Crítica do filme De Pernas Pro Ar 3

O prazer da risada

por
Nicole Lopes

11 de Abril de 2019
Fonte da imagem: Divulgação/Globo Filmes
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 5 min

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A franquia De Pernas Para o Ar retorna às telas de cinema com o mesmo objetivo: ocasionar prazer através da risada. Com um novo olhar e direção de Júlia Rezende (Meu Passado Me Condena), as aventuras de Alice Segretto (Ingrid Guimarães) não perdem o ritmo cômico e dão espaço para temas feministas na obra. 

Com o sucesso da Sex Delícia, Alice faz um tour pelo mercado internacional de sex shop. Longe da família, o sentimento de saudades e de culpa por não participar da rotina e da educação dos seus filhos, faz com que Alice tome uma decisão inesperada: a sua aposentadoria ou, como alguns preferem, período sabático longe do trabalho.

No entanto, tudo vira do avesso quando um novo produto criado por Leona (Samya Pascotto), uma jovem empreendedora, conquista o mercado ao prometer trazer o prazer à distância.

A mesma receita com ingredientes novos

Provido de diálogos hilariantes, o terceiro filme da série é mais do mesmo. Sem nada para surpreender, o público continua acompanhando a trajetória da workholic Alice como empreendedora de sucesso no ramo de sex shop, que deixa a sua família em segundo plano.

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Longe de querer trazer algo novo, os conflitos de Alice giram novamente em torno do seu trabalho e a sua família, o que todos já esperam. Contudo, pautado no presente momento, o filme traz assuntos atuais, como a tendência do mercado digital e o sentimento de se sentir ultrapassado, o terror dos empreendedores do século XXI.

Nesta pegada, uma nova personagem surge na história, Leona, uma jovem empreendedora com uma visão inovadora sem medo de apostar em produtos digitais. Sem realmente agregar algo diferente para o filme, Leona é a versão workholic e bloguerinha de Alice nos tempos modernos.

Outro personagem que ganha espaço é Paulinho (Eduardo Melo), que invés de conquistar o carisma do público torna o seu papel cansativo e superficial, o que poderia ser a versão brasileira de Peter Kavinsky (Noah Centineo) no filme “Para Todos os Meninos Que Já Amei”, vira um garoto mimado sem nenhum atrativo. 

Um novo olhar

Apesar do terceiro filme não trazer novidades no enredo, é o primeiro filme da franquia a ser dirigido por uma mulher. Sob a direção de Júlia Rezende, que também fez parte da direção do seriado brasileiro “Coisa Mais Linda”, com a participação de Ingrid Guimarães no roteiro e a presença de mulheres na produção, o longa foge de comédias convencionais, que se utilizam da visão machista para fazer algo cômico.

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Longe de ser uma comédia estereotipada de duas mulheres com pensamentos diferentes competindo entre si, se converte para um filme prazeroso de assistir, especialmente para nós, mulheres. Sem querer perder tempo com intrigas que cansam e não ocasionam surpresa nenhuma, Rezende aposta na diferença de visão de mundo das antagonistas para exaltar a temática feminista, de forma leve e engraçada.

Dessa forma, a história traça dilmeas da mulher moderna e concretiza ainda mais a característica principal da franquia: o prazer de ter mulheres empreendendo.

Sem inovar na história, mas sem perde o lado cômico o terceiro filme garanta risadas e empodera ainda mais

Não satisfeitas de aumentar a visão feminina na produção da franquia,  a pré-estreia do filme em Curitiba contou com a presença de Maria Paula Fidalgo, que em entrevista para o Café com Filme comentou sobre esse novo olhar e direcionamento do De Pernas Para o Ar 3.

Fonte das imagens: Divulgação/Globo Filmes

De Pernas Pro Ar 3

A terceira vez é sempre a melhor

Diretor: Julia Rezende
Duração: 108 min
Estreia: 11 / Abr / 2019
Nicole Lopes

À procura do mundo invertido