Chris Evans - Café com Filme

Crítica do filme Entre Facas e Segredos | Longe do óbvio, próximo do genial

Auguste Dupin, Sherlock Holmes, Hercule Poirot, Miss Marple e outros tantos detetives da ficção permearam nossa imaginação por anos sugerindo todos os tipos de histórias, modus operandi, manias, trejeitos e frases de efeito. Muitos dos fãs do gênero investigativo foram educados pelos personagens de Poe, Doyle e Christie, sendo difícil termos uma surpresa no segmento, seja em obras escritas ou do tipo audiovisual.

Muitas das vezes, o que temos são releituras ou colchas de retalhos com detetives que usam traços de diferentes personagens clássicos. Assim, é de pontuar logo de cara como “Entre Facas e Segredos” consegue algo inusitado, não tanto pelo ineditismo, mas pelo brilhantismo na construção de uma trama que flerta com o impossível, porém que nos mantêm atentos aos detalhes que revelam algo improvável, mas verdadeiro.

Nesta história, acompanhamos A Grande Família os Thrombey em um momento delicado. Era para ser uma manhã tranquila após a festa de 85 anos de Harlan Thrombey (Christopher Plummer), que é famoso por seus romances especializados em crimes. Todavia, os familiares são surpreendidos quando o patriarca da família é encontrado morto em sua propriedade, o que deixa todos muito assustados e sem saber exatamente o que aconteceu.

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Dadas as circunstâncias esquisitas do ocorrido, o detetive James Bond Benoit Blanc (Daniel Craig) aparece misteriosamente no local e se dispõe a investigar o caso. Agora, ele pretende examinar absolutamente todos os fatos, desde a família, que assim como tantas outras tem suas desavenças, bem como a equipe que cuidava do senhor Thrombey.

Num esquema investigativo que lembra muito o clássico jogo Detetive (ou Clue, no original), somos levados a acompanhar as técnicas distintas de Blanc, que tem de examinar meias-verdades e descobrir os fatos nessa teia de mentiras. A premissa já tem muito potencial, mas o roteirista e diretor Rian Johnson vai muito além do óbvio e nos presenteia com uma obra que certamente se destaca em 2019, bem como aflora em seu portfolio.

Vale resumir que “Entre Facas e Segredos” é o tipo de filme único em seu estilo. Apesar de beber da fonte de Agatha Christie, relembrar filmes como “Os 7 Suspeitos” e de se aproveitar de um elenco de talentos (o que, às vezes, até dá um medo), este longa-metragem se destaca pelo equilíbrio perfeito entre suspense e drama, mas isso sem deixar de encontrar espaço para uma dose de comédia. Um filme imperdível!

Todos são suspeitos até que se prove o contrário

Ora, e o que seria dos detetives sem possíveis culpados? Pois é, não há trama investigava sem um fato e, ao menos, alguns poucos suspeitos. Possivelmente pensando nessa equação e tomando como inspiração outros títulos clássicos, Rian Johnson opta por desenvolver uma trama com quase uma dúzia de personagens, o que deixa a coisa bem interessante e, por incrível que pareça, não é um filme cansativo.

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O intrigante é a forma como as pontas vão se conectando. Através dos mais variados perfis de personagens e com base na investigação minuciosa de Blanc, o roteiro vai se amarrando de forma desparelha: por vezes as informações se conectam, mas há outras em que os fatos não parecem fazer muito sentido. Assim, o filme nos coloca como investigadores junto ao detetive, de modo que tentamos desvendar a verdade sobre esses sujeitos perspicazes.

E não são quaisquer pessoas, estamos falando de personagens diversos (às vezes um tanto caricatos) interpretados por atores e atrizes gabaritados, incluindo: Chris Evans, Ana De Armas, Jamie Lee Curtis, Don Johnson, Michael Shannon, Toni Collette, LaKeith Stanfield, Katherine Langford e Jaeden Martell. Reforço que nomes não significam muito, pois temos exemplos de como isso pode dar errado, mas nesse caso, em específico, o resultado é excelente!

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Obviamente, uma coisa está amarrada na outra, de modo que os atores interpretam de forma coerente graças ao roteiro e o roteiro fica convincente graças aos bons atores. Importante pontuar, contudo, que apesar de vários famosos e de cada um ter seu tempo e importância em tela, é Ana de Armas que se destaca, pois ela não é apenas uma peça-chave na trama, mas também interpreta uma imigrante, o que agrega um tópico adicional bem aproveitado.

Com grandes fortunas vem grandes investigadores

Bom, se por um lado temos uma personagem improvável conduzindo o roteiro, de outro temos um detetive inusitado complementando cada trecho. É James Bond na melhor vibe Freelancer que faz “Entre Facas e Segredos” ter seu charme, pois mesmo sendo um detetive gabaritado, o filme se prolonga por mais de duas horas até resolver todos os detalhes. E o melhor é que ele consegue prender nossa atenção e guardar o melhor para o fim.

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Contudo, é importante pontuar que Benoit Blanc não surge apenas do talento de Daniel Craig, mas também do personagem muito bem construído por Johnson, que consegue dar ênfase ao investigador com uma direção sensacional. O cineasta abusa de composições inesperadas para criar uma aura sobre o detetive e posteriormente inova ao salientar o modus operandi com diversas cenas bem inteligentes.

E falando em direção, é interessante como as coisas avançam de forma simultânea no filme. Conforme a investigação vai progredindo, o roteiro sai do cenário básico e explora mais locais que podem ter relação com o caso, o que amplia consideravelmente as possibilidades para o diretor. Com isso, o filme deixa de ser apenas uma investigação básica e ganha proporções maiores, que permitem explorar um bocado de ação com direito a perseguições insanas.

Tudo isso obviamente só é possível graças ao nível de detalhes elevado da produção. O cenário principal é a mansão do Sr. Thrombey, a qual já tem muitos ambientes e possibilita a criação de várias situações simultâneas. E interessante perceber também como uma coisa está atrelada a outra, pois parte da elegância do filme está justamente na fotografia e nesse local aconchegante, mas cheio de nuances misteriosas.

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Eu poderia passar horas comentando de tantos detalhes bem pensados e de como este filme consegue fisgar os fãs de suspense, mas o que vale é deixar claro que “Entre Facas e Segredos” encontra seu próprio estilo e surpreende pelos detalhes. Isto é o que eu chamo de cinema inovador, sem precisar cair na mesmice ou apelar para remakes. Certamente, um filmão para você investir seus dons investigativos e curtir com um balde de pipoca.

Missão no Mar Vermelho | Trailer legendado e sinopse

Inspirado em uma operação de resgate extraordinária, Missão no Mar Vermelho é a incrível história de um grupo de agentes secretos que no começo dos anos 80 usaram um resort de férias no Sudão como fachada para o transporte de milhares de refugiados para Israel. A equipe responsável pela operação é liderada pelo carismático Ari Levinson (Chris Evans) e pelo corajoso etíope Kabede Bimro (Michael Kenneth Williams).

Entre Facas e Segredos | Novo trailer legendado e sinopse

O aclamado escritor e diretor Rian Johnson (Looper, O Último Jedi) homenageia a mentora do mistério Agatha Christie em KNIVES OUT, um mistério de assassinato divertido e moderno, onde todos são suspeitos. Quando o famoso romancista especializado em crimes Harlan Thrombey (Christopher Plummer) é encontrado morto em sua propriedade logo após seu 85º aniversário, o detetive Benoit Blanc (Daniel Craig) misteriosamente se alista a investigar.

Da família disfuncional de Harlan à sua equipe dedicada, Blanc examina uma teia de mentiras falsas e mentiras para descobrir a verdade por trás da morte prematura de Harlan. Com um elenco de estrelas, incluindo Chris Evans, Ana De Armas, Jamie Lee Curtis, Don Johnson, Michael Shannon, Toni Collette, LaKeith Stanfield, Katherine Langford e Jaeden Martell, KNIVES OUT é uma espirituosa comédia policial, com uma eleganacia que seguramente manterá o público adivinhando até o fim.

Crítica do filme Vingadores: Ultimato | Um espetacular e glorioso fim

Finalmente o aguardado “Vingadores: Ultimato” chegou às telonas, continuação direta de “Guerra Infinita” e o ápice do popular gênero “filmes baseados em quadrinhos”. As expectativas eram altíssimas, exatamente tudo que um fã dos filmes da Marvel poderia sonhar foi entregue.

São três horas de pura adrenalina bombando no coração sem deixar de lado a solução dos mistérios deixados em aberto, as consequências de tudo que já aconteceu, diversas referências às histórias em quadrinhos e a conclusão dos arcos dos heróis mais queridos da atualidade. O único spoiler necessário é: prepare-se para uma montanha russa de emoções.

Difícil falar que um filme é perfeito, principalmente porque é impossível agradar uma legião de bilhões de fãs, então com certeza "Ultimato" não é livre de defeitos. Porém, essas falhas estão sobre camadas de personagens carismáticos e efeitos visuais grandiosos que viabilizam transcender esses pequenos detalhes em um filme titanicamente épico e imensamente satisfatório.

Como lidar com a perda?

“Ultimato” prometia ser a complexa conclusão histórica da última década em que investimos emocionalmente em super-heróis e entrega exatamente o que prometeu. O filme começa relembrando as consequências do estalo que Thanos deu usando a Manopla do Infinito, em uma sequência que poderia ser apenas mais uma “cena pós-crédito”, mas que dá o tom exato para o longa: mostrar como cada personagem lidou com as perdas e como seguir em frente depois de algo tão avassalador. Metade do universo se foi e cabe aos Vingadores resolver o problema.

Diversas teorias foram formuladas pelos fãs, expectativas altas, trailers que mostram apenas os 20 minutos iniciais, e novamente os irmãos Russo conseguiram provar que nada é tão óbvio quanto parece. O cuidado com a narrativa é uma forma de agradecer aos fãs que passaram os últimos 11 anos acompanhando essa história, além de aproveitar para inserir momentos icônicos dos quadrinhos da forma mais inusitada possível. É extremamente emocionante e as lágrimas vão se mostrar diversas vezes, tanto de alegria quanto de tristeza.

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Assim como “Guerra Infinita” e “Guerra Civil”, “Ultimato” é dirigido por Joe e Anthony Russo, com roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely. A trama é bastante intrincada, tornando-se ainda mais complexa ao decorrer do filme. Raros são os momentos em que é óbvio como a situação será resolvida ou se ao menos será resolvida. A sensação de que tudo pode acabar dando errado é constante, suspendendo a crença de que o filme está ali para concluir com um final feliz, pois talvez nem seja tão feliz assim. Porém, é extremamente impressionante e satisfatório.

Embora o filme inclua muitos personagens “menos relevantes” da Marvel, como Rocket, Homem-Formiga, Máquina de Combate… “Ultimato” foca muito nos Vingadores originais. Além da batalha final contra Thanos, temos Homem de Ferro, Capitão América, Viúva Negra, Thor, Hulk e Gavião Arqueiro em arcos de história pessoais com ricas narrativas, adicionando ainda mais emoção e sentimentalismo para um filme que já seria robusto o suficiente sem isso.

No decorrer do filme, cada um desses personagens passa por uma jornada transformadora, nem todos para melhor. Alguns lidaram bem com os problemas, outros se voltaram para os lados mais sombrios do ser humano, mas após mais de uma década acompanhando esses heróis, é muito gratificante e emocionante ver tudo isso acontecer. Infelizmente não poderei tratar com mais profundidade desse assunto para evitar spoilers, mas basta dizer que vale muito a pena.

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Grande parte desse sucesso deve-se aos atores que encarnaram totalmente seus papéis, e em “Ultimato” eles entregaram a melhor performance de todas. Robert Downey Jr., Chris Evans, Scarlett Johansson, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth e Jeremy Renner brilham sem esforço. Vale mencionar também Karen Gillan como Nebulosa, Josh Brolin como Thanos e Paul Rudd como Homem-Formiga, que dão um show a parte. É de se esperar que nem todos os personagens tenham o tempo de tela merecido, mas basta lembrar que a Marvel tem planos para mais séries e filmes com os personagens que aparecem pouco, então nada aqui é feito sem propósito.

Custe o que custar

Se a ambiciosa narrativa de “Ultimato” é o que torna o filme tão impactante, é também responsável por alguns tropeços. Há momentos em que a trama se resolve de forma muito conveniente ou com poucas explicações em comparação com o resto da história, mas tudo é facilmente relevado. “Ultimato” é claramente focado nos fãs, todas as referências e lembranças dos filmes estão ali pelo simples propósito de recompensar quem adora esse tipo de filme. É fácil elencar os momentos mais emocionantes, as aparições de personagens tão queridos e momentos tão marcantes, mas será muito melhor ver do que apenas saber.

Nada disso seria possível sem a maestria técnica que o longa possui. Foi necessário um malabarismo para contar cinco ou seis histórias simultaneamente sem deixar todo mundo confuso, os irmãos Russo juntamente com os editores precisaram porcionar cada momento para sempre ficar aquele sentimento de tensão no final de cada sequência, para culminar num climax de tirar o fôlego e arrancar lágrimas até mesmo dos espectadores mais frios e calculistas.

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A música de Alan Silvestri é parte do espetáculo, não apenas ampliado o caleidoscópio emocional do público, mas prestando respeitável homenagem a todos os outros compositores dos filmes do Universo Marvel. Os efeitos visuais, de transformações físicas até recriações digitais, são incríveis e servem para enaltecer ainda mais a narrativa e a experiência de Ultimato como um todo.

Avante Vingadores!

Após 11 anos e 21 filmes, “Vingadores: Ultimato” é muito mais que apenas um filme. É uma experiência pessoal. Funciona como um filme individual, mas com certeza é o ápice de uma construção cinematográfica colossal, a peça final de um quebra cabeça gigantesco em que todos nós colocamos uma peça.

A tradicional cena pós-crédito não foi incluída, marcando assim um futuro misterioso (se desconsiderarmos o calendário de produções da Marvel), mas pela constante evolução das histórias, as dicas deixadas no filme e o inevitável sentimento de "quero mais", podemos esperar produções diversificadas e cada vez melhores.

Desnecessário dizer que assistir um filme desse porte no cinema é mais do que aconselhável, é praticamente obrigatório. Esse é o final da Fase 3 da Marvel  (ou talvez seja “Homem-Aranha Longe de Casa?”), que agora possui o direito dos personagens da Fox, então patamares ainda maiores nos esperam no futuro desse incrível universo, e estaremos lá!

Vingadores: Ultimato | Novo trailer legendado e sinopse

Quarto filme da franquia Os Vingadores, na 3ª Fase do Universo Cinematográfico da Marvel. Culminando a jornada de 21 filmes interconectados, Vingadores: Ultimato mostra o fim da luta dos heróis contra Thanos, o titã louco. Após utilizar a manopla do infinito, Thanos dizimou metade dos seres vivos do universo, agora, ainda sofrendo com a perda os Vingadores devem se recompor e criar um plano para derrotar e o vilão e desfazer todo o caos.

O Poder da Graça | Trailer legendado e sinopse

Depois que o policial Mac McDonald perde o filho em um acidente, anos de amargura e dor corroem seu amor pela família e fazem com que ele se vire contra Deus... e contra todas as pessoas. Será que Mac e seu novo parceiro de patrulhas, o Sargento Sam Wright, conseguirão unir forças para ajudar um ao outro, mesmo sendo impossível ignorar as diferenças entre eles - especialmente a mais óbvia? Todos os dias, temos a oportunidade de reconstruir relacionamentos e curar feridas dando e recebendo a graça de Deus.