Crítica do Filme Projeto Gemini | Um maluco em pedaços

Sob a batuta de Ang Lee, diretor oscarizado de O Segredo de Brokeback Mountain, estrelado pelo multipremiado Will Smith, e sob os cuidados do mega-produtor arrasa-quarteirão e manjador mor dos paranaue, Jerry Bruckheimer , Projeto Gemini parece destinado ao sucesso... Certo?

Apostando em efeitos especiais de alta qualidade e uma nova tecnologia de cinematografia de altíssima definição, o filme entrega o que promete, mas não coloca nenhum adereço na embalagem. O roteiro raso (e um tanto datado) e a direção receosa de Ang Lee não exploram todo o potencial da película, que mesmo assim ainda agrada sem fazer muito esforço.

Com o perdão da brincadeira, em um mar de filmes clones sem qualquer inovação real, qualquer vestígio de criatividade deve ser celebrado e em Projeto Gemini existe muita criatividade por trás das câmeras, infelizmente nem todas essas ideias aparecem na frente das lentes, o que reduz toda a produção a mais um filme de ação. Sem qualquer demérito ao gênero, fica a ressalva de que, mesmo sendo um bom filme de ação, Projeto Gemini não alcança todo seu potencial.

Um maluco no encalço

Rodando por Hollywood desde 1997, a trama de Projeto Gemini parecia muito mais interessante na época em que foi concebida pelo roteirista Darren Lemke do que agora, mais de vinte anos e algumas revisões depois. Como era de se esperar de uma obra que foi reescrita por diferentes mãos, incluindo David Benioff (de Game of Thrones), o produto final sofre de uma esquizofrenia narrativa que afeta em muito o desenvolvimento da história.

Em Projeto Gemini acompanhamos Henry Brogan (Will Smith) um operativo de elite de uma agência de inteligência governamental. O problema é que a idade chega para todo mundo e Henry, um cinquentão, já não conta com os mesmos reflexos da sua juventude. Ciente de suas limitações, ele resolve entrar com o pedido de aposentadoria (antes que a reforma da previdência coloque ele na linha de tiro).

projetogemini01 f94b0

Infelizmente, o trabalho de Henry não conta com muitos direitos trabalhistas e um de seus ex-comandantes, Clay Verris (Clive Owen) não aceita muito bem a ideia de ter uma “ponta solta” como Brogan andando por ai sabendo o que ele sabe sobre o submundo da espionagem internacional, desencadeando assim uma série de tentativas de eliminar essa ameaça.

Agora, com um assassino de elite em seu encalço, Brogan, acompanhado de Danny Zakarweski (Mary Elizabeth Winstead), uma agente infiltrada, ele sai fugindo mundo afora acionando seus velhos contatos e antigos amigos de profissão.  A coisa fica ainda mais confusa quando Brogan descobre que a pessoa que está em seu encalço é, na verdade, seu clone.

Apesar de apresentar conceitos interessantes, tudo parece desprovido de personalidade, derivativo.  Na década de noventa poderia ter sido muito mais original vermos a história de um assassino veterano sendo caçado/traído pelo seu empregador/governo/parceiro. Atualmente, mesmo com a adição da reviravolta do oponente ser uma versão mais jovem de si, pouco se acrescenta ao extenso elenco de produções do gênero.

Uma pena, haja vista o potencial do elenco, direção e tecnologia por trás de Projeto Gemini. O talento de Ang Lee certamente poderia explorar o alcance dramático de Will Smith levando o que seria um mais um filme de ação em um título mais denso, cativante e até mesmo introspectivo.

projetogemini02 41b18

Olho no lance

Poderíamos falar por horas a fio do feito tecnológico por trás de Projeto Gemini.  Apostando em um salto tecnológico, o diretor Ang Lee, que já havia flertado com o cinema de altíssima definição com A Longa Caminhada de Billy Lynn — rodado em 4K e 3D com uma taxa altíssima de quadros por segundo — entrega um filme com efeitos filmados a impressionantes 120fps (no que foi batizado de 3D+).

Essa técnica deixa toda a experiência cinematográfica muito mais fluída, além de oferecer uma sensação de profundidade mais nítida aos efeitos 3D. Se esta tecnologia é, o não é, o futuro da fotografia no cinema ainda vamos ver, mas Projeto Gemini certamente se beneficia desse trunfo.

Além disso, também merece destaque o rejuvenescimento digital de Will Smith. O construto, totalmente virtual, é impressionante e só apresenta defeitos quando superexposto. Em outras palavras, se você pretende ver Projeto Gemini faça isso em uma sala que suporte o 3D+.

projetogemini03 f9786

Big Willie Style

Ang Lee não acrescenta os efeitos e tecnologia apenas pela extravagância técnica. O diretor explora o sistema, experimentando novas possibilidades e estilos possibilitados pela ferramenta. Com um personagem protagonista totalmente digital criado a partir da captura de movimentos, o diretor consegue colocar o ator frente a frente com sua contraparte rejuvenescida de maneira muito convincente.

A ressalva quanto à direção de Ang Lee é justamente por conta do que ele nos apresenta como possibilidade, mas não engaja o suficiente dentro do filme. Tecnicamente, o diretor comanda o filme de maneira inteligente, mas não explora seu maior recurso, Will Smith e o resto do elenco.  Mary Elizabeth Winstead tem um grande momento no filme, mas é pouco utilizada dentro da trama, enquanto Clive Owen entrega uma atuação descompromissada e extremamente caricata. Por sua vez, Will Smith age no piloto automático, entregando uma atuação consistente, mas pouco elaborada.

Parece que dois Will Smith não são suficientes para carregar um filme inteiro

O alcance dramático de Will, que já lhe rendeu duas indicações ao Oscar poderia explorar até mesmo uma faceta existencialista dentro do filme, vereda que acrescentaria muito mais consistência ao título, que se contenta em entregar releituras de filmes de ação dos anos 90. Projeto Gemini tem boas cenas de ação — com destaque para a sequencia nas ruas de Cartagena e o "bike-fu" de Will Smith — e para expremer todo o suco é melhor assistir em uma grande tela com o sistema 3D+

Inteligência artificial da Intel dá vida ao "Megatubarão"

Usando o hardware de inteligência artificial (IA) da Intel, a Warner Bros. Pictures e a Gravity Pictures deram vida ao Megalodon, tubarão pré-histórico de 20 metros de comprimento que é a estrela do thriller de ação e ficção científica “Megatubarão”.

Criado pela Scanline VFX usando o software Ziva VFX, Megalodon foi projetado em tempo recorde com precisão realista, desde a forma como ele se movimenta na água até seus músculos e pele, para proporcionar uma experiência surpreendente para o público de todo o mundo.

"Na Intel, trabalhamos todos os dias para produzir coisas incríveis. É emocionante ver nossos processadores Intel® Xeon® Scalable usados para levar o tubarão Megalodon às telas dos cinemas", afirma Julie Choi, chefe de marketing de IA da Intel.

A tecnologia de IA da Intel permite criar imagens super-realistas com detalhes incríveis e poupa tempo ao longo dos ciclos de criação, pois todos podem trabalhar em conjunto para aprimorar a arte e, consequentemente, a experiência do público.

Recriar um enorme tubarão pré-histórico das águas para as telas não foi uma tarefa fácil, porque além de dar vida aoMegalodon, a Scanline e a Ziva também precisaram reproduzir de forma realista os movimentos do animal. Elas foram capazes de fazer isso com uma série de simulações físicas e, em seguida, inserindo o tubarão em todos os movimentos e posições necessários para as cenas do filme.

“Ajudamos os animadores a fazer criaturas incríveis com o poder da IA da Intel. Uma das grandes vantagens de usar processadores Intel Xeon Scalable é poder gerar volumes de dados de treinamento surpreendentes. Quando queremos elaborar um processo de aprendizagem de máquina, é preciso saber como algo se comporta para que possamos nos antecipar ou extrapolar o comportamento esperado – nesse caso, o movimento do tubarão. A tecnologia Intel Xeon ajudou nossos profissionais a fazer isso com rapidez, eficiência e da maneira mais realista possível”, explica James Jacobs, CEO da Ziva VFX.

A linha de processadores Intel Xeon Scalabe garantiu poder de processamento ao software de geração de personagens da Ziva e ajudou a acelerar seu “sistema de física” –algoritmo de IA que automatiza os movimentos das criaturas como o Megalodon. Além disso, a Scanline usou o Intel Xeon para processar as cenas do filme, poupando tempo precioso e permitindo produzir mais opções de imagens.

“Para produzir 'Megatubarão', precisávamos de muito desempenho em nossos sistemas computacionais”, explica Stephan Trojansky, presidente e supervisor VFX da Scanline. “Anos atrás, seria necessário um enorme sistema de renderização e uma grande equipe para produzir uma quantidade muito pequena de cenas. Hoje, usamos 2.500 processadores Intel Xeon com quase 100.000 núcleos para produzir todo o filme. É possível ter ciclos rápidos de produção e apresentar várias opções para o diretor, o que é fundamental para gerar os melhores efeitos visuais.”

Quer saber mais sobre Megatubarão? Veja aqui a nossa crítica!