Noomi Rapace - Café com Filme

Cordeiro (2021) | Trailer oficial e sinopse

Maria e Ingvar, um casal sem filhos, descobrem um bebê misterioso recém-nascido em sua fazenda na Islândia. A perspectiva inesperada da vida familiar lhes traz muita alegria, antes de finalmente destruí-los.

Stockholm | Trailer oficial e sinopse

Inspirado no infâme caso real do Assalto de Norrmalmstorgo. Em 23 de agosto de 1973, três mulheres e um homem foram mantidos reféns por 6 dias durante um assalto a banco de Estocolmo. Como resultado do cativeiro, os reféns apresentaram um estado psicológico particular, no qual desenvolveram uma relação especial com os raptores, fenomeno que é até hoje conhecido como Síndrome de Estocolmo.

Close (2019) | Trailer legendado e sinopse

Para proteger uma herdeira contra sequestradores altamente treinados, a especialista em segurança Sam (Noomi Rapace) precisa solucionar uma trama sinistra enquanto luta pela própria sobrevivência.

Rupture: Superando o Medo | Trailer legendado e sinopse

Uma mãe solteira (Noomi Rapace) está passando por uma situação perturbadora. Ela, que sofre de um grande medo de aranhas, foi sequestrada por um grupo misterioso e não faz ideia de como fugir. O que ela não imagina é que, aos poucos, eles irão revelar que a humanidade enfrenta uma ameça perturbadora.

Critica do filme Millennium: A Garota na Teia de Aranha | Bug do Millennium

A série literária “Millennium” conseguiu, ao longo da última década, vender mais de 80 milhões de cópias ao redor do globo. A trilogia original, escrita pelo falecido escritor sueco Stieg Larsson, rendeu uma série de filmes em sua terra natal — que ajudaram a mostrar o talento da sueca Noomi Rapace para o mundo — bem como uma refilmagem estadunidense comandada pelo brilhante, David Fincher.

Mesmo com algumas diferenças, as duas adaptações conseguiram fazer um belo trabalho em trazer todo o clima de tensão dos livros. Na verdade, um dos pontos mais interessantes das adaptações é como tanto na versão sueca como na hollywoodiana, a cadência narrativa e o clima de mistério são análogos, focando na investigação e desenvolvimento dos personagens. Vale destacar que a refilmagem de David Fincher foi indicado para cinco estatuetas do Oscar 2012, faturando o prêmio de melhor edição.

Apesar de a Sony ter planejado as continuações para a Millennium: Os Homens Que Não Amavam As Mulheres (2012), os projetos nunca saíram do papel. Enquanto isso, no reino da 6ª arte, lá nos idos de 2013, o escritor David Lagercrantz foi incumbido pela editora Norstedts de escrever uma continuação da Trilogia Millennium de Stieg Larsson. Batizado no Brasil como A Garota na Teia de Aranha (Det som inte dödar oss) o quarto romance da série Millennium, promoveu o retorno da dupla Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist.

Percebendo a volta do interesse do público, a Sony resolveu retomar o projeto diretamente da quarta  parte, A Garota na Teia de Aranha, deixando para trás o diretor David Fincher e os atores Rooney Mara ( Lisbeth Salander) e Daniel Craig (Mikael Blomkvist). Sob a tutela de Fede Alvarez, responsável pelo ótimo O Homem nas Trevas, e com um elenco revigorado — encabeçado por Claire Foy (O Primeiro Homem) — a nova adaptação é um misto curioso de continuação e reboot (recomeço) da série, se distanciando das outras iterações e tentando criar um estilo próprio.

Grande é a teia que tecemos, quando aos outros enganamos

Como dito anteriormente, o filme se inspira no quarto livro da franquia Millennium, o primeiro de David Lagercrantz, que assumiu a linha após a morte do criador Stieg Larsson. Por conta disso, é inevitável a estranheza quanto ao cenário, pois assume-se que espectador está minimamente familiarizado com os personagens e temas da série. 

Sem perder tempo, Fede Alvarez coloca nos dentro do duro mundo de Lisbeth Salander. Após os eventos da trilogia original — que não recebem sequer um “flashback” para benefício dos espectadores mais deslocados — Mikael Blomkvist (Sverrir Gudnason) seguiu escrevendo para a revista Millennium, na qual publicou várias reportagens sobre o Lisbeth Salander (Claire Foy) e seu passado sombrio. 

A hacker ficou conhecida como uma espécie de anti-heroína, que ataca homens corruptos e misóginos. Apesar da fama repentina, ela consegue se manter distante da mídia até que contatada por Balder (Stephen Merchant), um programador que pede que Lisbeth recupere uma de suas criações o Firefall — um projeto governamental capaz de assegurar o controle os arsenais nucleares de qualquer nação.

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Lisbeth, temendo que o programa caia nas mãos erradas, aceita a missão e consegue extrair o programa dos servidores da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos. Entretanto, um grupo de criminosos conhecidos como Aranhas, também estão interessados no sistema, sendo que os mesmos também possuem uma conexão muito próxima a Lisbeth.

Como esperado em qualquer tecno-thriller temos uma boa dose de digitação acelerada em telas múltiplas. A trama, que não traz nada de original, se desenvolve razoavelmente bem, introduzindo algumas curvas morais e dilemas éticos. Entretanto, tudo parece muito distante do estilo taciturno estabelecido tanto na trilogia original como na refilmagem de David Fincher.

A investigação ainda acontece, mas de uma maneira muito mais acelerada. A escolha de Fede Alvarez pela ação em detrimento do suspense pode afastar fãs das histórias originais, ao mesmo tempo em que deixa claro seu intento em criar algo diferente.

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O beijo da mulher-aranha

Claire Foy é o maior destaque do filme, não apenas por ser o nome mais famoso do elenco — seguida talvez por Sylvia Hoeks (Blade Runner 2049) — mas por entregar uma interpretação sólida.  A atriz — que ganhou fama com o seriado The Crown, mas que já vinha mostrando seu talento em filmes como Distúrbio, Uma Razão para Viver e do recente O Primeiro Homem — consegue emular o estilo de suas predecessoras, as igualmente excelente Rooney Mara e Noomi Rapace.

Elementos quintessenciais como a fluidez de gênero e sexualidade são evidenciadas por movimentos sutis e pela própria caracterização andrógina de Claire Foy. Se alguns podem questionar o sotaque da atriz, pouco se pode criticar quanto a forma como ela entrega as falas. Com um talento especial ela consegue se apropriar da personagem ao mesmo tempo em que faz referência ao estilo daquelas que a antecederam, seja no tom de voz ou até mesmo na forma como segura um cigarro.

Todavia há uma disparidade entre a Lisbeth de Claire Foy e a Lisbeth imaginada por Alvarez. Claire Foy faz um belo trabalho em trazer para telas o simulacro esperado pelos fãs da série, entretanto, “A Garota na Teia de Aranha” é uma nova visão da série Millennium e fica claro como o diretor tentou imprimir seu estilo, inserindo muito mais ação do que nas iterações anteriores. Assim a atuação de Foy acaba destoando um pouco do cenário, haja vista que ela traz muito da essência taciturna dos originais e não parece abracar totalmente o estilo “Jason Bourne” da nova Lisbeth.

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Porque aranhas não ficam presas nas próprias teias?

Millennium: A Garota na Teia de Aranha é um bom thriller policial, repleto de ação, mistério e algumas reviravoltas interessantes. Fede Alvarez entrega um trabalho interessante, mesmo que menos criativo do que O Homem nas Trevas, enquanto Claire Foy domina a película como a hacker-vingadora-feminista-pansexual Lisbeth Salander.

O grande ponto, negativo ou não, é a dissonância de A Garota na Teia de Aranha com o resto da franquia. Nos livros, nas adaptações suecas e na refilmagem estadunidense, fica evidente o tom sóbrio da narrativa e dos personagens. No entanto, em A Garota na Teia da Aranha temos algo totalmente diferente, com uma Lisbeth mais ativa, um Blomkvist que beira a inutilidade, e uma história megalomaníaca que se espelha em um episódio da franquia 007.

Fede Alvarez entrega um bom filme, que não tem nada a ver com a franquia Millennium!

As mudanças abalam a apreciação do filme como uma nova edição da série Millennium, mas ajudam a entregar um filme ágil que possui uma identidade própria e que abre muitos caminhos para o futuro da personagem. A pergunta que fica é se esse distanciamento todo é algo bom ou ruim? 

Millennium III - A Rainha do Castelo de Ar | Trailer legendado e sinopse

Depois de ser baleada na cabeça em um tiroteio com seu pai e um capanga dele, Lisbeth Salander (Noomi Rapace) sobrevive e está se recuperando no hospital depois de ser encontrada por Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist). Entretanto, ela terá de enfrentar o tribunal assim que se recuperar, acusada de homicídio. Determinado a provar a inocência dela, o jornalista e seus colegas da revista Millennium irão fundo para encontrar os verdadeiros culpados e achar o elo entre o passado de Lisbeth e as mortes que lhe foram atribuídas. Só que para isso a misteriosa moça terá de abrir o jogo sobre sua origem e sua real motivação. Baseado no terceiro livro da Trilogia Millennium, de Stieg Larsson.

Millennium II - A Menina que Brincava com Fogo | Trailer legendado e sinopse

Um ano depois de ter realizado um bem-sucedido roubo milionário, Lisbeth Salander (Noomi Rapace) volta à Suécia e se estabelece novamente na capital Estocolmo. O jornalista Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist) continua como editor da revista Millenium e agora está auxiliando um colega, Dag Svensson, que escreve sobre tráfico sexual de jovens mulheres no país. A situação fica complicada quando Mikael vai à casa de Dag buscar umas fotos para a revista e encontra o jornalista e a namorada dele mortos. Na arma do crime, uma surpresa: as impressões digitais de Lisbeth estão por toda a parte. Mikael investiga o paradeiro de Lisbeth e busca contatos próximos a ela para localizar a moça. O passado de Lisbeth retorna para assombrá-la quando ela chega perto de quem armou contra ela. Baseado no segundo livro da Trilogia Millenium, de Stieg Larsson.

Millennium I - Os Homens que Não Amavam as Mulheres (2009) | Trailer e sinopse

Harriet Vanger desapareceu 36 anos atrás sem deixar pistas na ilha de Hedeby, um local que é quase propriedade exclusiva da poderosa família Vanger. Apesar da longa investigação policial a jovem de 16 anos nunca foi encontrada. Mesmo depois de tanto tempo seu tio decide continuar as buscas, contratando o jornalista investigativo da revista Millennium, Mikael Blomkvist, que não está em um bom momento de sua vida, enfrenta um processo por calúnia e difamação. Mas, quando o jornalista se junta a Lisbeth Salander, uma investigadora particular nada usual, incontrolável e anti social, a investigação avança muito além do que todos poderiam imaginar.

A Entrega (2014) | Trailer legendado e sinopse

Um atendente de bar, Bob Saginowski (Tom Hardy), que busca deixar o universo do crime, acaba envolvido em uma complicada trama com um filhote de pit bull, um assalto e um assassinato. O bar onde Bob trabalha atende mafiosos e gângsters. Tudo fica ainda mais complicado para ele depois que se apaixona por Nadia (Noomi Rapace).

Crítica do filme Bright | Entre a luz e a sombra

Talvez por contar com uma premissa tão interessante, ou por arrebanhar nomes de peso como Will Smith, Joel Edgerton, David Ayer, Bright acaba ficando abaixo das expectativas. Mesmo assim, a nova adição ao serviço de streaming traz um vislumbre divertido de um universo fantástico pronto para ser explorado.

A ideia de revisitar o prolífico mundo dos filmes policiais — em especial o subgênero dos “tiras parceiros” — em uma ambientação pouco usual é muito inteligente e proporciona um bom espaço criativo para construção de um roteiro esperto, permitindo que várias brincadeiras com os próprios estereótipos do gênero.

Infelizmente, David Ayer — que já mostrou talento nesse nicho com o excelente Marcados para Morrer — faz escolhas estranhas, derrapa e não consegue navegar pelo roteiro, que por si só já não é nenhuma maravilha. Bright é um filme interessante, que possui uma premissa muito melhor do que o seu conteúdo propriamente dito. Trata-se de uma boa pedida para os assinantes da Netflix, mas não espere nada muito impressionante.

Um mundo de possibilidades

O universo de Bright é o grande destaque da produção. Em um mundo contemporâneo, magia e tecnologia se misturam criando situações inusitadas, como homens e orcs trabalhando lado a lado na policia, ou ainda elfos elitistas morando em Beverly Hills e ocupando cargos nos altos escalões do governo.

Para deleite dos fãs, tanto de fantasia como de filmes policiais, as metáforas estão por todos os lados. Segregação racial e estratificação social ganham roupagem fantástica para metaforizar nossa realidade dentro de um mundo mágico. O estilo urbano e os elementos fantásticos formam um cenário repleto de possibilidades, uma mistura divertida de As Cores da Violência e Senhor dos Anéis.

Entretanto, não somos devidamente apresentados a este mundo e todas as informações sobre o cotidiano surgem recortadas e, em nenhum momento, são devidamente abordadas. A escolha dessa abordagem sutil destoa demais do ritmo do filme — muito mais agitado e sem pausas para maiores contextualizações — assim, tais nunaces se perdem no meio dos tiros, explosões e encantos.

Fala sério mano

NPC

Will Smith, como já era de se esperar, entrega um desempenho sólido, mesmo sem qualquer esforço aparente. Na verdade, os últimos papéis do “Maluco no Pedaço” não têm exigido muito do ator que, inegavelmente, tem capacidade para muito mais do que alguns monólogos com os olhos inchados e o rosto coberto de sangue.

Noomi Rapace, sempre marcante, também não precisa fazer muito para chamar a atenção na pele de uma elfa maligna. Ela entrega cenas de ação dignas de Legolas, mesmo sem um Olifante. Além disso, sua fisionomia compenetrada transpira toda a obstinação da personagem.

Enquanto isso, Joel Edgerton (coberto de maquiagem) é o proverbial burro de carga do filme. Como o orc Nick Jacoby, o ator explora com muita habilidade as diferentes facetas do personagem mais interessante da trama. Equilibrando momentos cômicos, dramáticos e de ação pura o ator é o melhor na tela, mesmo que as lentes tentem dar mais atenção para Will Smith.

Já David Ayer escorrega mais uma vez. O diretor que já mostrou muito talento, como em Corações de Ferro e Marcados Para Morrer, faz escolhas erradas e perde as deixas narrativas, gerando um filme fragmentado, como em Esquadrão Suicida, também assinado pelo diretor.

Vixe, muita treta!

Max Landis parte de ideias interessantes, mas no final entrega um roteiro desinteressante. Mesmo assim, o filme ainda renderia uma história mais envolvente se a montagem fosse direta. Em suma, como em Esquadrão Suicida, o diretor parece se esquecer do que está acontecendo em seu próprio filme, e vai improvisando as coisas até que no final resta apenas uma coleção de vinhetas e não uma película coeso. Uma pena, pois o que poderia ser uma trama envolvente se resume a uma coleção de clipes (muito bem realizados) de perseguição e tiroteio. 

Luz no fim do túnel

Não seria nada surpreendente, e na verdade torço muito para isso, se a Netflix resolvesse apostar em um seriado ambientado no universo de Bright. Repleto de possibilidades, esse mundo de Orcs, humanos, elfos e magia em um cenário urbano contemporâneo (em vez da tradicional ambientação medieval) pode render um bom show policial com a qualidade já característica das produções Netflix.

Com ideias interessantes e alguns erros de execução, Bright é uma boa novidade no catálogo da Netflix

O filme perde muito justamente por não explorar esse universo. As metáforas são boas, mas rasas, e em pouco tempo tudo fica perdido no meio da ação.  No final você fica com o gostinho de quero mais, ou um gostinho de poderia ser melhor. Aproveitando analogia gastronômica falta “tempero".

Bright possui boas ideias e mesmo com alguns problemas o espectador ainda deve conseguir aproveitar boa parte das quase duas horas de filme. As cenas de ação são consistentes e as trocas entre Will Smith (o policial veterano) e Joel Edgerton (o orc novato), são o ponto mais divertido do filme.