente “cult” (que julga manjar demais) reclamando que o Rodriguez não devia fazer isso e mimimi. Eu certamente vou acompanhar a série de perto, pois um clássico revivido pelo mestre não tem como ficar ruim.