Crítica do filme Evereste
A prova máxima da estupidez humana
O planeta Terra é recheado de locais absurdamente lindos, mas muitos desses cenários paradisíacos são inacessíveis. Entretanto, uma região de difícil acesso pode ser o desafio perfeito para alguns exploradores que buscam superar seus limites.
Montanhas como o Evereste e o K2 são alguns dos lugares mais requisitados pelos aventureiros, que pensam que a natureza não pode detê-los, mas a história já provou que o perigo é constante.
O filme Evereste vem para mostrar como são as coisas na vida real. Este longa documenta a jornada de dois grupos de expedição que resolvem desafiar a montanha mais alta do mundo, mas a coisa pode ficar muito feia quando eles são surpreendidos por uma das maiores avalanches já registradas.
Um retrato impressionante dos preparativos e das situações mais severas no meio desta jornada pelos caminhos mais sinuosos da montanha, os escaladores terão de enfrentar obstáculos quase impossíveis em busca de sobrevivência.
Com base em uma história real, a coragem dos protagonistas desta aventura é testada por um dos fenômenos mais severos do planeta. Um filme que traz Jason Clarke, Josh Brolin, Robin Wright, Michael Kelly, Sam Worthington, Keira Knightley, Emily Watson e Jake Gyllenhaal no elenco, não tem como dar errado!
As pessoas adoram ver filmes que retratam desastres de proporções catastróficas e vibrar com os atos heroicos dos personagens que sobrevivem a tais eventos. Pois bem, em Hollywood, nem mesmo os mais poderosos terremotos e tsunamis conseguem deter a coragem de algumas pessoas. Acontece que na vida real, nem sempre a história tem final feliz.
Evereste tem uma abordagem diferente, mostrando o que acontece quando as pessoas resolvem superar seus limites em condições inadequadas para o ser humano. O filme mostra desde o encontro dos aventureiros antes da escalada, mostrando quem eles são e quais são seus objetivos, até os momentos mais tensos durante o percurso.
É justamente nos primeiros momentos do filme que podemos conferir as histórias de vida de cada personagem e o que eles estão fazendo ali. No fim, fica claro que essas pessoas nasceram com espírito aventureiro e querem muito mais do que apenas viver uma vida ordinária. Para alguns protagonistas, os perigos do dia a dia não são nada comparados ao Evereste.
O mais curioso é ver que tem pessoas que largam a felicidade, a família e os amigos apenas para tentar conquistar o topo do mundo. Dá para sacar muita coisa com os diálogos do filme, principalmente a questão dos profissionais que fazem excursões na montanha e ganham mais de 60 mil dólares por visitante. Pois é, tem gente que paga pra morrer.
Deixando de lado as questões de escolha dos protagonistas, temos aqui um filme que retrata muito bem os perigos do Evereste. O longa-metragem foi rodado na montanha e por isto o resultado fica ainda mais palpável. A dificuldade em reproduzir as cenas é um ponto que vale a ser destacado, já que todo o processo de filmagem foi abalado pelas condições do local.
O resultado não poderia ser diferente. Temos aqui uma experiência cinematográfica única, que coloca a plateia frente a frente com um dos maiores perigos da natureza. A sensação é de pavor em alguns momentos, com grandes abismos e ventos de altíssima velocidade soprando na cara. Isso fica ainda mais emocionante em uma sala IMAX ou 4D.
A montagem do filme foi primorosa, dando a impressão de que estamos conferindo o caso real. Claro, o mérito é principalmente dos atores, que fizeram ótimos trabalhos atuando em cenários tão gélidos, mas os enquadramentos e a fotografia ajudam muito. A trilha sonora também tem papel fundamental, deixando a plateia ainda mais tensa.
Evereste é um filme diferente, com uma história simples (e muito indignante em alguns pontos), mas que é bem interessante. Temos aqui a prova máxima da estupidez humana, pois mesmo sabendo os riscos elevados, que podem resultar em finais muito infelizes, o homem tenta se superar, mas aí é cada um com seu sonho.