Daniel Espinosa - Café com Filme

O Silêncio da Chuva | Trailer oficial e sinopse

Quando o executivo Ricardo (Guilherme Fontes) é encontrado morto a tiros no banco de seu carro sem maiores suspeitas, o detetive Espinosa (Lázaro Ramos) e a policial Daia (Thalita Carauta) são encarregados do caso e logo começam a investigar as pessoas mais próximas da vítima. Mas quando todos os envolvidos no caso começam a sumir misteriosamente, a situação toma proporções inesperadas.

Protegendo o Inimigo | Trailer legendado e sinopse

 Tobin Frost (Denzel Washington) é um ex-agente da CIA procurado pela agência como traidor da pátria. Ele está na Cidade do Cabo, na África do Sul, onde tenta negociar um importante dispositivo eletrônico. Caçado pelas ruas da cidade, ele decide se entregar no consulado americano para escapar da perseguição. Os agentes o levam para um abrigo da CIA, onde Frost é torturado para revelar o que sabe. Entretanto, logo o local é invadido pelo grupo que deseja matar Frost. Sua única chance é Matt Weston (Ryan Reynolds), o oficial responsável pelo abrigo, que precisa proteger seu hóspede a todo custo.

Daniel Filho filma “Silêncio da Chuva”, com Lázaro Ramos e Thalita Carauta

Inspirado no romance policial de Luiz Alfredo Garcia-Roza, o longa-metragem homônimo “Silêncio da Chuva” chegará aos cinemas pela óptica do diretor Daniel Filho (conhecido por filmes como "Chico Xavier" e "Se Eu fosse Você").

Com roteiro de Lusa Silvestre (“Estômago”, “O Roubo da Taça” e “A Glória e a Graça”), a produção da Lereby tem coprodução da Globo Filmes e distribuição da Imagem Filmes, sendo que as filmagens se encerram essa semana, no Rio de Janeiro.

O título narra a saga do detetive Espinosa (Lázaro Ramos) e da policial Daia (Thalita Carauta) em solucionar o mistério que envolve a morte do executivo Ricardo (Guilherme Fontes), que é encontrado baleado sentado ao volante de seu carro, no bairro da Urca, no Rio de Janeiro.

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A primeira atitude da dupla é procurar pela viúva, Bia (Cláudia Abreu). Tudo se complica quando ocorre outro assassinato e pessoas envolvidas no caso começam a sumir. O longa-metragem conta ainda com Mayana Neiva, Otavio Muller, Pedro Nercessian, Késia Estacio, Bruno Gissoni e Peter Brandão, com participação especial de Anselmo Vasconcelos, entre outros.

Publicado em 1996, “O Silêncio da Chuva”, que abre a série de livros do emblemático detetive Espinosa, recebeu os prêmios Nestlé e Jabuti e foi publicado em nove países. Para fazer a transcrição do livro para as telas, Daniel Filho trouxe a história do romântico Bairro Peixoto da década de 90 para o Rio de Janeiro hostil e chuvoso de 2018. “O livro é uma inspiração, fizemos adaptações no roteiro, afinal, muita coisa mudou nestes 22 anos. A participação de mulheres na polícia é um exemplo”, comenta o diretor.

Crimes Ocultos | Trailer legendado e sinopse

Suspense politico ambientado na União Soviética em 1953; Crimes Ocultos (Child 44) registra a crise de consciência do agente secreto da polícia Leo Demidov (Tom Hardy), que perde status, poder e sua casa ao recusar denunciar sua própria mulher, Raisa (Noomi Rapace), como traidora.

Exilados de Moscou para um sombrio posto provinciano, Leo e Raisa unem forças ao General Mikhail Nesterov (Gary Oldman) para encontrar um assassino serial que captura jovens garotos. Sua busca por justiça ameaça o acobertamento de todo um sistema imposto pelo rival psicopata de Leo, Vasili (Joel Kinnaman), que insiste em dizer que “Não há crimes no paraíso”.

Crítica do filme Vida | Não estamos sós e isso é terrível

Dirigido por Daniel Espinosa, “Vida” conta a história de um grupo de astronautas na International Space Station (ISS), encarregados de analisar uma amostra de terra recuperada de Marte e procurar sinais de vida ou vegetação. Eles descobrem um único organismo celular diferente de tudo que foi encontrado anteriormente, que após ser alimentado com a quantia certa de oxigênio e glicose, começa a se desenvolver incrivelmente rápido com o passar dos dias.

Após uma votação na Terra, esse organismo é batizado de “Calvin”. A estrutura inteira da criatura tem a função dos músculos, olhos e cérebro, e após uma eventual hostilidade acidental, passa a agir agressivamente contra os habitantes da Estação Espacial, perseguindo e matando cada membro em um espetáculo sangrento, com o simples propósito de sobreviver.

Assim como o Xenomorfo de “Alien, o Oitavo Passageiro” ver a criatura evoluindo é um dos principais prazeres em acompanhar a trama. Ainda que busque ser um terror espacial, “Vida” acaba ficando mais para um suspense, deixando pouquíssimo espaço para a imaginação e apostando muito na obviedade e realismo. Daniel Espinosa tenta reproduzir um Estação Espacial bem convincente, contando com consultores de diversas áreas para garantir isso. Ao mesmo tempo que isso traz a dose de realidade para tornar a história crível, acaba limitando o filme esteticamente.

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E sim, é inevitável a comparação com “Alien” de Ridley Scott, marco na ficção científica de 1979, mas ainda que a inspiração seja gritante, “Vida” utiliza a mesma estrutura de “Alien”, mas sem revisitar cenas ou tentando reinventar o estilo. Porém, ao contrário de “Alien”, possui um elenco variado e alguns grandes nomes, mas não necessariamente foca em um protagonista. Todos os personagens possuem uma função distinta na estação, assim como personalidades e históricos que tem o propósito de cativar e convencer o espectador de que são pessoas reais ali.

Entretanto, isso tudo só se mantêm até a metade do filme, onde as sucessivas mortes vão delineando os prováveis sobreviventes, que insistem em explicar seus planos e em seguida executar o passo-a-passo, para garantir que ninguém se perca por mais óbvio que aquilo possa parecer. De qualquer forma, os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick (que trabalharam anteriormente em “Deadpool”) fizeram um bom trabalho em costurar a história de forma convincente, sobretudo com a escolha do elenco e o desenvolvimento dos personagens.

Ao contrário de “Gravidade”, onde a imensidão do espaço e as consequências de alguém vagando por aí é quase um personagem a parte, em “Vida”, quase todas as cenas são claustrofóbicas e opressivas. seja por conta dos apertados corredores da Estação, dos trajes espaciais ou de um alienígena grudado na sua perna. Por todas as limitações, são as atuações que fazem tudo ficar interessante.

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Jake Gyllenhaal, Ryan Reynolds e Rebecca Ferguson fazem seus trabalhos sem ofuscar um ao outro, e as estrelas internacionais Hiroyuki Sanada, Olga Dihovichnaya, e Ariyon Bakare não ficam para trás, com destaque para Bakare, que interpreta um cientista que não possui o movimento das pernas, mas isso não é uma limitação no espaço, demonstrando todo seu intelecto tanto racional como emocional, contribuindo com as maiores reflexões e análises dentro do filme.

O principal boato relacionado a esse filme é que Calvin, o marciano, seria futuramente o simbionte Venom, spinoff de Homem-Aranha confirmado pela Sony para 2018. Não existe nada que confirme essa teoria, além de uma cena que acabou sendo usada nos trailers de “Vida”, que supostamente foi retirada de “Homem-Aranha 3”, e as características de Calvin serem bem semelhantes às do simbionte. Ainda que seja um chute bem longo, pessoalmente eu gostaria muito que isso fosse verdade, pois uma origem embasada em um filme de ficção científica daria um background rico para um personagem vindo das histórias em quadrinho.

“Vida” aposta na trilha agoniante, no sangue jorrando e nos ataques surpresas da criatura marciana. Porém, não há nenhuma variação nessa dinâmica, nada provocante de verdade. A tensão é dissolvida rapidamente, os sustos não são tão impactantes e a curiosidade para saber até onde aquilo vai chegar é o que mantém o espectador assistindo. E vale a pena, pois a sequência final é sem sombra de dúvidas a melhor parte do filme. Ainda que previsível, deixa aquela sensação de “e agora, quais são as consequências disso?”.

Vida | Novo trailer legendado, trailer dublado e sinopse

A cada ano aumenta a expectativa da probabilidade de vida no espaço, mas será que um evento tal grandioso ocorrerá na história da humanidade enquanto ainda estamos vivos? Há sondas em marte, faz 20 anos, e parece que finalmente vamos descobrir a existência de vida em Marte. Uma tripulação está a caminho desta aventura, mas ninguém sabe o que os aguarda no Planeta Vermelho.

Crítica do filme Crimes Ocultos | O paraíso que só existe por meio da censura

No dia 9 do mês passado foi comemorado na Rússia o aniversário de setenta anos da vitória da União Soviética sobre a Alemanha Nazista e a repercussão foi grande nos principais veículos de comunicação. Exceto os de algumas nações alarmadas com as tensões na fronteira com a Ucrânia, representantes de diversos países estiveram presentes no evento que contou com um grandioso desfile com mais de dezesseis mil soldados na Praça Vermelha.

Foi nesse contexto que estreou o filme Crimes Ocultos, sendo imediatamente censurado pelas autoridades russas que o consideram uma distorção da história daquele país. Para o ministro da cultura da Rússia, Vladimir Medinsky, o longa retrata os cidadãos soviéticos como "fisica e moralmente subumanos, uma massa sangrenta de orcs e ghouls".

Independente do nosso posicionamento no espectro político, a verdade sobre tudo que se passou na URSS é algo que dificilmente conheceremos com exatidão. Das poucas informações a que temos acesso, é possível ter a noção de como os direitos do povo russo eram violados pelas políticas autoritárias implementadas durante o período em que Josef Stálin liderou o país. Não bastava que a estratégia fosse apenas a de reforçar o antagonismo com o sistema capitalista do ponto de vista econômico, mas havia todo um monitoramento da rotina dos cidadãos nas diferentes funções que exerciam.

É com objetivo de denunciar os abusos desse período que a literatura de Tom Rob Smith foi parar nas telonas sob a responsabilidade de Daniel Espinosa. Baseado no livro “Child 44”, o filme mostra um pouco da vida difícil do agente da KGB, Leo Demidov, ao investigar uma série de horríveis assassinatos e quem assume o papel desse protagonista é o ator Tom Hardy, marcando o ano de 2015 com o privilégio de participar das mais importantes produções, como Mad Max: Estrada da Fúria.

Leo é encarregado da investigação de diversos assassinatos que misteriosamente acontecem no país que, segundo suas lideranças, é o verdadeiro paraíso. Segundo a lógica de Stálin, assassinatos existiriam somente dentro do sistema capitalista e seriam inconcebíveis pelo modo de vida socialista. Com esse tipo de visão, não só as manifestações artísticas ou midiáticas, mas todo tipo de investigação policial sofria com a censura que delimitava o que era compatível ou não com a realidade de um mundo pós-revolucionário.

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A rotina desse investigador começa a apresentar constantes conflitos entre o que se vê e o que se acredita, de modo que sua vida pessoal acaba sendo atingida pela pressão exercida pelas patentes mais altas da organização estatal de que faz parte. Leo é obrigado a conviver com a ocultação dos detalhes da morte do filho de seu amigo e ao mesmo tempo suportar a dor da perseguição à sua esposa, Raisa Demidova (Noomi Rapace).

O enredo se desenvolve de modo bem fluido, com uma dinâmica continuidade sem qualquer cena que sirva apenas de enrolação. É fascinante para os interessados em filmes históricos, com temática que envolve a Segunda Guerra Mundial e a condição do lado oriental durante o período que costumamos chamar de Guerra Fria.

Apesar de filmado em Praga, na República Tcheca, os cenários são personalizados com detalhes que nos fazem imaginar o cotidiano do povo russo naquela época. As cores de toda paisagem, sempre muito frias e acinzentadas, combinam com os figurinos de modo que, só de imaginar, rola até um friozinho na sala de cinema.

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Existem variadas cenas de espionagem e perseguições, que empolgam bastante e nos enchem de ansiedade e expectativa para que os casos sejam resolvidos imediatamente. Não há como assistir sem se posicionar, sem se imaginar naquele contexto e sem concordar que, de fato, todo período histórico necessita de uma profunda reflexão. 

Diante das maiores dificuldades para fazer aquilo que é certo em defesa de seu próprio povo, Leo é o herói em contradição, que individualmente se coloca contra todo aparato estatal e a crença que possui sobre aquilo que é justo. É frustrante saber que em 2015 o povo russo está privado de conhecer essa obra de arte, pois diferente do que dizem as autoridades, Crimes Ocultos não ridiculariza os fatos e não serve como recurso panfletário. 

Com a censura atual, faz-se o que é previsto: a antiga estratégia de regimes que se perdem na vaidade e que se corrompem cada vez mais naufragados em tanto abuso de poder. História conhecida no oriente, no ocidente, em qualquer sistema e em qualquer tempo...