Crítica do filme Milagres do Paraíso

Para além da religião

por
Lu Belin

02 de Maio de 2016
Fonte da imagem: Divulgação/Sony Pictures
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 4 min

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Os Beam são a típica família média norte-americana. Kevin e Christy Beam, interpretados por Martin Henderson e Jennifer Garner, têm três filhas, as meninas Abbie, Anna e Adelynn, e vivem uma vida feliz e pacata em uma ampla fazenda nos arredores de Dallas, no Texas.   

Envolvidos com a comunidade e membros devotos da igreja católica, eles têm sua vida inteira virada do avesso quando a pequena e carismática Anna (Kylie Rogers) começa a apresentar sintomas de uma doença que ninguém sabe ao certo qual é.  

O roteiro de "Milagres do Paraíso", longa dirigido por Patricia Riggen e escrito por Randy Brown, é baseado na história da verdadeira família Beam, que ficou famosa nos Estados Unidos por sua trajetória de luta contra a doença de Anna – não daremos spoilers, então você quiser se aprofundar nos motivos, é fácil encontrar a explicação no Google.   

É claro que o próprio nome do filme já entrega um pouco o ouro da trama, mas saber o desfecho não necessariamente estraga a experiência, uma vez que todo o desenrolar da história é bastante interessante.   

O arroz com feijão do drama 

A fórmula de "Milagres do Paraíso" é bastante simples: uma história dramática, uma trilha sonora básica, mas que funciona, e um bom elenco. O resultado é uma produção que não traz grandes novidades, mas proporciona uma experiência até bastante agradável e termina sendo bem redondinho.  

Milagres do Paraíso

Cumpre sua promessa: é um filme que vai levar o público às lágrimas, mas sem inovar nem se destacar em quesitos técnicos. O principal fator que contribui nesse sentido é a escolha do elenco.  

Martin Henderson e Jennifer Garner estão bem convincentes – a própria Jennifer talvez seja um dos grandes chamarizes do filme para o público não religioso. A menina Kylie Rogers também vai bem no papel de Anna, mostrando que tem talento.  

Milagres do Paraíso

Entre os personagens menos centrais, destaque para a participação de Queen Latifah como a garçonete Angela, e para o Dr Nurko de Eugenio Derbez. Ambos são personagens essenciais para a história e trazem pitadas de bom humor e descontração, tornando o desenrolar do roteiro mais leve e descontraído, proporcionando alguns alívios cômicos para uma história que consegue ser bem triste.  

Roteiro emocionante 

Também pelo nome, fica bem claro que Milagres do Paraíso tem uma relação íntima com a religiosidade. Desde as primeiras cenas, o longa já revela o engajamento da família Beam com a igreja católica e sua participação bastante ativa nas atividades da comunidade cristã. 

Por isso, para quem gosta de histórias envolvendo religião, Milagres do Paraíso é um filme altamente recomendado. Traz um roteiro que se entrelaça diretamente com discussões sobre fé, crença e persistência e cenas inseridas especialmente para discutir a relação dos personagens – e as pessoas que eles representam – e a vida religiosa. 

Milagres do Paraíso

Por outro lado, são justamente essas cenas em que a religião está mais presente que podem incomodar um pouco quem não busca um filme cristão. Em alguns  momentos, não há como escapar de um discurso típico da missa de domingo. Mas, não são muitas as cenas com esse enfoque e isso não invalida Milagres do Paraíso mesmo para quem não é católico ou não curte muito o estilo pendendo para o Gospel.  

O longa é bastante sensível e tem um roteiro emocionante e envolvente, embora não seja lá muito surpreendente. É possível se deixar cativar pelos personagens e chorar muito com a história dos Beam, independente da sua crença religiosa.  

Fonte das imagens: Divulgação/Sony Pictures

Milagres do Paraíso

Toda fé precisa ser provada

Diretor: Patricia Riggen
Duração: 109 min
Estreia: 21 / Apr / 2016
Lu Belin

Eu queria ser a Julianne Moore.