Jack Black - Café com Filme

Crítica do filme Deadpool 2 | Um filme família

Se "Deadpool" é definitivamente um filme romântico perfeito para o dia dos namorados, "Deadpool 2" vai além. Agora é um filme para (e sobre) a família, repleto de violência pesada, diversos palavrões e nudez, mas como a classificação indicativa é 18 anos, não há com os pais não precisam se preocupar muito.

Mas acredite, os roteiristas, o diretor e todos os envolvidos na produção se esforçaram muito para entregar o que prometeram, ainda que da forma totalmente deturpada que esperamos de um filme do Deadpool. Ryan Reynolds retorna para o papel perfeito de sua vida, onde Wade Wilson é um mercenário com um incrível poder de regeneração que permite a recuperação de qualquer ferida física.

Então quando tenta viver feliz para sempre com seu amor Vanessa (Morena Baccarin) e tudo da terrivelmente errado, ele vai até a Escola para Jovens Superdotados do Professor Xavier, lar dos X-Men, tentar aprender a fazer parte de algo maior, ou uma família. Em sua primeira missão como estagiário X-Men, ele encontra o jovem Russel (Julian Dennison), um garoto perdido em raiva descontrolada com o poder mutante de gerar fogo pelas mãos.

Como se não tivesse problemas suficientes, Cable (Josh Brolin) vem do futuro para matar Russel, e Deadpool usa todo seu instinto familiar para proteger o garoto, contando com a ajuda do recém-formado grupo X-Force. Os membros dessa equipe são Zeitgeist (interpretado por Bill Skarsgård, o palhaço de IT), capaz de vomitar ácido; Bedlam (Terry Crews), capaz de gerar um poderoso campo bioelétrico; Shatterstar (Lewis Tan), uma espécie de alienígena capaz de fazer tudo que Deadpool consegue, só que melhor.

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Os trailers e imagens de divulgação mostravam um paraquedas vazio, e o misterioso personagem é Vanisher (ou Sumiço), interpretado por um ator reconhecidamente talentoso e bonito, responsável por um dos momentos mais engraçados do filme. Temos ainda a incrível Domino (Zazie Beetz), cujo poder é manipular as probabilidades gerando um campo de “muita sorte”. Ela rouba os holofotes em todas as cenas em que aparece, sendo uma escolha acertada tanto pelo talento da atriz quanto do uso criativo de seu poder nas telas. O mesmo vale para Cable, sem dúvida os dois servem como uma injeção de adrenalina que um filme de ação como esse precisa.

Além deles, Peter (Rob Delaney), um humano comum com um bigodão chamativo, aparece para integrar o time e acaba conquistando a afeição de Deadpool, mais uma adição bem inusitada e engraçada. Os personagens do filme anterior também retornam, Colossus (Stefan Kapicic), Míssil Adolescente Megassônico (Brianna Hildebrand), Al Cega (Leslie Uggams), Weasel (T.J. Miller) e o taxista Dopinder (Karan Soni).

O diretor Tim Miller foi substituído por David Leitch (de "Atômica" e "John Wick"), enquanto os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick continuam escrevendo, buscando ampliar o sucesso do primeiro filme. Isso posto, é fácil reconhecer que diversas situações e piadas foram “recicladas”, mas como o próprio filme nunca se propôs a ser sério, não podemos cobrar muito. A autodepreciação está bastante presente, com Deadpool gritando “que roteiro preguiçoso” diversas vezes.

A quebra da quarta parede como estrutura narrativa

Já ficou claro que o maior poder de Deadpool não é a regeneração acelerada, mas sim a metalinguagem presente na famigerada “quebra da quarta parede”. Não se sabe muito bem como esse termo surgiu, mas é originado nas peças teatrais medievais, referindo-se a uma parede imaginária que separa o público dos atores no palco.

Essa “parede” nunca existiu em Deadpool, pois o contato com o público é constante desde sua primeira aparição. A utilização da metalinguagem é a fonte principal das piadas, diversas zoações com outros heróis tanto da Marvel quanto da DC são recorrentes, focando totalmente nos fãs do gênero “super-herói”.

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Apesar dos diversos acertos, algumas piadas são extremamente datadas. Além disso, Deadpool anuncia a piada momentos antes de acontecer, o que acaba soando como uma piada repetida. Um bom exemplo é quando ele pergunta para Cable se dubstep ainda é moda no futuro, segundos antes da trilha tocar um dubstep durante a ação. A mesma situação é repetida mais adiante no filme, além de piadas literalmente repetidas do primeiro filme.Claro que é tudo engraçado, mas não é hilário como da primeira vez.

Em nenhum momento o filme tenta ser mais do que puro entretenimento. É despretensioso, pesando nas piadas e na metalinguagem com o único objetivo de divertir.

Os efeitos do primeiro filme foram suficientes, considerando o baixo orçamento da produção. Em “Deadpool 2”, os efeitos melhoraram mas ainda estão longe de serem perfeitos. Colossus ainda é completamente animado em computação gráfica, claramente um bonecão, mas a gente se acostuma e deixa passar. Ele participa de uma luta intensa com um vilão surpresa, que apesar de bastante fantasioso, faz bastante juz ao personagem.

A trilha sonora foi muito bem trabalhada, o compositor Tyler Bates fugiu da tradicional trilha padrão para heróis e adicionou músicas com letras adaptadas e referências a musicais. Sem contar a maravilhosa canção Ashes, interpretada pela diva canadense Celine Dion. Para quem espera algo bagunçado e tosco, as surpresas são bastante positivas.

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A mesma reclamação não pode ser feita a respeito das cenas de ação. David Leitch sabe conduzir lutas coreografadas muito bem, basta assistir seus outros filmes. Um dos pontos altos do filme é a sequência de perseguição no meio do filme, seguido de combates intensos, a maioria com a participação de Cable.

Deadpool 2” é uma versão melhorada de seu antecessor, tanto na ação, nas piadas e principalmente na violência gratuita e extrema. O filme até tenta ir além, com momentos mais “sérios”, mas acho que o estilo do personagem não suporta esse tipo de coisa por tempo suficiente para o público se importar.

O quanto você gosta de filmes de heróis, e principalmente os que não se levam tão a sério (DC, estamos falando de você) vai ditar o quanto “Deadpool 2” vai te agradar. Os fãs do primeiro filme não terão do que reclamar, mas para quem caiu de paraquedas no cinema e estava passando só esse filme, talvez a escolha não tenha sido a mais acertada.

A tradicional cena pós crédito já vale o ingresso, totalmente autorreferencial e autodepreciativa, exatamente a essência do que Deadpool sempre foi.

Crítica do filme Vingadores: Guerra Infinita | Equilíbrio é tudo

Como ordenado por Thanos, essa crítica não contém spoilers, mas se ainda não assistiu pare de perder tempo e assista o filme o quanto antes. #ThanosDemandsYourSilence.

Tudo começou em 2008 com o primeiro filme do "Homem de Ferro", uma década de histórias interligadas culminaram no 19º filme dos estúdios Marvel, o terceiro filme dos maiores heróis, “Vingadores: Guerra Infinita”.

Desnecessário dizer que sem os filmes anteriores, "Guerra Infinita" não fará sentido algum. Graças a uma estratégia de marketing a longo prazo, o filme já é esperado desde 2012, com a primeira aparição do Titã Louco Thanos e sua iminente ameaça aos Vingadores. Durante os filmes seguintes, a trama a respeito das Jóias do Infinito foi ficando clara, e como Thanos se tornaria ainda mais poderoso quando reunisse todas as seis, chegando ao ponto de ameaçar o universo todo.

A direção é dos irmãos Russo, responsáveis também por “Capitão América: Guerra Civil”, que sabem como respeitar cada particularidade dos personagens dos outros filmes. O clima vibrante e descontraído de “Guardiões da Galáxia” e”Thor: Ragnarok” estão presentes, assim como a grandeza representada em “Pantera Negra”, é visível que todos estão muito confortáveis em seus papéis sem parecerem homogêneos ou sem suas características únicas.

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Infelizmente pelo tempo limitado e a quantidade absurda de personagens, alguns acabaram sendo utilizados apenas nas cenas de ação, mas isso só seria um problema se todos eles fossem desconhecidos do público. Todos tem pelo menos uma participação relevante, mas a gente sempre quer mais dos personagens que aprendemos a amar tanto.

Os roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely conseguiram realizar a proeza de manter tanta gente superpoderosa ocupada durante todo o filme, numa dinâmica que lembra bastante a mídia que originou essa trama toda.

Quem gosta apenas dos filmes e não liga muito para os quadrinhos, vai assistir uma obra cinematográfica muito bem executada e que provou estar à altura de todas as expectativas. Mas para os fãs das hqs, as referências, o cuidado e carinho expressado pelos personagens é quase palpável. Por toda a dedicação investida no universo Marvel, a recompensa é essa película.

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Os filmes Marvel são conhecidos pelo tom descontraído, cheios de graça até mesmo em momentos inadequados. Mas os trailers mostraram um tom mais sério, cenas sombrias e diversas dúvidas sobre como essa história iria se desenrolar com esse tom sombrio. O humor está presente sim, e muito bem aproveitado durante a interação dos personagens que acabaram de se conhecer.

Thor e os Guardiões da Galáxia possuem a química perfeita, enquanto Tony Stark e Doutor Estranho são tão parecidos que o conflito é inevitável, e tudo isso é muito interessante e divertido mas quem rouba a cena é Thanos (Josh Brolin). O clima mais sério e ameaçador dos trailers é emanado do Titã Louco. Thanos pode ser considerado o personagem principal, não mais sentado em um trono no espaço enviando seus súditos para cumprir sua missão, mas botando a manopla e partindo com toda sua fúria em busca do objetivo de reunir as Jóias.

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Um dos pontos mais criticados dos filmes Marvel é o quanto os seus vilões são mal aproveitados, com um desenvolvimento muitas vezes superficial. Do meu ponto de vista, Killmonger em “Pantera Negra” já quebrou essa “falha”, e Thanos segue logo atrás. É interessante notar que de seu ponto de vista, ele é um herói. Uma de suas falas é a seguinte:

“Você pode pensar que isso é sofrimento, não é. É salvação”   

Seu objetivo é nada menos que exterminar metade do universo para que a outra metade possa prosperar. Essa missão é explicada calmamente por ele em diversas situações, e ele está tão convencido de que isso é o certo que em certo ponto você vai quase torcer para que ele consiga. Mas é claro que isso é loucura, e por essa razão todos os heróis precisam se reunir para impedi-lo. E tem tanta coisa em jogo que fica quase inacreditável as consequências dos atos realizados em Guerra Infinita.

Thanos não é mal “por que sim”, ele sofre, chora, pesa suas escolhas mas não deixa nada atrapalhar seus objetivo final. Essas nuances são muito bem representadas, em grande parte pelo excelente trabalho de Josh Brolin, mas também pelos efeitos visuais incríveis.

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Eu gostaria de dizer que o filme é perfeito, mas para ser justo alguns efeitos visuais pareceram bastante deslocados, até mesmo destoando do resto do filme. Nada comparável a um bigode removido digitalmente, é claro. Já que nos momentos dramáticos e cenas realmente relevantes, eles estão perfeitos. São detalhes que passam tranquilamente dentro da obra completa.

O compositor Alan Silvestri é o responsável pela trilha sonora. Ele havia trabalhado anteriormente no primeiro "Vingadores", sendo o criador da icônica trilha de abertura que é facilmente reconhecível por qualquer um. Seu trabalho não foi simples, pois orquestrar tantas trilhas diferentes, sem falar de momentos que vão do riso ao choro em pouquíssimo tempo, não é uma tarefa fácil. De qualquer forma, grande parte da tensão fica por conta de seus efeitos sonoros, então vale a pena destacar esse excelente trabalho.

Sem dúvida um divisor de águas

Após essa montanha russa de emoções, o sentimento que prevalece é ansiedade pelo próximo filme. Mesmo com suas duas horas e meia não há tempo de contar os minutos, apenas degustar cada momento absurdamente angustiante e saciável ao mesmo tempo, torcendo para que tudo acabe bem e que os próximos filmes sejam feitos com o mesmo cuidado e carinho. Se ainda não viu, largue tudo e corra assistir, se possível em Imax, já que o filme foi todo feito para esse formato.

Eu gostaria de discorrer mais sobre o filme, mas nada que for dito vai se comparar a assistir. Quanto menos informação você tiver sobre a trama, mais será aproveitado. E como já é tradição, há uma cena pós crédito que serve apenas para aumentar ainda mais a vontade de assistir os próximos capítulos dessa trama.

A Inveja Mata | Trailer oficial e sinopse

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A Pé Ele Não Vai Longe | Novo trailer legendado e sinopse

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