Karatê Kid e Cobra Kai
Nostalgia never dies!
Terminei de assistir à terceira temporada de Cobra Kai. Confesso que me lembrou um pouco do insucesso do último Star Wars. No entanto, há muitos "no entantos". São direções diferentes: Star Wars quis agradar pouco os fãs da velha-guarda e muito os fãs recentes, que talvez nem chegaram a ver os episódios IV, V e VI da trilogia clássica. Assim, Star Wars se manteve sem decidir uma direção definitiva para a trama, sobretudo com soluções mirabolantes aos protagonistas no final, infelizmente.
Cobra Kai, por sua vez, arriscou também, mas na direção de agradar novos fãs, e o fez com moderação. Explico: na primeira e segunda temporadas, notei muitas micronarrativas do tema High School, que passaram da conta, com muito foco no staff juvenil. No entanto, o link com o seu antecessor fundamental, "Karatê Kid - A Hora da Verdade", necessitava dessa trama, pois muito dela foi criada no ambiente da escola.
Enfim, diferente de Star wars, o rumo que a série Cobra Kai foi tomando nas duas primeiras seasons foi me agradando à medida que se manteve fiel ao elenco e plot original de Karatê kid, de forma a incorporar também novos personagens e relacioná-los aos elenco original.
Achei que a Season 3 de Cobra Kai, lançada pela Netflix na primeira semana de janeiro de 2021, iria focar mais naquele universo escolar, mas não, pois aprofundou os dramas do quarteto principal da série: Larusso (Daniel-san), Johnny Lawrence (o loirinho do Cobra Kai, ator principal da série, interpretado por William Zabka), Kreese (o brucutu Martin Kove) e Ali (com o suspense da volta da linda Elisabeth Shue).
Penso que a série correu riscos ao tentar agradar gregos e troianos e fez direito. O drama High School diminuiu (spoiler agora), o que deu espaço para Elisabeth Shue reaparecer. Nas cenas, a sua personagem, Ali, dá o seu recado, inclusive um recado social para aqueles que se reencontram e isso não precisar ser sempre sexualizado, como se todo encontro de amizades antigas (o termo inglês “reunion”) rendesse cenas “calientes”.
Enfim, acho que os encaixes entre Lawrence, Larusso e Kreese, com respeito aos seus passados e trechos das antigas, inclusive com alguns atores das antigas, convidados a atuar de novo (das produções Karatê Kid 1 e Karatê Kid 2), agradaram-me bastante.
Aos fãs das antigas, recomenda-se rever os dois primeiros filmes citados, pois há muitas situações inexplicadas resolvidas em Cobra Kai:
Enfim, são perguntas interessantes para os fãs nostálgicos, bem como uma abertura interessante para os novos fãs da série, que também são contemplados com atuações mirins muito boas, sobretudo nos dramas juvenis e nas cenas de ação. Karatê Kid e Cobra Kai: nostalgia never dies!!!
O segredo está no coração e na mente!
A visita dos antepassados
Se eu fosse 10% do Ryan Gosling, tava bom! Levi Henrique Merenciano é linguista e semioticista, aficionado por cinema e games. É dono do canal Cinessemiótica, página especializada em indicação de filmes cults, documentários e lançamentos.