Tom Hanks - Café com Filme

Crítica do filme Walt nos Bastidores de Mary Poppins | Não é o que parece...

Confesso que assim que soube que de alguma forma Mary Poppins seria lembrada no cinema, já fiquei ansiosa para conferir o filme. Não pude assistir ao filme original na estreia (já que ele é de 1964 e eu sou de 1986), mas esses 22 anos que me separam da estreia do filme, não me fizeram sentir menos emoção por ter que assisti-lo em casa.

Walt nos Bastidores de Mary Poppins” conta a história real da acirrada queda de braço entre Walt Disney e a escritora P. L. Travers — autora do livro Mary Poppins — para que a história saísse do papel e fosse para as telonas.

A jornada de Walt Disney pelo direito de filmar Mary Poppins começou no momento em que suas filhas pediram para que seu livro favorito virasse um longa-metragem. No decorrer dessa história que durou 20 longos anos, Disney tenta convencer Mrs. Travers a vender os direitos autorais do livro para cumprir a promessa que fez as suas filhas.

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A premissa principal do filme é justamente mostrar a dificuldade do relacionamento entre Walt Disney e Mrs. Travers e como esse relacionamento originou o aclamado Mary Poppins, campeão de bilheteria na época e ganhador de 5 Oscars.

Quem em sã consciência não gosta da Disney?

Antes de tudo, devo começar falando especialmente de Mrs. Travers. Sim, chamo-a dessa forma, pois em diversas cenas a autora de Mary Poppins exige respeito para aqueles que não são próximos. Essa mesma característica ela exercita para com os outros ao não se direcionar a desconhecidos pelo primeiro nome.

Mrs. Travers, interpretada por Emma Thompson, chega a ser chata, quase irritante. É sisuda, quase não sorri, intolerante e oscila o filme todo entre a arrogância e a fragilidade. Esse jeito reservado transparece até em suas vestimentas, que geralmente são terninhos bem alinhados e com cores escuras. Não faz questão de gostar de nada e de ninguém, tampouco que gostem dela.

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Após um tempo de indecisão a escritora resolve ir a Disney. Chegando lá temos claros sinais de que ela tem uma aversão ao universo do Mickey e seus colegas. Notamos o quão chata ela é, ao impor algumas condições para ceder os direitos de sua personagem, tais como a ausência de canções e animações no filme — que são a alma dos filmes da Disney.

Um filme para fãs

A primeira cena já começa com a versão instrumental da música Chim Chim Cher-ee, e assim que tocou, voltei à minha infância e me deixei levar completamente pelo filme. Por várias vezes fiquei com os olhos marejados e a cada música que tocava, que reconhecia ser da trilha de Mary Poppins, as lembranças de quando assisti ao filme original voltavam a mente.

O longa foca na vida da escritora, acompanhando duas histórias paralelas, que ajudam o espectador a entender melhor a carreira e o jeito de Mrs. Travers. Não só isso, os fatos apresentados no enredo vão se entrelaçando e aos poucos é possível compreender muitos mais sobre Mary Poppins.

Em algumas cenas, viajamos para a Austrália e somos apresentados ao drama da família Goff. Dentre os membros da família, o filme foca especificamente, no patriarca, interpretado por Collin Farrell e a garotinha Ginty, vivida por Annie Rose Buckley, a loirinha de apenas 11 anos manda muito bem, sendo destaque por diversas vezes e tem tudo para dar certo no mundo do cinema.

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Nas tomadas que se passam na Austrália, a fotografia é linda, os cenários, as cores usadas, figurino, tudo está impecável. O capricho com que as cenas foram feitas, me dão a mesma impressão quando assisto à Mary Poppins, cada cena foi cuidadosamente feita, para que nada saísse errado.

Apesar de não ser uma pessoa muito fácil, P. L. Travers acaba vendendo o direito de seu livro à Disney, mas isso não é nenhuma surpresa, afinal o filme original vai completar 50 anos. O curioso é que apesar de o longa tratar sobre a Mary Poppins e a Mrs. Travers o desfecho do filme tem uma surpresa inusitada, totalmente relacionada ao título original.

Prepare a caixa de lenços

Apenas por curiosidade, “Walt nos Bastidores de Mary Poppins” foi o terceiro filme autorizado filmado na Disneylandia, e apesar de a Disney lançar inúmeros filmes, este foi o primeiro a retratar o empresário Walt Disney.

Eu como fã de Mary Poppins que sempre fui, já estou contando os dias para que seja lançado a versão especial de 50 anos e também no aguardo do Blu-ray deste que fui assistir hoje, pois tudo que se refere a Mary Poppins e a Disney me atraem bastante. 

Para os que não são fãs ou que não conhecem a história de Mary Poppins, talvez seja um tanto maçante aguentar a chatice da escritora, porém o filme pode ter umas sacadas e reviravoltas que surpreendem. Vale pelo espetáculo, visual e a visita aos estúdios Disney.

Resultado do Screen Actors Guild Awards 2014

No último sábado (18), a TNT transmitiu o SAGA 2014, evento que visa oferecer prêmios especiais aos atores e elencos de filmes e séries com base no julgamento dos próprios atores.

Veja quais foram os indicados e vencedores das principais categorias relacionadas a filmes do SAGA 2014 (Screen Actors Guild Awards).

Resultado do Globo de Ouro 2014

Confira os indicados e os ganhadores das categorias de longa-metragens que apareceram no Globo de Ouro 2014.

MELHOR FILME DE DRAMA

Vencedor

12 Anos de Escravidão

Walt nos Bastidores de Mary Poppins | Trailer legendado e sinopse

A autora P. L. Travers escreveu os livros de Mary Poppins, mas não queria seu trabalho transformado em filmes. Quando ela viaja de Londres para Hollywood para discutir a ideia que Walt Disney tinha de colocar a personagens nas telonas, Disney encontra dificuldades para discutir sobre o projeto.

Durante esse tempo em que ficou na Califórnia, Travers pensa sobre sua infância na Austrália — um tempo difícil que serviu de inspiração para ela escrever seu livro. Ainda que relutante, Travers percebe que o estúdio tem seus motivos para querer fazer o filme.

Capitão Phillips | Trailer legendado e sinopse

Do diretor de "O Ultimato Bourne" e com Tom Hanks, ganhador do Oscar, no papel principal, Capitão Phillips conta o drama vivido pelo homem que comandava o MV Maersk Alabama. O filme baseado em fatos reais mostra como piratas somalis sequestraram o capitão e conseguiram assaltar um navio de cargo americano - fato inédito nos últimos 200 anos. 

Crítica do filme A Viagem | Tudo está conectado, mas nem tudo se conecta

O cinema nos levou a muitas jornadas nos últimos tempos. Tivemos “As Aventuras de Pi”, “O Hobbit” e, por último, “A Viagem”. Venho hoje contar como foi minha experiência com essa mais recente, uma obra que leva o espectador em uma viagem através do tempo para conhecer como a história da humanidade é conectada.

Eu estaria mentindo se relatasse que o mais recente longa dos Wachowski não me deixou curioso e ansioso para descobrir o que tanto havia neste universo mágico. Também, não posso negar que depois de longas três horas de projeção e uma verdadeira confusão de fatos, o filme me deixou sem respostas e muito pensativo.

Roteiro ambicioso, mas com conexões complicadas

Se você ainda não conferiu o filme, vale uma breve explicação. Em “A Viagem”, você é levado a presenciar uma série de acontecimentos com personagens aleatórios que vivem em diferentes épocas. Não se trata de um longa que leva uma história até um ponto e a conecta com a próxima. Também não é um filme montado com uma ordem cronológica bem definida.

A ideia do filme em abordar diferentes histórias em épocas passadas, presente e futuras não é ruim. Todavia, o que percebi é que na tentativa de abraçar tudo, o roteiro do filme acaba não comportando cada capitulo do todo com riqueza de detalhes – algo que gera uma confusão depois de uma hora e tanto de projeção.

Além disso, ao misturar as histórias de forma aleatória, “A Viagem” deixa o espectador muito perdido, pois muitas vezes demora para que uma das linhas seja retomada e é fácil se perder em meio a tantas informações.

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Na tentativa de criar uma ligação entre os acontecimentos e dar o tom de continuidade, o longa-metragem aproveita os mesmos atores para que o público também reconheça essa conexão através do tempo. Assim, para que os personagens fiquem convincentes, o filme abusa a todo momento da maquiagem.

A ideia é boa, mas a execução nem tanto. Resultado? Muitas vezes, você pode se pegar olhando para a falta de capricho nas maquiagens. Felizmente, os figurinos são de qualidade, de modo que não é possível encontrar um personagem fora de época.

A arte é a base de Cloud Atlas

Apesar da confusão no roteiro e das maquiagens pouco convincentes, “A Viagem” é um filme que impressiona pelos visuais. A fotografia ambiciosa deixa o público interessado em conhecer o que há de místico por trás de cada cenário. A ambientação futurista é muito boa, bem como os acontecimentos no passado conseguem levar o espectador em uma jornada inusitada.

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A trilha sonora do filme é simplesmente emocionante. O tema principal que leva o mesmo nome do título do longa é incrivelmente bem trabalhada. As demais composições também são coerentes com a história e deixam o filme completo.

Se você prestar muita atenção, no fim do filme, você dificilmente vai encontrar uma moral ou uma conexão em tudo, mas isso não é ruim. “A Viagem”, apesar de tudo, é uma bela obra de arte que tem diversas lições a ensinar. Para mim, a principal é de que o humano não tem fé em si próprio, que sempre vamos acabar nos estragando e que é preciso de um pouco mais de amor para fazermos esta viagem juntos.