Leandra Leal - Café com Filme

Crítica do filme La Vingança | Uma disputa sem fronteiras

Não é novidade para ninguém a rivalidade entre Brasil e Argentina, especialmente quando o assunto é futebol. Agora, já imaginou uma disputa amorosa?! Quase um pesadelo, mas há males que vem para o bem ou que só gere ótimas histórias para contar posteriormente. É pensando nisso, que “La Vingança” de Fernando Fraiha e Jiddu Pinheiro brinca com a pior angustia do brasileiro: ser trocado por um argentino. 

Com direito à disputa amorosa e futebolística, a comédia nacional com coprodução argentina utiliza-se do sentimento de rivalidade para contar um road movie de dois brasileiros em terras de “inimigo”. 

Na trama, o dublê Caco (Felipe Rocha) planeja pedir a sua namorada Julia (Leandra Leal) em casamento, contudo, o plano sai por água abaixo após ele flagrar ela nos braços de Facundo (Adrián Navarro), um famoso chefe de cozinha argentino. Inconformados com a situação, Caco e Vadão, seu melhor amigo, caem na estrada em um Opala Laranja 72 com uma única missão: limpar a honra do ex-futuro noivo (e do Brasil também). 

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Bem, se você já chorou por alguém que amava e criou planos com o seu melhor amigo de como superar o fim de relacionamento, assim como eu, o filme vai te garantir várias risadas e talvez más lembranças. O que pode parecer uma história redundante, a comédia do La Vingança  diverte o público ao criar um roteiro próximo de quem já sofreu de amor e confiou no seu amigo idiota para sair da famosa “bad trip”. 

No caso de Caco, Vadão assume a responsabilidade de reviver a adolescência com o seu amigo ao mesmo tempo que cria um plano de vingança contra os argentinos.  O  personagem é interpretado pelo comediante Daniel Furlan, que através do estilo nonsense provoca o espectador com suas façanhas um pouco ácidas, porém,  torna o roteiro dinâmico sem perde a graça. 

Apesar de ser uma história previsível que mergulha na rivalidade entre os dois países, o longa evidencia o potencial de coprodução entre Brasil e Argentina, que surpreende na criação de cenários e foge do padrão de comédias nacionais.

Zuzu Angel | Trailer oficial e sinopse

Baseado em fatos reais, conta a história da estilista Zuzu Angel, que teve seu filho torturado e assassinado pela ditadura militar. Ela também foi morta em um acidente de carro forjado pelos militares do exército ditatorial em 1976.

Cazuza - O Tempo Não Pára | Trailer oficial e sinopse

Inspirado no emocionante e corajoso depoimento Só as Mães São Felizes, de Lucinha Araújo (Marieta Severo), mãe de Cazuza (Daniel de Oliveira), o filme abrange pouco mais de dez anos da vida louca, vida breve do cantor – do início de sua carreira no Circo Voador, em 1981, ao estrondoso sucesso e shows apoteóticos com o Barão Vermelho, a carreira solo, a relação com os pais, amigos, amores e paixões, e a coragem com que enfrentou os últimos anos, vítima de HIV, até sua morte, em 1990.

O Homem que Copiava | Trailer oficial e sinopse

André (Lázaro Ramos) tem 20 anos e o segundo grau incompleto. É operador de fotocopiadora na livraria e papelaria J. Gomide, trabalha com Marines (Luana Piovani), no 4º Distrito, em Porto Alegre. Ganha mal, paga as prestações da tv e mora com a mãe. Gosta de desenhar e gosta de Sílvia (Leandra Leal), sua vizinha, a qual ele espia toda noite de sua janela. André precisa desesperadamente de trinta e oito reais para comprar um chambre de chenile para chamar a atenção de Sílvia que é vendedora da loja. Para conseguir se aproximar do seu amor, André tem uma idéia: copia uma nota de 50 reais e consegue trocar por uma nota verdadeira. A partir daí muita confusão acontece com a vida de André, Cardoso (Pedro Cardoso), Sílvia e Marines.

"Bingo - O Rei das Manhãs" é indicado do Brasil para disputar o Oscar 2018

"Bingo - O Rei das Manhãs", de Daniel Rezende, será o indicado do Brasil para concorrer ao Oscar como o Melhor Filme em Língua Estrangeira, da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, cujo evento ocorrerá em 4 de março de 2018. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (15), pela Academia Brasileira de Cinema (ABC).

A escolha foi feita por uma comissão nomeada pela Academia e formada pelo diretor vice-presidente da entidade, Jorge Peregrino, e por mais seis membros: André Carreira, Iafa Britz, David Schurmann, Doc Comparato, João Daniel Tikhomiroff e Miguel Faria Júnior. O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual (SAV), fez o acompanhamento.  

O filme foi escolhido para disputar o Oscar entre 22 candidatos. Também estavam inscritos "A Família Dionti", de Alan Minas, "A Glória e a Graça", de Flávio Ramos Tambellini, "Café – Um dedo de prosa", de Maurício Squarisi, "Cidades Fantasmas", de Tyrell Spencer, "Como Nossos Pais", de Laís Bodanzky, "Corpo Elétrico", de Marcelo Caetano, "Divinas Divas", de Leandra Leal, "Elis", de Hugo Prata, "Era o Hotel Cambridge", de Eliane Caffé, "Fala Comigo", de Felipe Sholl.

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Também concorreram, "Gabriel e a Montanha", de Fellipe Barbosa, "História Antes da História", de Wilson Lazaretti, "Joaquim", de Marcelo Gomes, "João, o Maestro", de Mauro Lima, "La Vingança", de Fernando Fraiha e Jiddu Pinheiro, "Malasartes e o Duelo com a Morte", de Paulo Morelli, "O Filme da Minha Vida", de Selton Mello, "Polícia Federal - A lei é para todos", de Marcelo Antunez, "Por trás do céu", de Caio Sóh, "Quem é Primavera das Neves", de Ana Luiza Azevedo e Jorge Furtado, "Real – O plano por trás da história", de Rodrigo Bittencourt, "Vazante", de Daniela Thomas.

Bozo na telona

O longa-metragem conta a história de Augusto, vivido por Vladimir Brichta, que interpreta Bingo, palhaço e apresentador de um programa infantil de TV que faz enorme sucesso. Frustrado por não ser reconhecido pelo público, o ator passa a se envolver com drogas nos bastidores da produção.

O filme é a cinebiografia de Arlindo Barreto, um dos intérpretes do palhaço Bozo no programa homônimo dos anos 1980. Recentemente, "Bingo" também foi o escolhido para ser o representante brasileiro a disputar uma vaga na categoria de Melhor Filme Ibero-Americano no Prêmio Goya, que acontecerá em fevereiro de 2018. O filme contou com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).

A gente já viu e você pode conferir nossa crítica aqui!

Crítica Bingo: O Rei das Manhãs | Um palhaço muito fuleiro!

O Brasil pode ter inúmeros defeitos, mas é inegável que nossa televisão sempre foi avacalhada ao extremo, o que resultou em várias gerações de bocas sujas e inúmeros memes. Até hoje, a galhofada dos anos 1980 ecoa em nosso cotidiano, sendo que muitos jovens foram moldados na patifaria e zoeira.

Um ícone da TV que marcou a vida de muita gente foi o palhaço Bozo que, apesar de ser voltado para a criançada, acabou conquistando os adultos mais sapequinhas com atrações ousadas, incluindo aí muita bunda remexendo, piadas de duplo sentido e improvisos que arrancavam muita gargalhada.

Agora, o Brasil pode conhecer — de forma fantasiada e superlativa — a vida do artista que sonhava em encontrar seu lugar sob os holofotes e conseguiu a vaga de palhaço mais famoso do Brasil, que aqui recebe o nome de Bingo. Debochado, o ex-astro de pornochanchadas conquista a garotada, mas tropeça nos excessos e se decepciona por ser apenas um anônimo.

Indo direto ao ponto, um filme muito engraçado cheio de bons momentos, que conquista pelo visual datado, mas muito colorido. Então, se a tua pira é diversão, piada suja com gostosas risadas, palhaçada de montão, vida boêmia e uma boa dose de nostalgia, se liga que o Bingo chegou aos cinemas!

Você liga e fala qualquer coisa pro palhaço mais sacana da TV!

Quem vivenciou essa época de programas de auditório com uma criançada louca pra aprontar ao vivo e conferiu a ousadia dos artistas brasileiros sabe bem que foi um período muito descontraído, cômico, zoado e cheio de sacanagem da pesada.

Ter a oportunidade de rever isso na telona após tantos anos é ainda mais engraçado, já que podemos perceber o tamanho da cara de pau de alguns palhaços, até porque era — e ainda é — tudo pela audiência. E que programa seria melhor para levar essa nostalgia às telonas? Pois é, o programa do Bingo é uma reconstrução completa do mito e do cenário em detalhes.

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Felizmente, além de focar bastante no palco, o roteiro também faz desvios constantes para mostrar o palhaço por trás do ator. Afinal, o grande xis deste filme não é mostrar apenas o tom fuleiro da TV, porém também retratar a vida do artista, indo desde seus desafios mais básicos, até a questão do esforço para levar uma cara mais autêntica para a telinha.

A atuação de Vladimir Brichta é a cartada mestra do longa-metragem. Ele domina os palcos, as câmeras, as camas e qualquer outra parada. Até dá impressão de que, tal qual o palhaço, Brichta também parece usar de improviso em várias situações — e se não o faz, seguiu um roteiro tão bem escrito que nos convence de que estamos mergulhados nos anos 1980.

Tal qual um verdadeiro programa de TV, o filme do Bingo é entretenimento — e sacanagem da braba — do começo ao fim

Complementa a trupe nomes como Leandra Leal — num papel chato, porém necessário para o contraponto — e Augusto Madeira, que vira o parceiro quase inseparável de aventuras do protagonista. Seja com uma simples risada ou com algum comentário que complementa a piada, os dois dialogam muito bem o tempo todo. Uma equipe bem entrosada e transada!

Palhaçada tem limite, né?

Ninguém precisa ter assistido ou conhecido o palhaço que inspirou a história do Bingo para saber que, em determinado ponto da trajetória, vai dar ruim. Afinal, filmes biográficos ou ao menos inspirados em eventos históricos geralmente contêm uma carga dramática, seja para ilustrar os deslizes dos famosos ou mesmo para impactar a plateia.

Apesar do sorriso expressivo, até o cartaz do Bingo (que está com o nariz sangrando) já revela esse tom de cagada premeditada. Sim, muito do que acontece é bastante previsível, até porque as “longas carreiras” dos famosos não são muito diferentes, então não é de ficar chocado com as reviravoltas do roteiro.

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Todavia, há aqui um forte argumento para o desenvolvimento de uma frustração incomum entre famosos: a ausência da fama. Apesar de dominar a audiência, o ator por trás da máscara não ficou conhecido, já que o chamariz do programa era o palhaço. É esse misto de insatisfação com muita piada que faz do filme uma verdadeira montanha-russa.

As brincadeiras são constantes no roteiro e até interferem de alguma forma na condução das cenas, porém a direção é bastante planejada e ousada. Daniel Rezende dá um show na condução das câmeras, com direito a planos-sequência muito bem detalhados e ousados. Curioso perceber como ele encontra brechas para cenas tensas e aproveitar isso para inovar.

Bingo não é apenas um dos melhores filmes brasileiros, como uma obra competente entre os tantos títulos gigantes que chegaram aos cinemas neste ano

“Bingo: O Rei das Manhãs” segue bem a cartilha do humor irreverente dos anos 80 e deixa a palhaçada tomar conta de cada detalhe, desde as ótimas cenas em palco, até as festas intermináveis embaladas por muita música festeira. E não se trata de uma pegada escrachada, mas de um tom bastante inteligente e coerente com a história do personagem.

Enfim, resumo da ópera: tem um filmão nos cinemas com um palhaço que conquista toda a criançada e se afunda no esgoto — e eu não estou falando do palhaço IT do Stephen King. E se eu puder te dar um conselho, é o seguinte: a vida já é amarga o suficiente, então corra ver esse filme no cinema para dar boas gargalhadas e pegar umas dicas de como curtir o rolê!

Leandra Leal dirige documentário sobre primeiras travestis do teatro brasileiro

Na última quinta-feira (22), entrou em cartaz nos cinemas brasileiros, por meio da sessão Vitrine Petrobrás, o longa-metragem "Divinas Divas".

Primeiro trabalho de direção da atriz Leandra Leal, a produção contra a história de Rogéria, Jane Di Castro, Divina Valéria, Camille K, Fujika de Halliday, Eloína dos Leopardos, Marquesa e Brigitte de Búzios, os primeiros homens que se travestiram de mulher nos palcos cariocas nos anos 1960, quando o Brasil vivia sob rígida ditadura militar.

"Em 2014, essas artistas completaram 50 anos de carreira, ainda em atividade como cantoras, atrizes e comediantes. São cinco décadas de dedicação radical ao fazer artístico, em que as Divas assumiram sacrifícios enormes e moldaram seu próprio corpo, num gesto libertário que rompe o limite entre a arte e a vida"

Com o objetivo de apresentar suas trajetórias, a equipe técnica do longa-metragem acompanhou o espetáculo, que atua com lugar central na narrativa do documentário. Nele, elas cantam, interpretam e reelaboram as histórias de suas vidas. O show tem um lugar central na narrativa do documentário.

O show

O show Divinas Divas está em cartaz há dez anos no Teatro Rival Petrobras. Para o filme, foi produzida uma versão comemorativa com uma estrutura à altura do potencial artístico das personagens. Gustavo Gasparani, premiado ator e diretor teatral com fortes vínculos com a tradição do Teatro de Revista, é o diretor convidado a conduzir o espetáculo.

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As apresentações foram realizadas orquestra ao vivo em direção musical do produtor Plínio Profeta. Cinco músicos da nova cena executam no espetáculo alguns clássicos pops junto com músicas marcantes das trajetórias das Divas e uma trilha sonora original composta especialmente para a ocasião. O cenário foi elaborado pelo experiente diretor de arte Cláudio Amaral Peixoto.

Diferentes entre si, cada Diva tem um estilo próprio e ainda assim formam um grupo coeso. As canções são sempre espertamente introduzidas por uma história pessoal que acentua a emoção da música. Os números de plateia são engraçados, irreverentes. O espetáculo tem um visual kitsch e um delicioso ambiente nonsense.

"Divinas Divas" está em cartaz nas cidades de Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Niterói, Palmas, Porto Alegre, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador, Santos, São Gonçalo, São Paulo e Teresina

Divinas Divas | Trailer oficial e sinopse

As Divinas Divas são ícones da primeira geração de artistas travestis no Brasil dos anos 1960. Um dos primeiros palcos a abrigar homens vestidos de mulher foi o Teatro Rival, dirigido por Américo Leal, avô da diretora. O filme traz para a cena a intimidade, o talento e as histórias de uma geração que revolucionou o comportamento sexual e desafiou a moral de uma época.

La Vingança | Trailer oficial e sinopse

Após receber a enigmática mensagem “Precisamos conversar”, Caco (Felipe Rocha) resolve fazer uma surpresa para sua namorada e vai pedi-la em casamento, mas acaba encontrando ela com um argentino.

Vadão (Daniel Furlan) o melhor amigo de Caco, arrasta o ex-futuro noivo até a Argentina numa viagem nonsense de busca por vingança. Enquanto Vadão tenta reviver a adolescência com o amigo, Caco segue focado em reconquistar seu amor. Mas nada ocorre como planejado.

O Rastro | Novo trailer oficial e sinopse

João (Rafael Cardoso) é um médico escolhido para coordenar a remoção de pacientes de um antigo hospital prestes a ser desativado. Na noite da transferência, uma menina de dez anos desaparece sem deixar vestígios. Quanto mais João se aproxima da verdade, mais ele mergulha em um universo obscuro, que nunca deveria ser revelado.