Crítica do filme Os Meninos Que Enganavam Nazistas

Mais sorte que juízo

por
Lu Belin

06 de Agosto de 2017
Fonte da imagem: Divulgação/Paris Filmes
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 5 min

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Quando os apoiadores do regime nazista chegamà França e ocupam Paris, toda a comunidade de judeus da capital francesa fica ameaçada. Entre as famílias que decide fugir para não sofrer o massacre imposto por Hitler e seus aliados, está a dos Joffo.

Ao perceber que resistir pode ser um grande perigo e lutar fica ainda mais ameaçador, os pais Roman (Patrick Bruel) e Anna (Elsa Zylberstein) decidem dividir a família e enviar os filhos, dois a dois, para a zona neutra italiana.

Em “Os Meninos Que Enganavam Nazistas”, acompanhamos a jornada dos dois caçulas dos Joffo, Jo (Dorian Le Clech) e Maurice (Batyste Fleurial), que partem sozinhos com um mapa muito detalhado de tudo o que devem fazer e dos caminhos que devem percorrer até chegar ao destino final.

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Com direção e roteiro de Christian Duguay, o longa-metragem francês é uma adaptação da história original escrita pelo próprio Joseph Joffo - que, assim como Maurice, ainda vive. Assim, baseado em fatos reais e com os devidos floreios proporcionados pela linguagem cinematográfica e também pela própria memória dos meninos que viram essa história acontecer.

Isso não é uma historinha infantil

É comum encontrarmos no cinema histórias reais do Holocausto contadas a partir de pessoas que de fato viveram o pior genocídio da história. Sem pensar muito, já consigo pensar em “Lore”, em “A Viagem de Fanny”, que estreia também em agosto de 2017. Sem falar em filmes de outros gêneros, como “O Labirinto do Fauno”.

Como muitas dessas pessoas ainda eram crianças quando tudo aconteceu, o relato pode facilmente ganhar um tom quase fantástico.

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No caso de “Os Meninos Que Enganavam Nazistas”, a reconstrução da trajetória dos protagonistas até que ganha um tom bem realista, embora em alguns momentos você se pegue se perguntando “mas será que é possível que isso tenha acontecido de verdade?”.

Afinal de contas, como assim os pais mandam duas crianças pequenas sozinhas para atravessar o país em plena zona de Guerra Mundial?

O legal de utilizar esse tipo de viés, por um lado, é poder ressaltar coisas tão obviamente erradas e cruéis que aconteceram e que a gente, adulto, às vezes naturaliza como se fossem ok. Por outro, isso pode acabar afetando um pouco sobre o público que vá ver o filme depois.

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Fato é que desde o momento em que a caminhada começa até o minuto em que sobem os créditos, o roteiro caminha de forma que intercala vários picos de clímax e instantes de calmaria.

Entre tensões e alívios constantes, o filme acaba se tornando um pouco cansativo se você não estiver com bastante disposição.

Pelos prados e campinas

Se tem um ponto do qual os irmãos Joffo podem se vangloriar é das incríveis paisagens naturais que viram durante sua aventura da vida real.

A pé e de carona, eles atravessam algumas das regiões mediterrâneas mais lindas, com estradinhas charmosas, e montanhas e vales de tirar o fôlego. Em “Os Meninos Que Enganavam Nazistas”, foi feito um retrato de toda essa beleza natural com muito esmero, com tomadas amplas e takes que acompanham os meninos nesses espaços de ângulos que reforçam a imponência da natureza ainda que em um cenário de guerra.

A paleta de cores sépia também ajuda muito na hora de tornar o filme bonito de se ver e dar o tom histórico necessário para contar a jornada dos Joffo.

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E os meninos dão um show na hora de dar vida aos irmãos. Ambos são bastante iniciantes em suas carreiras, mas fazem um excelente trabalho de atuação!

Em resumo, vários aspectos fazem de “Os Meninos Que Enganavam Nazistas” um belo retrato histórico que merece sua atenção, principalmente se for fã de filmes ambientados durante a Segunda Grande Guerra.

Fonte das imagens: Divulgação/Paris Filmes

Os Meninos Que Enganavam Nazistas

Siga em frente, não olhe para trás

Diretor: Christian Duguay
Duração: 110 min
Estreia: 3 / Ago / 2017
Lu Belin

Eu queria ser a Julianne Moore.