Crítica do filme A 5ª Onda

Tá na hora do mundo acabar mesmo

por
Fábio Jordan

21 de Janeiro de 2016
Fonte da imagem: Divulgação/Sony Pictures
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 4 min

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Eu gosto de filmes de alienígenas. E, como diria meu ídolo Fox Mulder: "eu quero acreditar". Quero acreditar que a verdade está lá fora. Mais do que isso, eu quero acreditar que novos filmes interessantes do gênero chegarão ao cinema.

Foi com essa esperança que fui ao cinema para ver “A 5ª Onda”. Sim, eu sabia que o filme jamais desenvolveria uma trama sensacional para chegar ao nível de alguns episódios de “Arquivo-X”, até porque ele é baseado em uma obra voltada ao público teen, mas eu não costumo julgar um filme pelo trailer (talvez eu deveria).

Baseado no livro homônimo, o longa dirigido por J Blakeson mostra um futuro caótico, em que seres de outro planeta invadiram a Terra e destruíram com tudo em uma série de ondas de ataque.

Depois de quatro ondas devastadoras, a Terra está aos pedaços. Contudo, uma quinta onda está vindo e a sobrevivência é algo quase impossível. Cassie (Chloë Grace Moretz) está fugindo, desesperada para salvar seu irmão mais novo. Acho que ela deveria se preocupar mesmo em salvar o roteiro antes de qualquer coisa, aliás, vamos falar disso.

Clima de apocalipse acertado

Antes de mergulharmos de cabeça nesse tsunami que foi a trama, algumas ressalvas sobre a execução do filme são importantes. Primeiro, temos a questão dos atores. O elenco não é ruim e temos alguns nomes conhecidos como Nick Robinson, Liev Schreiber e Maria Bello entre alguns dos papéis principais.

A introdução do filme é maneira, dando a noção de que a gente vai ver um mundo destruído à la “Eu sou a Lenda” ou “The Last of Us”. Isso realmente acontece, toda a ambientação do filme é bem bolada e mostra que o projeto não é de baixo orçamento. A trilha sonora também funciona legal, com uma mistura sensata de sons de outro mundo e uma composição original que te convida a embarcar na aventura.

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De forma geral, o visual até que é caprichadinho. Rolou algum empenho na hora de pensar na retratação dos cenários devastados. A parte colorida é regulada justamente para enfatizar a desgraça instaurada no planeta. Enfim, o filme se esforça em vários pontos pra tentar atrair a atenção do público.

Já deu de filme juvenil, né?

Não é por nada não, mas esse negócio de adaptar livros com pouco conteúdo inteligente já cansou. Ok, dá dinheiro e os produtores estão felizes, mas não dá pra ficar judiando do público com umas histórias que insultam a inteligência do espectador. Eu não sei se a obra de Rick Yancey é bem como tá na película, mas o filme não vai ajudar a vender livros não...

Previsibilidade e irracionalidade são palavras que definem bem o rumo da trama do filme “A 5ª Onda”. Enquanto o filme estiver rolando, você vai se perguntar várias vezes “mas por que diabos esses ETs são tão burros?”, “como assim a criançada manja de dar tiro?”, “por que economizaram em alguns efeitos?” ou “o que eu to fazendo nessa sala de cinema?”. Não vou nem entrar em outros detalhes da trama, porque não vale a pena.

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Moral da história: o ingresso só vale pra ver a Chloë Grace Moretz mesmo, que, tadinha, tem pegado muitas buchas em sua carreira. É claro que tem gosto pra tudo e talvez os teens adorem o filme, mas esse filme passa longe de ser uma boa aventura ou boa ficção.

É isso minha gente, passa ano, chega ano, mas os filmes juvenis com roteiros furados não param de aparecer. Sinceramente, se você faz muita questão de ver “A 5ª Onda” ainda nos cinemas, minha dica é para não ir com muita esperança de ver um grande filme. E desejo de verdade que nem role continuação. O mundo já tá cheio de filmes ruins.

Fonte das imagens: Divulgação/Sony Pictures

A 5ª Onda

Depois de 4 ataques dos ETs, só os mais fortes sobreviverão à 5ª Onda!

Diretor: J Blakeson
Duração: 112 min
Estreia: 21 / jan / 2016