Peter Dinklage - Café com Filme

Crítica do filme Vingadores: Guerra Infinita | Equilíbrio é tudo

Como ordenado por Thanos, essa crítica não contém spoilers, mas se ainda não assistiu pare de perder tempo e assista o filme o quanto antes. #ThanosDemandsYourSilence.

Tudo começou em 2008 com o primeiro filme do "Homem de Ferro", uma década de histórias interligadas culminaram no 19º filme dos estúdios Marvel, o terceiro filme dos maiores heróis, “Vingadores: Guerra Infinita”.

Desnecessário dizer que sem os filmes anteriores, "Guerra Infinita" não fará sentido algum. Graças a uma estratégia de marketing a longo prazo, o filme já é esperado desde 2012, com a primeira aparição do Titã Louco Thanos e sua iminente ameaça aos Vingadores. Durante os filmes seguintes, a trama a respeito das Jóias do Infinito foi ficando clara, e como Thanos se tornaria ainda mais poderoso quando reunisse todas as seis, chegando ao ponto de ameaçar o universo todo.

A direção é dos irmãos Russo, responsáveis também por “Capitão América: Guerra Civil”, que sabem como respeitar cada particularidade dos personagens dos outros filmes. O clima vibrante e descontraído de “Guardiões da Galáxia” e”Thor: Ragnarok” estão presentes, assim como a grandeza representada em “Pantera Negra”, é visível que todos estão muito confortáveis em seus papéis sem parecerem homogêneos ou sem suas características únicas.

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Infelizmente pelo tempo limitado e a quantidade absurda de personagens, alguns acabaram sendo utilizados apenas nas cenas de ação, mas isso só seria um problema se todos eles fossem desconhecidos do público. Todos tem pelo menos uma participação relevante, mas a gente sempre quer mais dos personagens que aprendemos a amar tanto.

Os roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely conseguiram realizar a proeza de manter tanta gente superpoderosa ocupada durante todo o filme, numa dinâmica que lembra bastante a mídia que originou essa trama toda.

Quem gosta apenas dos filmes e não liga muito para os quadrinhos, vai assistir uma obra cinematográfica muito bem executada e que provou estar à altura de todas as expectativas. Mas para os fãs das hqs, as referências, o cuidado e carinho expressado pelos personagens é quase palpável. Por toda a dedicação investida no universo Marvel, a recompensa é essa película.

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Os filmes Marvel são conhecidos pelo tom descontraído, cheios de graça até mesmo em momentos inadequados. Mas os trailers mostraram um tom mais sério, cenas sombrias e diversas dúvidas sobre como essa história iria se desenrolar com esse tom sombrio. O humor está presente sim, e muito bem aproveitado durante a interação dos personagens que acabaram de se conhecer.

Thor e os Guardiões da Galáxia possuem a química perfeita, enquanto Tony Stark e Doutor Estranho são tão parecidos que o conflito é inevitável, e tudo isso é muito interessante e divertido mas quem rouba a cena é Thanos (Josh Brolin). O clima mais sério e ameaçador dos trailers é emanado do Titã Louco. Thanos pode ser considerado o personagem principal, não mais sentado em um trono no espaço enviando seus súditos para cumprir sua missão, mas botando a manopla e partindo com toda sua fúria em busca do objetivo de reunir as Jóias.

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Um dos pontos mais criticados dos filmes Marvel é o quanto os seus vilões são mal aproveitados, com um desenvolvimento muitas vezes superficial. Do meu ponto de vista, Killmonger em “Pantera Negra” já quebrou essa “falha”, e Thanos segue logo atrás. É interessante notar que de seu ponto de vista, ele é um herói. Uma de suas falas é a seguinte:

“Você pode pensar que isso é sofrimento, não é. É salvação”   

Seu objetivo é nada menos que exterminar metade do universo para que a outra metade possa prosperar. Essa missão é explicada calmamente por ele em diversas situações, e ele está tão convencido de que isso é o certo que em certo ponto você vai quase torcer para que ele consiga. Mas é claro que isso é loucura, e por essa razão todos os heróis precisam se reunir para impedi-lo. E tem tanta coisa em jogo que fica quase inacreditável as consequências dos atos realizados em Guerra Infinita.

Thanos não é mal “por que sim”, ele sofre, chora, pesa suas escolhas mas não deixa nada atrapalhar seus objetivo final. Essas nuances são muito bem representadas, em grande parte pelo excelente trabalho de Josh Brolin, mas também pelos efeitos visuais incríveis.

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Eu gostaria de dizer que o filme é perfeito, mas para ser justo alguns efeitos visuais pareceram bastante deslocados, até mesmo destoando do resto do filme. Nada comparável a um bigode removido digitalmente, é claro. Já que nos momentos dramáticos e cenas realmente relevantes, eles estão perfeitos. São detalhes que passam tranquilamente dentro da obra completa.

O compositor Alan Silvestri é o responsável pela trilha sonora. Ele havia trabalhado anteriormente no primeiro "Vingadores", sendo o criador da icônica trilha de abertura que é facilmente reconhecível por qualquer um. Seu trabalho não foi simples, pois orquestrar tantas trilhas diferentes, sem falar de momentos que vão do riso ao choro em pouquíssimo tempo, não é uma tarefa fácil. De qualquer forma, grande parte da tensão fica por conta de seus efeitos sonoros, então vale a pena destacar esse excelente trabalho.

Sem dúvida um divisor de águas

Após essa montanha russa de emoções, o sentimento que prevalece é ansiedade pelo próximo filme. Mesmo com suas duas horas e meia não há tempo de contar os minutos, apenas degustar cada momento absurdamente angustiante e saciável ao mesmo tempo, torcendo para que tudo acabe bem e que os próximos filmes sejam feitos com o mesmo cuidado e carinho. Se ainda não viu, largue tudo e corra assistir, se possível em Imax, já que o filme foi todo feito para esse formato.

Eu gostaria de discorrer mais sobre o filme, mas nada que for dito vai se comparar a assistir. Quanto menos informação você tiver sobre a trama, mais será aproveitado. E como já é tradição, há uma cena pós crédito que serve apenas para aumentar ainda mais a vontade de assistir os próximos capítulos dessa trama.

Crítica do filme Três Anúncios para um Crime | Grandeza e pequenez andam juntas

O que é um bom filme, afinal? O que uma produção precisa ter para ser considerada "boa"? Difícil dizer, né? Fiquei pensando nisso depois de ter assistido a "Três Anúncios Para um Crime".

Ele traz alguns elementos que em geral me incomodam bastante em produções cinematográficas, mas ainda assim, me ganhou. Me acompanha aqui um pouquinho que eu explico o que acredito que faz de "Três Anúncios Para um Crime" uma produção digna de concorrer - e ganhar - o Oscar de Melhor Filme.

Um crime muito grave foi cometido e continua sem solução. Como uma família faz para seguir em frente com a vida e encontrar paz sem de fato saber o que aconteceu, sem poder responsabilizar alguém?

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Em cidades pequenas, com taxas de crimes não muito altas, nas quais os policias estão acostumados ao marasmo e à mordomia, a força policial pode não ter o mesmo tino - e nem o mesmo nível de recursos - para lidar com situações graves, como a do crime que aconteceu em Ebbing, Missouri - cidade que está no título original do longa-metragem "Three Billboards Outside Ebbing, Missouri", que faz mais sentido do que o título usado aqui no Brasil.

São essa ausência de soluções e a busca por um desfecho que fazem Mildred (Frances McDormand) estampar na cara da sociedade que continua ali, esperando desesperada por respostas.

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Em seus três outdoors, ela ataca a força policial, personalizada em um personagem específico - o chefe da polícia local, Willoughby (Woody Harrelson). Mas é seu subordinado, o oficial Dixon (Sam Rockwell), que leva a ofensa para o lado pessoal e que vai iniciar com Mildred uma treta pesadíssima para que ela pare de desrespeitar seus parças.

E é justamente nesse tripé Mildred-Willoughby-Dixon que a história toda se baseia, em suas histórias e conflitos pessoais, mas principalmente na atuação majestosa dos três atores, que sustenta a coisa toda. Frances McDormand vai levar a estatueta facinho, tá no papo, e minha aposta para melhor ator coadjuvante está em Rockwell. Não que Woody Harrelson não mereça, sou fã demais do cara e ele está incrível nesse filme. Mas Rockwell surpreende muito no papel que representa aqui.

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Às atuações desse elenco incrível - valorizado pelas participações de Abbie Cornish, Caleb Landry Jones, John Hawkes, Lucas Hedges, Clarke Peters e Peter Dinklage - "Três Anúncios Para um Crime" também soma uma fotografia belíssima, com figurino todo afinadinho com a ambientação local e temporal e uma trilha sonora de lascar, que faz todas as cenas ganharem mais vida e mais conexão com o lugar onde tudo acontece.

Complexidade

E, assim como em "Lady Bird - É Hora de Voar", o local em que se passa a história faz sim toda a diferença para que ela seja contada como foi. Em ambos os filmes, boa parte da sagacidade na criação do roteiro - aqui assinado por Martin McDonagh (Sete Psicopatas e um Shih Tzu), que também dirigiu a película - está em justamente dissecar a cultura local das pequenas cidades norte-americanas e evidenciar suas imperfeições, suas contradições e também o que há de mais bonito nas relações cotidianas.

É mais fácil ter o distanciamento necessário para questionar as autoridades quando o rosto da força policial é o de um oficial sério e duro, por quem você não sente nada senão desprezo. Mas, como desafiar com o mesmo tom implacável quando o responsável por investigar um crime que lhe afeta diretamente é um ex-colega de escola, um vizinho querido ou um pai de família e respeitado por todos na cidade?

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As famílias desconstruídas, os lares rompidos, as relações de afeto não convencionais, o carinho pelos conhecidos e amigos e os conflitos de classe e gênero... tudo isso está ali e o filme consegue dar um tapa com luva de pelica até mesmo em assuntos como o racismo.

Me agrada muito a forma como o diretor e roteirista conseguiu tratar alguns desses assuntos, embora algumas coisas tenham me incomodado - por mais que algumas delas talvez tenham sido colocadas ali justamente para incomodar. O bom humor e a naturalidade com que se trata o preconceito, como se ele fosse natural e parte da sociedade por direito, é a primeira delas. A segunda é o retrato de futilidade e burrice com que trata algumas das mulheres da história, mostradas como oportunistas e desprovidas de raciocínio, ao mesmo tempo.

Um contraste enorme com a protagonista, que encara o momento da vida em que está vivendo com pulso fime e um controle emocional impressionante, mostrando que, para contar uma história triste, você não precisa necessariamente retratar uma mãe chorando desesperada a perda da filha enquanto toca ao fundo uma música triste.

"Três Anúncios Para um Crime" não é um filme pra fazer você chorar, embora seja um drama. É um retrato imperdível de uma sociedade, de um tipo de crime, da vida como ela é.

Três Anúncios Para Um Crime | Trailer legendado e sinopse

Depois de meses sem a polícia dar um fechamento para o caso do assassinato de sua filha, Mildred Hayes (Frances McDormand) toma uma ação ousada ao solicitar a instalação de três anúncios gigantescos na beira de uma das estradas de sua cidade com mensagens direcionadas a William Willoughby (Woody Harrelson), o chefe de polícia da cidade. O caso complica mais quando Dixon (Sam Rockwell), segundo em comando na polícia e que tem uma inclinação para violência, se envolve, o que deixa a batalha entre Mildred e a justiça de Ebbing mais intensa.

Vingadores: Guerra Infinita | Novo trailer legendado e sinopse

Conforme os Vingadores seguem protegendo o mundo de ameaças grandes demais para um herói combater sozinho, uma nova ameaça surge das sombras cósmicas: Thanos, um déspota de infâmia intergalática. Seu objetivo é reunir as seis Jóias do Infinito, artefatos antigos de poder inimaginável, e utilizar elas para impor sua vontade perversa sobre toda a realidade. Todas as lutas dos Vingadores os levaram até aqui, o destino da Terra e toda a existência do universo nunca foi tão incerto.

A Máquina De Lembranças | Trailer oficial e sinopse

Carolyn Dunn (Julia Ormond), uma viúva, acaba de descobrir a maior invenção deixada por seu falecido marido, Gordon Dunn (Martin Donovan), um aparelho capaz de extrair, gravar e transmitir as memórias de uma pessoa.

Peter Dinklage e Jamie Dornan protagonizarão “My Dinner with Hervé”

A mais nova produção da HBO Films será estrelada por ninguém menos do que o adorado Tyrion, de Game of Trones. Ao lado do Mr. Gray, da franquia "Cinquenta Tons de Cinza", Peter Dinklage viverá o ator Hervé Villechaize, na produção “My Dinner with Hervé”.

Inspirada em uma história real, "My Dinner With Hervé" conta a improvável amizade que nasceu entre o jornalista Danny Tate (Dornan) e o famoso ator anão francês Hervé Villechaize (Dinklage), que começa com um pedido de entrevista e termina em uma noite de loucuras em Los Angeles. O encontro terá consequências que mudará a vida dos dois.

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O filme será produzido pela HBO Films, com base na história escrita por Sacha Gervasi (O Terminal, Hitchcock) e Sean Macaulay (Voando Alto), e conta com direção de Gervasi.

Dinklage e Gervasi também atuam como produtores executivos, ao lado de Steven Zaillian (The Night Of, da HBO), e os coprodutores executivos são Richard Middleton, Ross Katz, Jessica de Rothschild, Garrett Basch e David Ginsberg.

My Dinner with Hervé é um filme original da HBO e entra na programação do canal no dia 24 de novembro, às 22h.