Crítica do filme X-Men: Apocalipse

Sem medo de enfrentar o mundo

por
Fábio Jordan

18 de Maio de 2016
Fonte da imagem: Divulgação/20th Century Studios
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 5 min

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Os filmes dos X-Men no cinema já viraram uma verdadeira novela e o público, muitas vezes, ficou dividido com algumas das histórias apresentadas na telona — ainda mais com algumas decisões polêmicas que colocaram o futuro da série em risco.

Felizmente, a Fox conseguiu recuperar a moral com os títulos “Primeira Classe” e “Dias de Um Futuro Esquecido” — principalmente com a viagem temporal do último longa-metragem—, o que deixou muitos céticos esperançosos quanto ao desfecho dessa nova trilogia.

Para garantir o bom andamento da coisa, Bryan Singer (lembrando que ele dirigiu os dois primeiros filmes lá no começo dos anos 2000) toma as rédeas novamente e tenta levar a história para uma conclusão épica, com direito a um embate com um dos principais vilões da franquia: o Apocalipse.

Pois é, apelação é a palavra de ordem no novo capítulo. Sem saber como vai ser a reação do público, a Fox resolveu chegar com os dois pés no peito e soltar todos os especiais do chefão num filme só para não ter erro. Sinceramente, eu acho que deu bem certo.

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Assim, para quem curte ação e embalou legal no título anterior, “X-Men: Apocalipse” chega como uma conclusão espetacular, com muita ação e unindo várias pontas soltas. Para os fãs dos quadrinhos, talvez alguns excessos acabem diminuindo a empolgação. Bora falar mais desse filme que tem poderes de causar discussões.

Trama amarrada, mas enrolada

Se você acompanhou as notícias e trailers do filme, na certa já deve manjar um mínimo da história (até porque o teaser no final do filme anterior já tinha dado essa dica). O filme começa lá no Egito Antigo, quando somos introduzidos ao primeiro — e mais poderoso — mutante: Apocalipse.

Esse cara azulado acumulou poderes ao longo dos anos, tanto que ele acabou se tornando imortal e invencível. Só que, depois de um sono de beleza de milhares de anos, o cara acordou boladão com a palhaçada que tá rolando na Terra (e com razão, né?).

A parte bacana no desenvolvimento da trama de “X-Men: Apocalipse” é que ela consegue agregar uma tonelada de informações sem criar elos forçados ou sem deixar pontas soltas. Toda essa história do Apocalipse é contada em detalhes e, aos poucos, o filme tenta convencer a plateia sobre os planos do personagem.

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Paralelamente, o longa tenta juntar as pontas com o que sobrou no fim de “Dias de Um Futuro Esquecido” e apresentar alguns mutantes já conhecidos. De fato, a introdução de tantos personagens faz o filme virar uma grande salada mista, só que isso se faz necessário, principalmente se a gente pensar no vilão em questão.

Apesar de apresentar argumentos para a presença dos personagens, o filme acaba exagerando na dose, principalmente com o Wolverine de volta aos holofotes. Às vezes, dá a impressão que tem cena que está ali para encher linguiça. O resultado é um longa-metragem compridão, que pode saturar pelo excesso de coisas. Contudo, não dá pra negar que teve vários mutantes que ficaram legais, como o Noturno e a nova Sansa Jean Grey.

Sobrou poder, faltou dinheiro

Bom, se a história acerta em boa parte, a execução talvez peque em alguns pontos. Veja bem, o filme se sustenta muito nos efeitos especiais, até porque a gente tá falando de mutantes que usam poderes insanos. Até aí, nada de extraordinário, porque isso já é terreno comum na franquia. Só que, o Apocalipse chega pintando e bordando na telona, o que deixou as coisas meio exageradas.

Antes mesmo de conferir o filme nas telonas, eu já tinha a impressão de que a maquiagem do Apocalipse não estava lá essas coisas. No cinema, o cara fica amedrontador, até porque ele é gigante e tem muitos poderes assustadores, mas a aparência azulada de Blue man ainda não convenceu legal. Sabe aquela coisa de “tá ok, mas poderia ficar melhor”? Então...

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Tudo bem, do jeito que ficou, o filme já mostra muita ação e, pelo menos, exploraram muitas das habilidades do vilão. Só que dava para ficar ainda mais interessante se ele não ficasse tão parecido com um cosplay. Usar efeitos adicionais para fazer o personagem voar e realmente tomar conta da tela é o tipo de ousadia que faltou aqui.

Felizmente, o que falta de um lado, acaba sobrando de outro. A ação do filme é frenética em várias partes, os mutantes estão liberando seus poderes constantemente e, na moral, o Mercúrio arrasa novamente. É o tipo de coisa que deu certo e tem que continuar, porque isso dá um diferencial bacana para a película.

Bom, é isso aí, o novo filme dos X-Men vai dividir opiniões, mas felizmente a Fox enfrentou o mundo com ousadia e fechou legal a trilogia. Não é um filme perfeito, não é o melhor filme dos X-Men, mas é divertido. Se duvidar, a Fox consegue alinhar mais sequências, até porque um filme desses tem o poder de fazer chover dinheiro. Veja no cinema pra ficar empolgadaço!

Fonte das imagens: Divulgação/20th Century Studios

X-Men: Apocalipse

O mutante original com poder para a todos aniquilar

Diretor: Bryan Singer
Duração: 143 min
Estreia: 19 / May / 2016