Na cidade para uma entrevista de emprego, uma jovem chega ao seu aluguel no Airbnb tarde da noite apenas para descobrir que a casa foi reservada por engano e um homem estranho já está hospedado lá. Contra seu melhor julgamento, ela decide passar a noite de qualquer maneira, mas logo descobre que há muito mais a temer na casa do que o outro hóspede.
Herman Boone (Denzel Washington) um técnico de futebol americano contratado para trabalhar no comando de um time universitário dividido pelo racismo, os Titans. Inicialmente, Boone sofre preconceitos raciais por parte dos demais técnicos e até mesmo de jogadores do seu time, mas aos poucos ele conquista o respeito de todos e torna-se um grande exemplo para o time e também para a pequena cidade em que vive.
Com a célebre frase “I am Peter, the freshman”, esse impostor (cujo nome verdadeiro é Sean Bateman) é interpretado por James Van deer Beek, que nos brinda com sua entrada no filme “Regras da Atração” (The Rules of Attraction - 2002). Há mais de vinte anos, vocês se lembram dele na série Dawson’s creek, de 1998? Lá, James Van deer Beek era Dawson, um adolescente inspirador, aspirante a diretor de cinema.
Já em “Regras da Atração”, o rapaz dócil da série adolescente transforma-se em Sean Bateman, ou como se autodenomina: um “emotional vampire”, um vampiro sociopata que vive das emoções alheias e, nas horas vagas, um traficante de drogas com tendências suicidas.
Na Candem College, ele conhece Lauren, interpretada por Shannyn Sossamon (estrela de “A Entidade 2”, lançado em setembro de 2015 no Brasil), uma jovem universitária que passava por uma separação complicada. No curso de suas vidas, eles se chocam com a história de Paul, interpretado por Ian Somerhalder (o Damon, de “The Vampire Diaries”).
No filme, aparecem outros atores e atrizes “feios”, como Jessica Biel, Kip Pardue, Kate Bosworth, Colin Bain; e bota pessoal bonito no filme! Assim, o triângulo amoroso está composto: Paul gosta de Sean, que gosta de Lauren, que mantém uma queda pelo ex-namorado Victor, que não está nem aí para Lauren.
Sem clichês universitários e com humor ácido
O filme é baseado no livro homônimo (The Rules of Attraction) de Bret Easton Ellis, de 1987. Esse escritor também ficaria famoso pelo seu romance de 1991, “Psicopata Americano”, cuja adaptação fílmica (American Psycho, 2000) rendeu a interpretação mais inesquecível de Christian Bale.
O mais interessante é que “Regras da Atração” compartilha o mesmo universo das duas obras de Bret Easton Ellis, pois Sean Bateman, o suposto calouro vampiro de emoções, é o irmão mais novo de Patrick Bateman, o psicopata americano. Diferentemente de uma aventura clichê universitária da Sessão da tarde, “The Rules of Attraction” é ousado tanto na montagem (seu plano de expressão) quanto na temática abordada (seu plano de conteúdo).
A expressão, na montagem, combina regras de flashback e de planos-sequência bem estruturados, que nos brindam com montagem contando histórias em paralelo, naquele esquema de “Cidade de Deus” (2002) e “Pulp Fiction” (1994), com a telinha dividida ao meio.
A respeito do plano de conteúdo, os percursos temáticos de cada personagem nos brindam com temas recorrentes nas narrativas de adolescentes universitários inconsequentes: tráfico de drogas, estupro, suicídio, bullying, sexualidade e voyeurismo. Inovador na narrativa nos parece a ironia presente na falta de atração dos personagens entre si e pelas outras pessoas, o que vai na contramão do título “Regras da Atração”, pois, há nessa autodestruição dos comportamentos a tematização da rejeição social e do “fit in” (encaixe social) de “American Psycho”.
Apesar da acidez, um verdadeiro drama universitário
Apesar de se encaixar no gênero drama, o filme caminha pela comédia, pelo humor negro e pelo sadismo de certas situações. Por exemplo, enquanto uma aluna bêbada é estuprada no campus, outro rapaz a filma. Ao final da cena, ela recebe um jato de vômito do estuprador e ela pouco se importa com o fato.
Em suma, as histórias frustradas de cada personagem mostram como funciona a mente adolescente universitária (tirando alguns excessos propositais aqui e acolá) e, sobretudo, como podem nascer certos distúrbios psicopáticos a partir de ilusões amorosas e das temáticas acima apresentadas (drogas, estupro, suicídio, bullying, sexualidade e voyeurismo).
“Regras da Atração” tem nota 6,7 no IMDB e foi ganhador de alguns prêmios, o que é mais raro observar em narrativas sobre a vida ilógica de universitários sedentos por comportamentos autodestrutivos. Já os números do site Rotten Tomatoes diferem muito: 43% de aprovação dos críticos contra uma nota alta do público que mostra 71% de notas positivas.
É um filme realista na temática, com montagem interessante para quem se interesse por fotografia, e elenco com uma boa química, cuja atuação de Van der Beek é interessante, sobretudo, para quem o viu em Dawson’s Creek, agora na pele de um vilão sugador de emoções alheias.
Estudantes comuns de uma universidade realizam suas mais sórdidas fantasias em festas noturnas. Sem medo, sem pudor, sem regras... Lauren gostava de Paul. Mas Paul é gay e gosta de Sean. Lauren desiste de Paul e começa a gostar de Victor, que foi viajar.
Sean não gosta de ninguém, mas sonha com a dona dos bilhetinhos roxos que são deixados no seu armário da faculdade. Lauren sente um frio na barriga quando encontra Sean. Agora ela é rival de Paul.
Sua colega de quarto, Lara, não gosta de ninguém, mas sai com todo mundo. Sean olha para Lauren, e acha que ela é a dona dos bilhetes roxos. E se apaixona por ela. Faça as contas. Você acha que consegue resolver essa charada? Você acha que entende as regras da atração?
Ben Campbell (Jim Sturgess) é um jovem tímido e superdotado do MIT que, precisando pagar a faculdade, busca a quantia necessária em jogos de cartas. Ele é chamado para integrar um grupo de alunos que, todo fim de semana, parte para Las Vegas com identidades falsas e o objetivo de ganhar muito dinheiro. O grupo é liderado por Micky Rosa (Kevin Spacey), um professor de matemática e gênio em estatística, com quem consegue montar um código infalível. Contando cartas e usando um complexo sistema de sinais, eles conseguem quebrar diversos cassinos. Até que, encantado com o novo mundo que se apresenta e também por sua colega Jill Taylor (Kate Bosworth), Ben começa a extrapolar seus próprios limites.