Crítica do filme A Visita | Shyamalan volta às origens, mas exagera na comédia

O famoso diretor M. Night Shyamalan é um cara bem legal, que já nos apresentou grandes obras em "O Sexto Sentido", "Sinais", "Corpo Fechado" e alguns outros que dividem opiniões.

Só que nos últimos anos, ele errou feio, errou rude em várias ocasiões, principalmente com coisas como “Depois da Terra” e “O Último Mestre do Ar”, projetos que fogem das áreas que ele domina: terror e suspense.

Foi pensando nisso (e talvez porque nenhuma produtora tava botando fé nos projetos dele) que ele mesmo resolveu dar a volta por cima. Em “A Visita”, ele é o diretor, roteirista e produtor, justamente para mostrar que ele está disposto a voltar às origens.

Neste filme, um irmão e uma irmã vão passar uma semana na fazenda dos avós (que eles ainda não conheciam). Acontece que logo eles descobrem que os avós estão envolvidos em algo perturbador, e aí que a porca torce o rabo e que você pula da cadeira.

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Quer saber se presta e não quer ler tudo? Bom, dá pra adiantar que o filme acerta legal, tanto como obra de terror quanto como filme de comédia. Não é o filme mais sinistro do pedaço, mas, se você gosta do gênero, é provável que encontre aqui um filme divertido e recheado de sustos.

História coerente, execução meia-boca

A primeira coisa que é preciso ressaltar é que o roteiro de “A Visita” é bem construído. A história é um bocado simples, o que facilita na hora de dar explicações. Quase tudo é mostrado ao público, apesar de que você talvez encontre um ou outro furinho de roteiro (nada grave também).

Com uma trama que tenta justificar o porquê de ter câmeras amadoras filmando o tempo todo, o espectador pode ter a impressão de que o diretor estava com preguiça de assumir o comando.

O filme é todo comandado pelas crianças, que mostram tudo em primeira pessoa. Ok, as orientações de Shyamalan deixam o resultado com qualidade e aceitável, mas é um estilo de filmagem sofrível. Ainda que o elenco não seja conhecido, as atuações ajudam a deixar o andamento da coisa mais interessante.

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Sinceramente, esse tipo de projeto já se mostrou ruim no passado, com poucas exceções de sucesso. Enquanto ele pode ser útil em algumas cenas para fazer a plateia pular de susto, ele também pode atrapalhar toda a parte cinematográfica da coisa.

É aquela velha história: sequências tremidas, falta foco, não há um  acompanhamento com detalhes de alguns momentos importantes e o roteiro precisa ficar dando voltas para mostrar como as crianças estão lidando com as câmeras.

A parte boa é que a plateia fica tensa em muitas situações, pois o filme leva a crer que algo muito ruim vai acontecer a qualquer momento – e sempre rola aquela surpresa nas viradas de câmera.

Terror na medida, mas a zoeira tá exagerada

Eu sinceramente não sei qual era a ideia que o diretor M. Night Shyamalan teve ao encabeçar o filme “A Visita”, mas como diretor-escritor-produtor de terror/suspense, o cara tem se mostrado um belo de um comediante.

No geral, tem vários momentos tensos e você vai ficar sempre esperando pelo pior. Não vou mentir, muitos momentos são realmente assustadores e acredito que o diretor provou que ainda domina a arte do susto.

A questão do roteiro também não deixa a desejar nesse ponto, porque o suspense é constante e há uma boa amarração nos fatos. O desenrolar da coisa é progressivo e a reviravolta (o tal do plot twist) da coisa vale a pena!

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Acontece que, para tentar deixa o filme mais light, Shyamalan optou por abraçar de vez o alívio cômico. Nesse ponto, o ator-mirim Ed Oxenbould é o destaque da película, graças ao seu estilo engraçado e o papel apropriado, recheado de rimas e piadinhas.

Essas partes do filme são legais e dá pra rir de verdade – o garotinho é realmente engraçado. O problema é que a repetição nesta ideia acaba estragando as poucas situações de terror.

Enfim, só acho que há uma divergência entre o que é vendido e o que vemos no cinema. O filme segue bem o que as pessoas adoram ver nos cinemas (o tal do jump scare é a alma do negócio) e isso não é a mesma coisa que o diretor já mostrou ser capaz de fazer no passado.

A Visita” é o filme de terror que merecemos, mas não o que queremos.

Água Negra (2002) | Trailer oficial e sinopse

Uma mãe divorciada e sua filha de 6 anos se mudam para um novo apartamento. A fase que já era complicada fica ainda mais tensa quando coisas bizarras começam a acontecer, principalmente com os vazamentos de água que inundam o local. A coisa fica ainda mais feia quando esta mãe corajosa resolve investigar o que está acontecendo.

O Chamado | Trailer oficial e sinopse

Uma estranha fita de vídeo contém cenas apavorantes com uma garota em situações aleatórias. Todos aqueles que assitem ao vídeo recebem uma ligação inesperada, onde uma gravação anuncia que a pessoa vai morrer em sete dias. Até agora, ninguém escapou, mas descobrir a verdadeira história sobre a menina que parece ter sido assassinada pode ser a chave para continuar vivo.

Crítica do filme A Colina Escarlate | Suspense inteligente com muita arte

Filmes de fantasmas sempre tendem para clichês, com cenas de sustos e histórias repetitivas. Geralmente, essas obras focam no terror, com abordagens assustadoras sobre algum local sombrio e casos bizarros de mortes.

A Colina Escarlate” não é esse tipo de filme. O trailer tenta vender uma ideia, mas o próprio diretor e até mesmo a introdução do longa já tentam desvincular esse tipo de conceito, levando a plateia a ter as expectativas alteradas para uma trama mais complexa.

Edith Cushing (Mia Wasikowska) é uma jovem escritora que sonha em ter suas obras levadas aos quatro cantos do mundo, mas tudo muda quando ela se apaixona por um estranho sedutor que a leva para morar numa mansão rodeada de mistério.

A casa fica numa montanha isolada, onde o barro de cor vermelho-sangue jorra do chão. O lugar repleto de segredos vai assombrá-la para sempre, misturando seus sentimentos em trevas e loucura. É ali que ela encontrará a verdade por trás de Colina Escarlate.

Tão assustador quanto dramático

A Colina Escarlate” é um suspense muito acima da média, que entrega uma história com muitos meandros, deixando o espectador compenetrado no desenrolar dos fatos, sempre atento aos mistérios do local assombrado por muitas histórias — que até poderiam dar outros filmes.

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No centro da trama, dois personagens roubam a cena: Thomas Sharpe (Tom Hiddleston) e Lucille Sharpe (Jessica Chainstain). Com atuações competentes, os dois são cruciais para adicionar o enigma necessário à obra narrada por Cushing.

Os residentes da mansão dividem espaço com os fantasmas, que são assustadores e conseguem deixar os desavisados mais atentos aos fatos. Os efeitos visuais de qualidade são de suma importância aqui, já que dão consistência à parte mais sinistra do filme. As criaturas lembram um pouco o que vimos em Mama, mas apenas leves referências são aproveitadas.

Apesar de bater repetidamente na tecla do mistério, o filme tem um viés muito dramático, que é tecido em uma colcha de retalhos com recortes de várias histórias relacionadas à colina escarlate. A forma de apresentação de alguns antecedentes pode parecer apressada, mas há aspectos mais importantes colocados em primeiro plano.

A arte de Guillermo del Toro

A atmosfera de suspense construída em “A Colina Escarlate” se deve principalmente à mente criativa do diretor e roteirista que já nos conquistou com outras tantas obras rodeadas de toques artísticas — o Labirinto do Fauno que o diga.

Neste filme, del Toro prova mais uma vez que é capaz de combinar fatos circunstanciais e visuais de forma atraente. Ambientes envoltos em mistério são o alicerce desta história, mas o visionário por trás deste longa-metragem consegue agregar ainda mais valor ao camarote tensão com uma minúcia de detalhes que deixam o filme mais sinistro.

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Cenários dominados pela penumbra, figurinos que se sobressaem em meio a neve, criaturas amedrontadoras, muitos closes e diálogos de uma elegância sem igual ajudam nas pinceladas da obra que equilibram suspense e drama. Talvez, o filme só fica devendo realmente na parte sonora, já que temos aqui o uso de alguns conceitos já batidos.

A meu ver, o diretor também parte para um dinamismo mais chamativo, com cenas mais rápidas e agressivas. Isso se dá tanto no desenrolar de alguns acontecimentos quanto na conclusão, sendo quase impossível não relacionar a pegada mais enérgica com algumas visões similares que vemos em videogames.

A Colina Escarlate” é um filme para ficar ligado em tudo que acontece. As chances de você sair satisfeito do cinema são grandes, já que o filme amarra bem as pontas e destoa do grande volume de títulos semelhantes que prometem muito e cumprem pouco. Enfim, mais do que recomendado!

Rigor Mortis | Trailer oficial e sinopse

Chin Siu-ho era um ator de sucesso,  mas, depois que sua esposa o abandonou, ele fica deprimido e pensa em se suicidar. Ele se muda para um prédio de apartamentos em ruínas, mais especificamente para o quarto 2442. Lá, depois de ouvir uma mensagem gravada deixada por seu filho, Chin tenta se enforcar.

Sua ação chama a atenção das fantasmas gêmeas que assombram o apartamento, e elas possuem seu corpo. É nesta hora que Lau, um caçador de vampiros aposentado, arromba a porta, corta  a corda e exorciza os espíritos do corpo de Chin.

Apesar de ser salvo, o ex-ator logo descobre que não terá uma vida tranquila no local, já que as gêmeas fantasmas não eram as únicas criaturas sinistras do lugar. Conversando com os vizinhos, Chin descobre que o local guarda muitos segredos e vai tentar ajudar os vizinhos a combater estas criaturas.

Garota Sombria Caminha Pela Noite | Trailer legendado e sinopse

Coisas estranhas acontecem em Bad City. Uma cidade fantasma iraniana, lar de prostitutas, viciados, cafetões e outras almas sórdidas. Um reduto de depravação e falta de esperança, onde uma vampira solitária persegue os habitantes mais repugnantes. Mas quando um garoto conhece uma garota, uma história de amor incomum começa a florescer... vermelha como o sangue.