Carlos Saldanha - Café com Filme

Crítica do filme A Era do Gelo 5 | Já passou da hora da extinção desta franquia

O primeiro filme da franquia A Era do Gelo foi uma surpresa bem gratificante para a época — lá no começo dos anos 2000. Apesar da simplicidade, a obra da Blue Sky dirigida por Carlos Saldanha foi bem interessante e virou um sucesso.

De lá para cá, a série protagonizada por Sid, Manny e Diego já passou por altos e baixos... Ok, mais baixos do que altos. Agora, em 2016, temos a chance de conferir o quinto capítulo desta saga interminável, que aqui no Brasil recebe o subtítulo de “O Big Bang”.

Bom, pra começo de conversa, o filme não tem nada a ver com o Big Bang, mas, tudo bem, a gente dá um desconto, já que traduções para o Brasil muitas vezes são bem zoadas. Em “A Era do Gelo 5”, a gente acompanha o personagem Scrat em sua busca infinita (e cansativa) pelo local perfeito para colocar sua avelã.

Nesta jornada, ele descobre uma nave espacial enterrada no gelo. Ele embarca na nave e acaba mexendo onde não deve. Aí que cada ação o coloca em situações ainda mais complexas. Só que, desta vez, as confusões acabam alterando a estrutura do universo e colocando a turma da Era do Gelo em perigo. Resta ao bando embarcar numa missão para tentar salvar o planeta.

História bagunçada com novos personagens

Deixando de lado vários exageros, que são mais cabíveis em animações do Tom & Jerry do que numa animação desse porte, a gente tem aqui um roteiro bem bagunçado. Primeiro, tem essa coisa do Scrat como um protagonista. Em outros filmes, algumas ações dele surtiram efeitos na jornada do bando, mas agora ele é colocado em destaque, o que é bem desnecessário.

A alternância entre cenas na Terra e no espaço serve apenas para mostrar a todo o momento o que o Scrat está aprontando. Acontece que as cenas do esquilinho-dente-de-sabre são tão desnecessárias que deixam o filme mais cansativo do que divertido. Parece que o roteirista quer justificar constantemente o motivo de ter colocado esse personagem em destaque.

Tirando esse quesito de lado, a gente tem uma coisa ainda mais complicada: a salada de personagens. A família da Era do Gelo cresceu bastante ao longo das continuações, com a adição de alguns membros que até foram bem importantes para as histórias — ainda que muitos estivessem ali mais para fazer graça.

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Em “A Era do Gelo 5”, a equipe criativa resolveu juntar tudo que já haviam criado e adicionar mais alguns personagens. Felizmente, os protagonistas (falando especialmente do Manny, Sid e Diego) continuam com suas características intactas e ainda apresentam grandes sacadas. Piadas na hora certa e diálogos já pontuados em outros filmes ainda são marcantes aqui.

A história é novamente focada na família do Manny, sendo que agora há a adição de um namoradinho para a Amora. Com essa ideia, o roteiro se volta para questões de relacionamento, família e outros assuntos similares.

Animações desse tipo podem — e devem mesmo — falar sobre isso, o problema é a forma como isso acontece em “O Big Bang”. Tudo soa extremamente forçado, já que o namorado da Amora tem um jeito que destoa bastante da sintonia marcante entre os personagens já existentes.

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Além de toda a galerinha principal, o filme traz o Buck de volta à ação (algo que você já deve ter visto nos cartazes de divulgação do filme). A doninha caolha está aqui com uma importante missão, mas as piadas do personagem já não funcionam tão bem como no terceiro episódio da franquia.

Piadas jurássicas que já não funcionam mais

Aliás, falando em piadas, é claro que “A Era do Gelo 5” é um filme todo pautado em humor e descontração. Mesmo sabendo que há um grande apocalipse vindo ali, o público sabe que tudo vai ficar bem — e a graça, aliás, sempre foi tirar sarro na cara do perigo.

Nada de errado nesse ponto, uma vez que essa é uma característica comum das animações. Só que existem várias formas de contar piadas. Nesta continuação, a impressão que dá é que os roteiristas são aqueles tiozões do churrasco que fazem piadas esperando que todos fiquem com a barriga doendo de tanto rir. Não é o caso. Poucos momentos são hilários.

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Uma das principais formas de levar o humor até o público é zoar com os personagens. Cenas com o Scrat se atrapalhando, com os gambazinhos Crash e Eddie tentando ser o centro das atenções (usando de dancinhas e interações bem forçadas) ou mesmo do Sid querendo fazer graça acabam não funcionando mais.

O problema é que todas as piadas que tinham pra ser contadas, já foram contadas nos outros filmes. Tudo aqui parece ser reciclado, mudando apenas o contexto. É claro que sempre dá pra piorar. O time de dublagem brasileiro é competente, mas as falas que incluem até coisas como “Tá tranquilo, tá favorável” acabam só piorando a execução do filme.

Resta ao time da Blue Sky parar com essa insistência nesta franquia, pois ela já poderia ter acabado no terceiro filme. No fim, “A Era do Gelo 5 - O Big Bang” só vai ser um programa legal para crianças muito pequenas. Não é má ideia aguardar para ver o filme em casa, já que tem outros bons programas para as férias nos cinemas.

15ª edição do Projeta Brasil Cinemark traz 38 títulos para os cinemas

A Rede Cinemark oferece na segunda-feira, dia 10 de novembro, um dia exclusivamente dedicado ao cinema nacional em 528 salas espalhadas por 68 complexos da Rede no Brasil. A data marca a realização da 15ª edição do Projeta Brasil Cinemark – projeto pioneiro criado pela Rede que visa a incentivar as produções brasileiras e promove o reencontro dos espectadores com as melhores obras do cinema nacional. Os ingressos para todas as sessões do Projeta Brasil têm preço único de R$ 3.

A programação deste ano reúne filmes lançados entre novembro de 2013 e outubro de 2014. No dia do Projeta, a Rede ainda dará início a exibição nacional do curta Se o Mundo Fosse Um Filme, do jovem cineasta Áquila Cavalieri Frota, do Rio de Janeiro. O curta foi selecionado no Concurso Brasil em Cartaz, promovido pelo Portal Tela BR em parceria com a Rede Cinemark, com júri formado por Laís Bodanzky e Fernando Bonassi. A partir do dia 10, a produção será exibida nos 69 complexos da Rede até alcançar um milhão de espectadores.

Para Bettina Boklis, diretora de Marketing da Cinemark, a chegada à 15ª edição confirma o sucesso da iniciativa entre os espectadores. “Estabelecemos no calendário de atrações da Rede um grande evento popular dedicado exclusivamente aos filmes brasileiros.  Oferecer um dia voltado ao cinema nacional é mais uma forma de valorizar as nossas produções, que têm tido grande expressão no cenário interno e internacional. Além de aproximar o público das principais obras nacionais, com o que arrecadamos conseguimos apoiar outras iniciativas que estimulam a indústria do cinema brasileiro: desde premiações em festivais e projetos de recuperação de acervos até prêmios acadêmicos”, complementa Bettina.

Projeta Brasil Cinemark

As edições anteriores do Projeta Brasil Cinemark já atraíram aos cinemas mais de 2 milhões de espectadores - só no último ano, a Cinemark registrou um público de 143 mil pessoas.

Entre os 38 filmes selecionados para edição de 2014 estão: Até que a Sorte nos Separe 2, SOS Mulheres ao Mar, O Lobo Atrás da Porta, Getúlio, Amazônia, Entre Nós e Alemão. Mais informações no site da Rede:www.cinemark.com.br.

Filmes do Projeta Brasil 2014

O 15º Projeta Brasil traz filmes de todos os gêneros e para todas as idades. Abaixo, a lista completa dos longas participantes desta edição:

  • Até Que a Sorte nos Separe 2 (Paris / Downtown), de Roberto Santucci
  • Confissões de Adolescente (Sony), de  Daniel Filho
  • Muita Calma Nessa Hora 2 (Paris / Downtown), de Felipe Joffily
  • Quando Eu Era Vivo (Vitrine), de Marco Dutra
  • Alemão (Paris / Downtown), de José Eduardo Belmonte
  • SOS Mulheres ao Mar (Disney), de Cris d'Amato
  • Entre Nós (Paris / Downtown), de Paulo Morelli
  • Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (Vitrine), de Daniel Ribeiro
  • Confia Em Mim (Paris / Downtown), de Michel Tikhomiroff
  • Copa de Elite (FOX), de Vitor Brandt
  • Julio Sumiu (Imagem), de  Roberto Berliner
  • Getúlio (Europa), de João Jardim
  • A Grande Vitória (Paris / Downtown), de Stefano Capuzzi
  • Praia do Futuro (Califórnia), de Karim Aïnouz
  • Meu Passado me Condena (Paris), de Julia Rezende
  • Do Lado de Fora (Elo Company), de Alexandre Carvalho
  • Os Homens são de Marte... (Paris / Downtown), de Marcus Baldini
  • O Lobo Atrás da Porta (Imagem), de Fernando Coimbra
  • Amazônia (Imovision), de Thierry Ragobert
  • Minhocas (Fox), de Paolo Conti e Arthur Nunes
  • Causa e Efeito (Paris / Downtown), de André Marouço
  • Crô – O Filme (Paris), de Bruno Barreto
  • A Onda da Vida (Elo Company), de José Augusto Muleta
  • O Menino do Espelho (Paris / Downtown), de  Guilherme Fiúza Zenha
  • Vestido Para Casar (Imagem), de  Gerson Sanginitto
  • Não Pare Na Pista (Sony), de Daniel Augusto
  • Sobrevivi ao Holocausto, de Caio Cobra e Marcio Pitliuk
  • De Menor (Espaço), de Caru Alves de Souza
  • Rio, Eu Te Amo (Warner), de Andrucha Waddington, Paolo Sorrentino,  Fernando Meirelles e Cesar Charlone, Stephan Elliott , John Turturro, Guillermo Arriaga, Im Sang Soo, Carlos Saldanha, Nadine Labaki e José Padilha
  • Lascados (Cinemark), de Vitor Mafra
  • Isolados (Paris / Downtown), de Tomas Portella
  • A Pelada (Paris / Downtown), de  Damien Chemin
  • O Candidato Honesto (Paris / Downtown), de Roberto Santucci
  • Trash (Sony), de Stephen Daldry
  • Na Quebrada, de Fernando Grostein Andrade
  • Até que a Sbornia nos Separe (Paris / Downtown), de Otto Guerra e Ennio Torresan Jr.
  • Tim Maia (Paris / Downtown), de Mauro Lima
  • Made in China (H20), de Estevao Ciavatta PantojaValorização do cinema nacional

Valorização do cinema nacional

A Rede Cinemark reverte toda a renda do Projeta Brasil para programas de incentivo e apoio ao cinema nacional. Com a verba arrecadada desde a primeira edição do evento, a Cinemark vem financiando diversos projetos e iniciativas, como os citados abaixo:

  • Desde 2002, a Rede participa do Festival Internacional do Rio com a entrega do Prêmio Projeta Brasil Cinemark de “Melhor Longa de Ficção” e de “Melhor Longa Documentário” eleito pelo júri popular;
  • Realização e premiação do Brasil em Cartaz de 2009 a 2011 e 2014 – projeto nacional que estimula a produção audiovisual criativa e pretende descobrir novos talentos;
  • Investimentos na Academia Brasileira de Cinema;
  • Entrega do Prêmio Projeta Brasil Cinemark para o melhor curta-metragem eleito pelo júri popular no Festival de Cinema de Ribeirão Preto;
  • Premiação do “Melhor Curta Sergipano” e do “Melhor Longa” eleitos pelo júri popular no Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe (Curta-SE) em 2013 e 2014.
  • Premiação do “Melhor Longa Brasileiro de Ficção” e do “Melhor Documentário Brasileiro” eleitos pelo júri popular na  Mostra Internacional de Cinema em 2013 e na edição de 2014.

Crítica do filme Rio, Eu te Amo | Queixo-me às rosas, mas que bobagem...

Pois é. Todo mundo já sabe das maravilhas da cidade maravilhosa, tanto que falar bem do rio já é um clichê e, de certa maneira, uma verdade redundante. É a mesma coisa que convencer as pessoas que a Angelina Jolie é uma teteia. Tarefa fácil. Mas não se engane, Rio, Eu Te Amo é sim um filme sobre a beleza do Rio de Janeiro, sobre como as pessoas se hipnotizam com as coisas que só tem lá... Só que ele conta sobre a magia (as vezes literal) da cidade, um lance de química mesmo. E é uma maneira diferente e nova (pelo menos pra mim) de dizer sobre a Rio 40 graus, purgatório da beleza e do caos. 

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Um projeto de peso

O filme faz parte do projeto do produtor, roterista e diretor francês, Emmanuel Benbihy, intitulado Cities of Love. O intuito é reunir cineastas de diferentes estilos para rodar curtas-metragem utilizando, como tema principal, cidades históricas e memoráveis espalhadas pelo mundo. Até o momento, três filmes foram concluídos Paris, Je T'Aime, New York, I Love You e o dessa crítica, Rio, Eu Te Amo. Outros dois encontram-se em produção, um sobre Shanghai e outro sobre Jerusalém.

Pois bem, Rio, Eu Te Amo tem onze diretores que conduzem seus roteiros de maneiras individuais e com pouca relação entre si, tendo como pano de fundo comum somente a cidade do Rio de Janeiro. Os onze são apenas os melhores diretores que temos hoje no Brasil e uma cambada de gente genial do mundo todo. Figuram entre eles, Carlos Saldanha (A Era do Gelo 2 e 3), Fernando Meireles (Cidade de Deus), José Padilha (Tropa de Elite) e vários outros (quem quiser saber sobre eles clica aqui). 

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O elenco não fica atrás: Fernanda Montenegro, Rodrigo Santoro,  Harvey Keitel, Emily Mortimer e John Turturro sãos só uns dos camaradas que atuam do jeitinho que eles sabem fazer: impecavelmente bem.

Uma linguagem individual para a mesma palavra

O tema central do filme é claro que é o amor, e também o carinho que cada um dos diretores tem pela cidade. Digamos que é um retrato de experiências vividas que resultaram em poesia (uns mais que outros). O mais bacana no filme é que ele tem a identidade de cada diretor, e cada um faz a sua pira sem se prender a regras. É nítido que eles realmente querem falar a sua linguagem própria.

Um quesito a ser destacado, é que nada soa como uma propaganda da cidade para atrair turistas, ou simplesmente para elogiar e falar bem. As histórias falam de pessoas que estão de passagem ou vivem no Rio e de alguma maneira acabam se identificando com a identidade do lugar, assim criam as suas próprias histórias a partir das características da cidade maravilhosa. A leitura disso é muito clara e fácil, e apesar de serem os estereótipos óbvios (pão de açúcar, mulheres, praia, mar, favela, meninos de rua e obviamente futebol), eles entram em cena de maneira inusitada e bem humorada.

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"Ta bom demais. Vamos deixar ruim?"

Não quero influenciar a opinião de ninguém, mas justamente o ponto onde o filme ganha destaque, é onde ele se fragiliza. Em primeiro lugar fica nítido que são vários esquetes de diretores diferentes, contando histórias adversas. Isso até que é uma ideia bacana, porém todo fim de cena tem um fade out, escurece, fade in, e isso cansa porque torna previsível que um acabou e ta começando outro. Enfim, o filme é UM filme e não uma coletânea de curtas, tanto é que eles até tentaram cruzar uma história na outra, mas não funcionou muito bem e deixou o filme bem pior por conta disso.

Outro ponto positivo para o filme, mas que não foi bem trabalhado e acaba enchendo o saco, é o fato de ele não ter sido feito como uma propaganda da cidade, para atrair turistas ou qualquer coisa assim. Apesar disso, parece que ele foi feito para os cariocas, exclusivamente. Tá, tá legal, é uma homenagem ao Rio e a quem mora lá. Mas poxa, o filme vai ser reproduzido em salas de cinema por todo o Brasil e também do mundo... Então, me convide pra viver, pelo menos por aquelas duas horas, dentro da cidade. Na minha modesta opinião faltou uma experiência que me cativasse e me fizesse entrar dentro no calor do Rio de janeiro, mesmo estando no congelante inverno da Sibéria.

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Capeta em forma de gurí

Com um elenco impecável não posso deixar de falar um pouquinho dos atores... Ou melhor, vou falar de um só que se destacou e desbancou todo mundo, e sinceramente me deixou de queixo caído.  Em uma das histórias, dois personagens (interpretados por Nadine labaki e por Harvey Keitel) conhecem um moleque que não tem família e que não se afasta do orelhão porque espera um telefonema de Jesus. Nadine filmou na estação Leopoldina e tudo - a estação, o menino, o telefonema ao invés da carta - lembra Central do Brasil, de Walter Salles. "Gosto muito do filme de Walter, mas foi só ao chegar ao set que me dei conta das implicações", ela diz. E o grande premio de melhor ator vai para Cauã Antunes, que rouba a cena (de Harvey Keitel!), e é um menino de 6 anos. "Fizemos um casting intenso, mas ele foi o primeiro que encontrei. Ele era exatamente o que queria, mas segui testando os outros garotos. Cauã não consegue ficar parado, foi muito difícil filmar com ele, mas valeu a pena."

Solta o batidão

Aaaaa, mas como falar do Rio sem citar a música? Chico, Cartola, Vinicius, Gil, Noel... Precisa falar mais alguma coisa? Todos eles batem cartão na trilha sonora. Pra mim foi a melhor parte do filme, e também o que me fez chorar. “Vida, te sinto mais bela, e fico na espera, me sinto tão só...” aí já tinha sujado a poltrona do cinema com lágrimas. Até me sinto mal de dedicar à trilha sonora somente um parágrafo, mas eu não sei mais o que dizer além de afirmar que é linda di duê. 

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Além do filme pintar nas telonas, e devido ao fato de ter muitos patrocinadores uma das contrapartidas para a arrecadação da grana foi de se apropriar de ações pela cidade, assim como licenciar produtos com a marca. O Boticário lançou uma linha de fragrâncias, a Devassa criou latinhas com a identidade visual do Rio e a Nextel criou um plano de telefonia também entitulado “Rio, Eu Te Amo”. Serão 2 anos de eventos e ações envolvendo arte, música, esporte, cinema, literatura e cidadania. Se tiver de bobera no rio, você pode ir em algum desses eventos. Saca só o que rolando: http://rioeuteamo.net/acoes

Dê uma chance

 Rio, Eu Te Amo é muito fácil de ser desgostado, principalmente porque não é convidativo e fala tanto de uma realidade específica que chega a se enclausurar nela. Mas de uma chance, no meio disso tudo é possível  se apaixonar.

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Crítica do filme Rio 2 | Passarinhada, sogrão chato e aventuras na Amazônia

No episódio anterior de Rio, conhecemos uma arara que veio dos Estados Unidos para o Brasil. Blu, o protagonista dessa história, teve de aprender a voar, a viver no Rio de Janeiro (que por sinal é o nome do filme), a conviver com amigos de gosto duvidoso e a se habituar ao barulho do carnaval.

Depois de tantas dificuldades, tudo deu certo. Quer dizer, seria o “felizes para sempre” se o Carlos Saldanha (diretor do primeiro filme), aproveitando o dinheirão que ganhou e tentando fazer ainda mais, não tivesse resolvido colocar nosso amigo azulzinho em mais uma enrascada danada.

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Agora, em "Rio 2", Blu e Jade, a arara com quem ele teve três filhotinhos fofinhos, resolvem (como estamos falando de um casamento, é óbvio que foi ela quem resolveu) ir para a Amazônia para encontrar outros animais de sua espécie.

Ah é, antes que eu me esqueça, o filme se passa na Amazônia, então o título tá bem errado, mas tudo bem porque ninguém se importa com isso — só eu que sou chato.

Tá todo mundo convidado

Já dizia o ditado que “uma arara só não faz verão”, então para deixar o filme animado e fazer a criançada se divertir de montão, os roteiristas resolveram colocar os passarinhos sambistas e o tucano para participar dessa segunda aventura.

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Além disso, os humanos que têm sua história desenvolvida em paralelo também fazem parte do enredo. Adicione aqui o inimigo do primeiro filme (que é claro que não morreu, porque isto é um filme para crianças), o cachorro babão e alguns personagens inéditos e você tem uma fórmula de sucesso.

Felizmente, o filme não fica só no “mais do mesmo” e há uma quantidade consideravelmente grande de novos personagens. Alguns são bem chatos (principalmente o pai da Jade), mas temos alguns animais pra lá de engraçados que deixam a película descontraída e com um ritmo tranquilo, evitando o excesso de drama e não exagerando nas piadas.

A arara-macho Roberto (Beto para os mais chegados) é sensacional. Canta bem, faz o estilo galã e manda bem em tudo. Além disso, ele tem papel fundamental na trama, tanto por ser um bicho sinistrão quanto por "dar em cima" de Jade.

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A amiguinha de Nigel (aquela cacatua xarope) é uma das que deixa o filme bem interessante. A sapinha venenosa canta muito bem e tem uma paixão infinita pelo vilão, sendo que essas cenas que ela participa são bem divertidas. Alguns animais coadjuvantes (tartarugas, pernilongos e outros) que interagem com os pássaros do samba também garantem boas gargalhadas.

Representando nossas belezas naturais

Por se tratar de um filme com um cenário tão belo como nossa floresta, não era de se duvidar que os visuais seriam estonteantes. De fato, a Blue Sky Studios caprichou nos gráficos, que imitam com perfeição a realidade e impressionam quem está acostumado com animações que não apelam muito para uma qualidade tão elevada de texturas e iluminação.

Todo esse esmero possibilitou a criação de cenários belíssimos que imitam perfeitamente a Amazônia. A selva densa, as árvores enormes, a diversidade de frutas, os rios, o pôr do sol e outras características garantem que o público fique maravilhado e se sinta dentro da floresta.

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Os bichos também são bem comuns da região: tamanduá, boto cor-de-rosa, araras-vermelhas e outros tantos animais deixam o filme bem colorido e familiar. Contudo, nem tudo é perfeito. Há algumas cenas em que podemos ver um ou outro objeto com palavras em inglês, o que mostra que essa Amazônia retratada é meio fajuta.

Divertindo a criançada

Sem o ineditismo, a nova animação da Blue Sky vem apenas para fazer dinheiro. A história sem propósito, a temática de família um tanto cansativa e até um ou outro furo acabam deixando o filme enrolado e previsível. O filme está longe de ser um primor, sendo que há muitos clichês e diversos momentos de chatice.

Apesar disso, “Rio 2” é um filme que consegue entreter durante boa parte do tempo e que acaba tendo ótimas ideias para deixar as crianças ligadonas nas reviravoltas constantes e nas piadas. As músicas são bem legais e mesmo não sendo o filme mais divertido da galáxia, este longa pode sim ser uma boa pedida para ver em família.

Rio 2 | Trailer dublado e sinopse

Todo o elenco do sucesso de animação RIO está de volta em RIO 2, se juntam a eles uma nova leva de atores e talentos musicais. Repleto de grandeza, cor e música, RIO 2 apresenta Jade, Blu e seus três filhos. A família deixa sua vida domesticada na cidade maravilhosa e se aventuram em uma jornada pela Amazônia. 

Rio | Trailer legendado e sinopse

Quando Tyler Blu "Blu" Gunderson, uma arrarinha-azul domesticada de uma pequena cidade de Minnesota, encontra a independente e empoderada Jade, ele parate para uma grande aventura no Rio de Janeiro com a "arrarinha" dos seus sonhos.