Curitiba recebe 5º Festival Olhar de Cinema

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Entre os dias 08 e 16 de junho, a capital do Paraná sediará a quinta edição de um dos principais eventos do cinema independente no país. O Festival Internacional de Cinema de Curitiba, também chamado de Olhar de Cinema, traz uma seleção variada de 90 títulos, provenientes de 30 países, em cartaz em diversos espaços da cidade.

O festival será dividido em nove mostras especiais. Onze títulos fazem parte da mostra principal e todos têm em comum a experimentação e a pesquisa de linguagem, tratando de temas contemporâneos.

Um dos destaques do 5º Olhar de Cinema é a mostra Outro Olhares, que traz produções inovadoras e experimentais. Outra mostra que aborda a experimentação narrativa, mas dessa vez dando prioridade aos primeiros longas-metragens de diretores do mundo todo, é a Novos Olhares.

Há ainda a mostra Mirada Paranaense, dedica a produções locais. Filmes já conhecidos também têm suas mostras. A primeira é a Olhar Retrospectivo, que neste ano escolheu o cineasta Luiz Person para homenagear. Já a mostra Olhares Clássicos traz obras restauradas de grandes clássicos e mestres do cinema mundial.

Para completar a programação, a mostra Exibições Especiais dedica-se a filmes de convidados do evento, e a Mostra Foco, a cineastas com até cinco longas-metragens e pouco conhecidos. O escolhido deste ano é o diretor argentino Matías Piñero.

Paralelamente às exibições, o Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba promove o Mercado de Cinema de Curitiba, desenvolvendo atividades como Seminário de Cinema de Curitiba, Curitiba_Lab e oficinas (Montagem, ministrada, por Karen Akerman; Efeitos visuais e animação 3D, pela escola Escola R.evolution; Curadoria e Programação por Gustavo Beck).

Filmes nacionais

Neste ano, o 5º Olhar de Cinema apresenta 29 títulos nacionais, entre longas e curtas-metragens, com variedade temática e de gênero e vindos de várias partes do Brasil. Os filmes estão presentes em quase todas as mostras e têm muito a contar ao público curitibano.

Os filmes selecionados fazem sua estreia em telas brasileiras durante o festival e, dos sete longas-metragens nacionais, seis deles farão sua estreia mundial. Apenas "Talvez Deserto, Talvez Universo", documentário de Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes já estreou em telas estrangeiras.

Talvez Deserto, Talvez Universo

Na Mostra Principal, entre os longas-metragens em competição estão três títulos que representam bem o que há de novo no cinema nacional. "Eles Vieram e Roubaram sua Alma" é a estreia de Daniel de Bem nos longas-metragens, depois de suas bem-sucedidas experiências com os curtas "Fantasmas da Cidade" e "Pele de Concreto". "O Estranho Caso de Ezequiel", o mais novo filme de Guto Parente, e "A Cidade do Futur"o, que repete a dobradinha do casal Cláudio Marque e Marília Hughes na direção depois de "Depois da Chuva", completam a participação brasileira.

Entre os curtas-metragens selecionados para participar da mostra competitiva estão "Solon" e "A Moça que Dançou com o Diabo", que recebeu menção honrosa no Festival de Cannes, no mês passado. Enquanto o primeiro é um curta experimental, dirigido por Clarissa Campolina, o segundo é um curta de ficção assinado por João Paulo Miranda Maria.

Seis títulos representam o Brasil na Mostra Outros Olhares. Para começar dois longas-metragens: "Carnívora", dirigido por Arthur Tuoto; e "Os Pássaros Estão Distraídos", de João Torres e Diogo Oliveira. Os quatro curtas-metragens que completam a seleção da mostra são "Há Terra", de Ana Vaz; "As Crianças Fantasmas", de João Torres; "A Casa Cinza e as Montanhas Verdes", de Deborah Viegas, e "Ainda Sangro por Dentro", de Carlos Segundo.

Na Mostra Novos Olhares está a única coprodução brasileira do festival com o irmão de língua Portugal. Trata-se do longa-metragem "Talvez Deserto, Talvez Universo", da dupla Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes, que recentemente conquistou vários prêmios com o curta "Outubro Acabou".

Outubro Acabou

Ainda nas exibições nacionais, há os representantes do estado do Paraná. A mostra Mirada Paranaense conta com a presença de um longa e sete curtas. O longa é "A Grande Nuvem Cinza", de Marcelo Muñoz, e os curtas, "MMXII", "Cambié su nombre y seguí hablando de ella sin que lo supiera", "João & Maria", "O Último Retrato", "Noite Púrpura", "Pai aos 15" e "Nada Muda Entre Nós".

Abertura e encerramento com garbo

Para a abertura, o filme escolhido foi a ficção "Operation Avalanche". Dirigido por Matt Johnson, o longa-metragem volta ao ano de 1967, no auge da Guerra Fria e durante a corrida espacial travada pela União Soviética e os Estados Unidos.

Além de assinar a direção, Matt Johnson - que chamou a atenção com seu primeiro longa-metragem "The Dirties", produzido por Kevin Smith, em 2013 e exibido na terceira edição do Olhar de Cinema - também assina o roteiro, em parceria com Josh Boles, e está no elenco do longa-metragem.

Se na abertura aposta em um filme jovem, o 5º Olhar de Cinema também tem em sua seleção títulos que homenageiam aquilo que o cinema trouxe e sobreviveu ao tempo. É a mostra Olhares Clássicos, com filmes que além de ainda estarem na cabeça de quem os assistiu, são indispensáveis para os cinéfilos. 

Ninotchka

A mostra traz grandes nomes da sétima arte, como Lubitsch, Ford, Bresson, Parajanov e Fellini e outros, e tem em sua seleção filmes dos Estados Unidos, França, União Soviética, Itália, Índia e Brasil. Os Estados Unidos estão representados com os títulos "Ninotchka" (1939), de Ernst Lubitsch, com a eterna musa do cinema Greta Garbo na pele da camarada Nina Ivanovna, e "Como Era Verde Meu Vale" (1941), sobre uma família de mineiros no País de Gales e as consequências da industrialização na vida daquelas pessoas.

Quer saber mais sobre as outras mostras do 5º Olhar de cinema e conferir a programação completa e os locais de exibição? Acesse o site do Festival aqui!

Lu Belin

Eu queria ser a Julianne Moore.