No "sequestro" de um filme de kung fu chinês — Tang shou tai quan dao (1972) no qual coreanos praticantes de Taekwondo se opõem aos opressores japoneses — o diretor René Viénet brinca com a luta de classes, redublando o filme e transformado numa peça de propaganda, mostrando como os proletários tentam superar os burocratas violentos e corruptos através da dialética e da subjetividade radical.

Os burocratas se apoiam em teorias lacanianas e foucaultianas para sustentar a perseguição do proletáriado que acredita que o Sistema Capitalista é uma força maior que todos nós, seres humanos, tendo no Estado e na Igreja seus dois braços mais poderosos. A violência é finalmente escolhida por causa da incapacidade dos burocratas de seguir um argumento lógico. O diálogo contém muitas alusões aos revolucionários anticapitalistas (Marx, Bakunin, Wilhelm Reich) e evoca tópicos contemporâneos: disputas sindicais, igualdade de gênero, maio de 68, esquerda francesa e os próprios situacionistas.