Andréa Beltrão - Café com Filme

Romance (2008) | Trailer oficial e sinopse

Pedro (Wagner Moura) é um ator e diretor de teatro, que se apaixona por Ana (Letícia Sabatella), também atriz, ao contracenar com ela a peça "Tristão e Isolda". O namoro deles é afetado pelo posterior sucesso dela na TV, impulsionado pela empresária Fernanda (Andréa Beltrão). Além disto, ao gravar um especial de TV, Ana conhece Orlando (Vladimir Brichta), um ator por quem se apaixona.

Crítica do filme Hebe Camargo – A Estrela do Brasil | Contra a censura!

Uma das mais famosas ex-apresentadoras do SBT, foi com certeza, Hebe Maria Monteiro de Camargo Ravagnani, que faleceu aos 83 anos, em 2012. Chegando aos cinemas nesse período politicamente sombrio em que vivemos, ”Hebe Camargo – A Estrela do Brasil” não é apenas mais uma biografia que conta a história de superação de uma brasileira.

O longa aborda um viés diferente, limitando-se a citar a infância da apresentadora em apenas uma frase, justificando sua predileção por aqueles que estavam passando dificuldade no Brasil dos anos 80. Aliás, muitas cenas pontuais servem apenas para detalhar algum aspecto da personalidade de Hebe, sendo pouco relevantes no contexto geral do filme. A regra de “mostre, não conte” é levada a risca, o que torna o ritmo do longa desgastante.

Dirigido por Maurício Farias e com roteiro de Carolina Kotscho,  “Hebe Camargo – A Estrela do Brasil” mostra a transição da ditadura para a democracia na década de 1980, com um recorte da vida da apresentadora durante seus programas nas emissoras Band e SBT.

Gracinha

Sem receios, o filme já começa num tom desafiador aos censores da ditadura, mostrando que Hebe não se acovardou e sempre falou o que pensava, mesmo sendo ameaçada constantemente. A famosa frase que está presente até mesmo no trailer “A Hebe não é de direita, a Hebe não é de esquerda. A Hebe é direta” resume totalmente o longa.

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Outro aspecto bastante valorizado é a Hebe que lutava a favor das minorias, defendendo ativamente os direitos e o respeito a comunidade LGBT, exigindo a participação de travestis e da icônica participação da modelo transexual Roberta Close, interpretada pela atriz (também trans) Renata Bastos.

O afeto que Hebe tem com seu amigo e cabeleireiro Carlucho (Ivo Müller), uma vítima da AIDS em um período em que a desinformação era predominante, também é abordado de forma pontual. A impressão é que o roteiro foi construído com diversos retalhos da vida de Hebe para que o espectador construa uma colcha da forma que preferir.

A Grande Família

Talvez as cenas da vida particular de Hebe sejam as que chamem mais atenção do público. A responsável por interpretar Hebe é Andrea Beltrão, e não é exagero dizer que ela encarna de corpo e alma o papel. Longe dos holofotes, Hebe sofria com as agressões, ciúme desproporcional e machismo de seu segundo marido, Lélio Ravagnani (Marco Ricco). Justificando suas atitudes com “eu faço isso porque te amo e não sei viver sem você”, adiciona o homem abusivo no bingo de coisas atuais que o filme busca retratar.

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Sua relação com o filho e o sobrinho também são abordadas. Seu amor por Marcelo (Caio Horowicz) é palpável, filho único fruto da relação com o primeiro marido, Décio Capuano (Gabriel Braga Nunes), apenas mais um pai ausente. E o sobrinho Claudio Pessutti (Danton Mello), sempre incentivando a tia Hebe a não se rebaixar e sonhar alto.

Outro aspecto pouco conhecido pelo público é o quanto Hebe bebia. Em quase todas as cenas fora do programa ela está bebendo ou pedindo uma bebida, inclusive sofrendo consequências como perda de memória devido a embriaguez.

Vale ressaltar que Andrea Beltrão fez um excelente trabalho ao personificar Hebe, emprestando seu talento para apresentar uma pessoa, sem tentar imitar seus trejeitos. Sempre extravagante, extrovertida e muito animada, sua caracterização é um dos pontos altos do longa. Inevitável notar o patrocínio das jóias Vivara, necessárias para retratar a riqueza de Hebe com fidelidade.

A gente volta já, já

Longe de ser um filme perfeito, seu discurso e temas pontuais são o que tornam “Hebe Camargo – A Estrela do Brasil” relevante nos dias de hoje. O espectador é transportado a um tempo passado, talvez tão bem reconstruído e interpretado que se sobrepõem ao momento atual.

Entretanto, o ritmo é lento, sem um desenvolvimento digno da personalidade e personagem retratada.  Sobretudo no segundo ato, lembra mais um seriado do que um longa, que por sinal acontecerá em Janeiro de 2020, na Globo, como um desdobramento desse filme.

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De qualquer maneira, vale a pena conferir a história de uma mulher que teve coragem de fazer seu trabalho da forma que quis, derrubando diversas barreiras e tornando-se uma personalidade que será sempre lembrada com carinho por todos os telespectadores que acompanharam seus programas.

Com Cine Passeio, Curitiba resgata tradição de cinemas de rua

Depois de mais de uma década com seus cinemas concentrados unicamente em shopping centers, Curitiba volta a ter um estabelecimento do tipo fora dos agitados centros comerciais. Inaugura nesta quarta-feira (27/3) em Curitiba o Cine Passeio, novo complexo cultural da cidade, com duas salas de cinema e estrutura para formação audiovisual e inovação na área da economia criativa.

O complexo retoma o conceito dos cinemas de rua que deixou de existir em 2005, quando o último do tipo fechou suas portas, e faz referência a duas antigas salas de Curitiba, os cines Luz e Ritz. Com capacidade para 90 pessoas, as novas salas foram equipadas com modernos sistemas de projeção e sonorização e prometem não ficar devendo a nenhum outro da cidade.

Além das duas salas, o complexo possui uma sala multiuso com 110 lugares (Estúdio Valêncio Xavier), a Sala Video On Demand (que se refere a consumo de conteúdos digitais), espaços para cursos, uma unidade do coworking público municipal Worktiba e, no terraço, uma área para exibições a céu aberto e um espaço coberto para eventos. No local também funcionará uma cafeteria.

Sobre o prédio

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O investimento no projeto foi de R$ 9,5 milhões, recurso captado pela Prefeitura por meio de comercialização de cotas de potencial construtivo. Com área de 2.597 m², o Cine Passeio ocupa uma edificação histórica, classificada como Unidade de Interesse Especial de Preservação (UIEP), que foi totalmente restaurada e adaptada para receber as atividades culturais dentro do programa Rosto da Cidade.

Programação de inauguração

Para a inauguração, a Rua Riachuelo será interditada na noite da quarta-feira (27). A festividade começa do lado de fora do prédio, quando a fachada será usada como tela para a projeção de imagens que fazem referências à história do cinema mundial. A sessão inaugural será no dia seguinte, na quinta-feira (28/3), às 20h, com a exibição do filme "Albatroz" e as presenças do diretor Daniel Augusto e dos atores Alexandre Nero e Maria Flor.

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A partir de sexta-feira (29/3) entra em cartaz uma programação de lançamentos e filmes inéditos, nacionais e estrangeiros. As sessões têm horários variados e os ingressos poderão ser adquiridos na bilheteria a R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia-entrada), com preços promocionais entre segunda e quarta-feira. As sessões especiais de inauguração, no dia 28, serão divididas - uma sala será fechada para convidados, a outra receberá público pagante, e os ingressos podem ser adquiridos a partir das 18h30 na bilheteria do local.

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Veja a programação de inauguração

Sala Ritz

Albatroz
(Brasil/Israel, nacional, 2017, suspense, 93’)
Casado com Catarina, Simão se apaixona pela atriz judia Renée, com quem viaja a Jerusalém. Ali o fotógrafo registra um atentado terrorista e se torna mundialmente famoso, porém muitos disparam críticas à sua atitude: em vez de tentar evitar a tragédia, preferiu fotografar.
Elenco: Alexandre Nero, Andréa Beltrão, Maria Flor, Camila Morgado
Direção: Daniel Augusto
Classificação Indicativa: 12 anos
Estreia: 28/3 – 20h (abertura oficial das salas de exibição)
Data e horário: 29/03 a 03/04 – 14h45 - $ 16 | 8

Suspíria: A Dança do Medo
(EUA, leg, 2018, suspense/terror, 152’)
Susie Bannion, uma bailarina americana, vai para a prestigiada Markos Tanz Company, em Berlim. Assim que ela chega, Patricia desaparece. Tendo um progresso extraordinário com a orientação de Madame Blanc, Susie faz amizade com outra dançarina, Sara, que compartilha com ela todas suas suspeitas obscuras.
Elenco: Dakota Johnson, Tilda Swinton, Doris Hick
Direção: Luca Guadagnino
Classificação Indicativa: 16 anos
Data e horário: 29/3 a 3/4 – 17h30 - $ 16 | 8

Vox Lux: O Preço da Fama
(EUA, leg, 2018, drama, 170’)
Celeste (Natalie Portman) é uma menina que sobrevive após uma grande tragédia, o que a torna conhecida nacionalmente. Após um tempo, ela se lança como cantora e alcança o estrelato.
Elenco: Natalie Portman, Jude Law, Stacy Martin, Raffey Cassidy
Direção: Brady Corbet
Classificação Indicativa: 16 anos
Data e Horário: 29/3 a 3/4 – 20h15 - $ 16 | 8

Sala Luz

Um Banho de Vida
(França, leg, 2018, Comédia, 122’)
Bertrand está no auge dos seus 40 anos e sofre de depressão. Depois de usar uma série de medicamentos que não surtiram nenhum efeito, ele começa a frequentar a piscina do bairro em que vive. Lá ele conhece outros homens com histórias semelhantes à sua.
Elenco: Mathieu Amalric, Guillaume Canet, Benoît Poelvoorde
Direção: Giles Lellouche
Classificação Indicativa: 14 anos
Data e horário: 29/3 a 3/4 – 15h - $ 16 | 8

Uma Viagem Inesperada
(Brasil, leg, 2018, Drama, 86’)
Pablo é um engenheiro argentino que mora no Brasil. Ele trabalha como responsável pela criação de uma nova plataforma de petróleo numa empresa localizada no Rio de Janeiro. Porém, quando seu filho passa por um problema, Pablo retorna em busca de soluções.
Elenco: Pablo Rago,Tomás Wicz, Débora Nascimento
Direção: Juan José Jusid
Classificação Indicativa: 14 anos
Data e horário: 29/3 a 3/4 – 17h45 - $ 16 | 8

Happy Hour: Verdades e Consequências
(Argentina, leg, 2018, Comédia, 115’)
Após um acidente, Horácio muda completamente suas perspectivas de vida e decide confessar para sua esposa, Vera, que deseja ter relações com outras pessoas, embora ainda queira continuar o casamento.
Elenco: Letícia Sabatella, Pablo Echarri, Luciano Cáceres
Direção: Eduardo Albergaria
Classificação Indicativa: 14 anos
Data e horário: 29/3 a 3/4 – 20h - 16 | 8

Sessão da Meia-noite

Morto Não Fala
(Brasil, nacional, 2018, terror, 110’)
Plantonista de um necrotério, Stênio possui um dom paranormal de se comunicar com os mortos. Porém, quando essas conversas revelam segredos sobre sua própria vida, o homem ativa uma maldição perigosa para si e todos a sua volta.
Elenco: Daniel de Oliveira, Fabíula Nascimento, Bianca Comparato, Marco Ricca
Direção: Dennison Ramalho
Classificação Indicativa: 16 anos
Data e horário: 29/3 (sexta-feira) – meia-noite
Local: Salas Luz e Ritz - $ 16 | 8

Cinema a céu aberto

Estômago
(Brasil, nacional, 2007, Drama, 110’)
Raimundo Nonato é um migrante nordestino que chega à cidade grande em busca de oportunidade. Aprende a profissão de cozinheiro, na qual se desenvolve e recebe uma melhor oportunidade de trabalho. Sua vida se complica ao se envolver com a prostituta Iria.
Elenco: João Miguel Serrano, Fabíula Nascimento, Babu Santana, Carlo Briani
Direção: Marcos Jorge
Classificação Indicativa: 16 anos
Data e Horário: 30/3 (sábado) – 19h30
Local: Terraço - $ 50

Mostra Glauber Rocha - 80 Anos

30/03   - 15h Palestra Glauber Rocha - 80 anos, com Fernando Brito                                     
             - 17h Exibição do filme Barravento                                       
31/03    - 17h Deus e o Diabo na Terra do Sol                                   
02/04    - 19h Terra em Transe                                
03/04    - 19h O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro                                 
04/04    - 19h O Leão de Sete Cabeças                                 
05/04    - 19h A Idade da Terra
Local: Estúdio Valêncio Xavier                                 
Entrada gratuita

Sessão Matinê

Tito e os Pássaros
(Brasil, nacional, 2018, Animação, 73’)
O filme conta a história de um menino que é responsável, junto com seu pai, por achar a cura para uma doença que é contraída após a pessoa tomar um susto.
Elenco: Pedro Henrique, Marina Serretiello, Matheus Solano, Enrico Cardoso
Direção: Gustavo Steinberg/Gabriel Bitar/André Catoto
Classificação Indicativa: livre
Data e horário: 31/3 (domingo) – 10h30
Local: Salas Luz e Ritz - $ 16 | 8

CINE PASSEIO | Endereço: Rua Riachuelo, 410 – Centro (esquina com a Rua Presidente Carlos Cavalcanti)

Hebe - A Estrela do Brasil | Trailer oficial e sinopse

Hebe Camargo (Andréa Beltrão) se consagrou como uma das apresentadoras mais emblemáticas da televisão brasileira. Sua carreira passou por diversas mudanças ao longo dos anos, mas foi durante a década de 80, no período de transição da ditadura para a democracia, que Hebe, ao 60 anos, tomou uma decisão importante. A apresentadora passou a controlar a própria carreira e, independentemente das críticas machistas, do marido ciumento e dos chefes poderosos, se revelou para o público como uma mulher extraordinária, capaz de superar qualquer crise pessoal ou profissional.

Crítica do filme Albatroz | O sonho de um clique perfeito

O brasileiro é o tal do cão vira-lata mesmo — com todo respeito aos dogs sem pedigree, que nada têm a ver com essa história —, que sempre gosta de se menosprezar e de falar mal de tudo que tem origem em nosso país. Isso já acontece em debates das mais variadas esferas, mas a história vai de mal a pior quando falamos em filmes.

No caso da indústria cinematográfica, só Hollywood é incrível, perfeita e insuperável. Ok, é válido admitir nossas limitações, porém é bom constatar que nem tudo na vida é uma competição, sendo que há produtoras de todas as partes do mundo que fazem esforços constantes para fazer diferente da indústria americana. E mudar a forma de abordagem e produção não significa ser pior.

Eis o xis da questão, muitos roteiristas, diretores e produtores não querem e nem tentam competir para serem “melhores” do que os grandes estúdios, até porque não existe razão para isso. Todavia, qualquer ponto fora da curva já dá a impressão para muitos espectadores que o nível está aquém do esperado, já que a base é sempre os efeitos mirabolantes de Hollywood.

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Assim, no meio de tantas produções, de vez em quando temos um filme inusitado e surpreendente como é o caso de “Albatroz”. Não se trata de uma cópia, tampouco de uma adaptação, mas sim de um filme que se inspira no que há de mais notório em vários filmes de qualidade para criar algo único, que é nosso e que surpreende em inúmeros aspectos.

Que viagem é essa véiii?!...

Começo minha crítica com essa abordagem justamente para você seguir o seguinte conselho: quebre a barreira do preconceito, dando uma chance para este filme que tem muito a mostrar do nosso potencial. Dito isso, vamos a um breve resumo:

Simão (Alexandre Nero) ficou famoso após fotografar um atentado terrorista em Jerusalém. Devido às polêmicas, ele desiste da carreira, mas quer achar uma forma de fotografar sonhos. Paralelamente, ele vê seu casamento com Catarina (Maria Flor) em ruínas por conta de um caso com Renée (Camila Morgado), mas tudo piora quando uma ex-namorada (Andrea Beltrão) entra na jogada e o coloca numa armadilha.

Como você pode ver, nem mesmo a sinopse e o trailer conseguem dar uma noção exata do filme. Temos diversos momentos da vida de Simão, muitos personagens e uma série de coisas acontecendo em paralelo. E, para piorar, tem essa história do sonho que fica confusa. Contudo, acho válido lembrar que “A Origem” trabalha com esses conceitos e consegue se explicar, então muita calma nessa hora.

Sem precisar entrar muito em detalhes, eu considero a história de “Albatroz” única, mas não espere um roteiro esmiuçado, pois a intensão aqui é — como diria Tom Zé — te confundir pra te esclarecer. O script segue de forma não linear, num vaivém bem louco dos fatos e tudo guiado por uma história paralela sobre uma escritora e uma investigação de um assassinato.

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Sim, você leu corretamente, além de toda a bagunça da sinopse, o fio condutor do filme não é um narrador confiável, mas uma série de pistas embaralhadas que são conectadas aos poucos. No fim das contas, tudo faz certo sentido, mas o filme deixa margem para interpretação, o que é excelente para fugir do lugar comum. Contudo, esteja avisado, que temos aqui um título conceitual.

Uma experiência audiovisual

De forma muito sagaz, o roteiro que se apoia bastante na profissão de Simão usa de cenas que abusam dos flashes — talvez até demais, sendo que é importante deixar o alerta para pessoas fotossensíveis —, dos cliques repetitivos e dos ajustes de foco. Tudo isso que vem a calhar para causar certo desconforto no público, bem como garante uma metalinguagem coerente com as sessões fotográficas do filme.

Entra em ação também uma edição caprichada, que alterna rapidamente entre momentos de lucidez, takes fotográficos e viagens por várias realidades, o que colabora para compor a narrativa e deixar a gente vidrado na trama. E por edição eu falo tanto da parte visual quanto sonora, já que o filme trabalha muito com cenas de ação e momentos em que o personagem se guia puramente pela audição.

Ainda que não adentre nos códigos de programação, é interessante perceber como a história nos sugere algo nos moldes de “Matrix” (sem comparar efeitos ou história, apenas no sentido mais amplo da ideia), que flerta com as concepções de “A Origem” e também que deixa a gente paranoico, como se estivéssemos acompanhando uma viagem derivada de “Pi” (filme preto e branco, lá de 1998).

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Vale pontuar dois outros aspectos geniais do filme: a direção magistral, que precisa alternar constantemente seus conceitos para acompanhar o ritmo louco da história (e temos então um filme que ousa em vários sentidos) e também a cromologia (estudo de cores) ímpar que se destaca para nos fazer ficar atentos às diferentes dimensões dessa viagem. Uma investida very crazy dos idealizadores!

Acho válido comentar ainda sobre as ótimas performances do elenco, com Nero sendo um verdadeiro mago dos sonhos. O cara entra nesse mundo de loucura de cabeça e se mostra disposto a delirar junto a trama, de modo que ele nos guia muito pelo universo de loucura e logo não sabemos distinguir realidade e paranoia.

Obviamente, Andrea Beltrão, Camila Morgado e Maria Flor também contribuem de forma essencial para criar esse clima de confusão, sendo que elas dividem o tempo de tela de forma quase igualitária - e é interessante ver um protagonismo meio dinâmico. Temos também Andréia Horta como colaboradora em momentos-chave, sendo que o elenco feminino de alta competência é algo que nos convence a embarcar na viagem de Simão.

No fim do dia, a experiência de “Albatroz” é pra lá de inusitada e vem para mostrar as grandes ideias que temos por aqui. Talvez, a confusão excessiva e as lacunas podem dar margem para que parte do público fique meio perdida na história, mas eu particularmente vejo isso como uma oportunidade para gente refletir e para nosso cinema evoluir. Enfim, embarque nessa jornada e aproveite a sessão fotográfica.

Albatroz (2018) | Trailer oficial e sinopse

Casado com Catarina, Simão se apaixona pela atriz judia Renée, com quem viaja a Jerusalém. Ali o fotógrafo registra um atentado terrorista frustrado. As fotos tornam Simão mundialmente famoso, porém disparam críticas à sua atitude: em vez de tentar evitar a tragédia, preferiu fotografar. Simão sucumbe à depressão e abandona a fotografia. Enquanto tenta salvar seu casamento, é procurado pela ex-namorada de adolescência e primeiro amor, Alicia, que o convida a realizar seu desejo de fotografar os sonhos no laboratório da neurocientista Dra. Weber. A aventura artístico-científica, porém, logo se revela uma terrível armadilha. Incapaz de saber se está sonhando ou acordado, Simão enfrenta aterradores fantasmas do passado e teme estar sendo usado em uma sinistra conspiração política de consequências potencialmente catastróficas.

Sueño Florianópolis | Trailer legendado e sinopse

Anos 90. Florianópolis é um dos destinos favoritos dos argentinos nas férias. Um casal de meia idade, Lucrecia (Mercedes Morán) e Pedro (Gustavo Garzón) estão prestes a se divorciar de pois de 22 anos de matrimônio. Porém, antes de decidirem acabar o casamento os dois resolvem viajar com seus filhos adolescentes de Buenos Aires para Florianópolis em um velho carro sem ar condicionado. Na estrada, conhecem um casal brasileiro com quem dividem momentos, romances e experiências inusitadas em um verão inesquecível.

Cazuza - O Tempo Não Pára | Trailer oficial e sinopse

Inspirado no emocionante e corajoso depoimento Só as Mães São Felizes, de Lucinha Araújo (Marieta Severo), mãe de Cazuza (Daniel de Oliveira), o filme abrange pouco mais de dez anos da vida louca, vida breve do cantor – do início de sua carreira no Circo Voador, em 1981, ao estrondoso sucesso e shows apoteóticos com o Barão Vermelho, a carreira solo, a relação com os pais, amigos, amores e paixões, e a coragem com que enfrentou os últimos anos, vítima de HIV, até sua morte, em 1990.

Sob Pressão (2016) | Trailer legendado e sinopse

Em um dia bastante tenso, com um cenário típico de guerra, os médicos de um hospital público, acostumados com uma dura realidade, vão ter que enfrentar mais uma tensa decisão quando três pacientes em estado grave precisam de socorro ao mesmo tempo. Com poucos recursos, eles precisam atender a todos e lidar com as pressões sociais daquela situação.

Chatô - O Rei do Brasil | Trailer oficial e sinopse

Chatô" traz uma versão romantizada da vida de Assis Chateaubriand, magnata da comunicação e fundador dos Diários Associados, considerado o responsável pela chegada da televisão ao Brasil. A vida de Chateaubriand é analisada a partir de um AVC, que o faz delirar com um julgamento, onde antigos amores e desafetos se unem para o acerto de contas.