james bond - Café com Filme

Beau tem Medo | Trailer legendado e sinopse

Com o falecimento inesperado de sua mãe, Beau (Joaquin Phoenix), um homem bondoso, mas também um bocado ansioso, confronta seus medos mais sombrios ao embarcar em uma jornada de volta para casa, onde poderá rever sua mãe, que outrora foi unma pessoa controladora. Está na hora de Beau visitar seu passado.

Cosmic Sin | Trailer oficial e sinopse

No ano 2524, quatrocentos anos depois que os humanos começaram a colonizar os planetas externos, o general aposentado James Ford (Willis) é chamado de volta ao serviço depois que soldados em um planeta remoto são atacados por uma frota alienígena hostil. A ameaça contra a raça humana se transforma em uma guerra interestelar inevitável. O General Ford se junta ao General Eron Ryle (Grillo) e a uma equipe de soldados de elite em uma corrida para impedir o ataque iminente antes que seja tarde demais.

Crítica do filme Tenet | Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos

Aviso: se você está aqui em busca de uma conclusão simplificada para "Tenet", é provável que você saia da página do mesmo jeito que entrou. Esta não é apenas uma crítica sobre a nova obra de Christopher Nolan, mas uma análise do que entendemos como cinema e o porquê da dificuldade na aceitação de obras que fogem do padrão de Hollywood.

Eu já escrevi centenas de críticas. Muitas são produzidas mentalmente antes mesmo de eu sair do cinema. Outras levam um período de tempo razoável para serem finalizadas. Algumas são publicadas e, mesmo devidamente polidas, não conseguem abranger toda a minha interpretação de uma obra.

Minhas análises das produções de Christopher Nolan certamente se encaixam nesta última categoria. Não que o conteúdo fique inacabado, sabe? Contudo, abordar temas complexos que nem foram decifrados pela ciência ou que tentam simular grandes paradigmas é algo de tamanho complexidade que pode resultar em textos presos em loops temporais.

O ponto é: como sintetizar tantas ideias elaboradas de uma trama tão complexa, a qual não pode ser definida  numa sinopse? E mais: como criticar um emaranhado de conceitos sem chegar ao ápice da epopeia? Impossível. Tanto que eu nem sequer vou tentar entrar nos desdobramentos da trama. Definitivamente não.

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A verdade é que após tantos filmes aclamados e com uma reputação marcada apenas por infindáveis elogios, Christopher Nolan parece ter chegado num ponto de sua carreira sem volta. Para o cineasta, não basta mais levar medalha de ouro. Ele quer seu lugar no Olimpo hollywoodiano. E isso é o que o público espera dele: genialidade sem precedentes.

Uma carreira agora orientada pela perseguição dos temas mais inusitados e jamais concebidos por qualquer outra mente. Isso exige do cineasta uma revolução em roteiro e em direção. Ele definitivamente entrega algo de um nível surpreendente em "Tenet", talvez para agradar os cinéfilos mais exigentes, mas até que ponto vale a viagem pelo inexplorado mundo de ideias?

Será que os infinitos desdobramentos de "mindblowing" (que eu traduzo livremente aqui como doideira) levam a alguma posição privilegiada? Afinal, seria o cinema uma forma de entretenimento ou de exploração do inimaginável? Vale a pena divagar tanto a ponto de cansar o espectador pelos diálogos intrincados e os conceitos mais difíceis de sumarizar?

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Eu acho que não há respostas definitivas para nenhuma dessas perguntas. E se tem alguém que não precisa se preocupar com nada disso é Christopher Nolan. Todavia, é inegável que seus filmes cada vez mais viajados devem ter duas consequências inevitáveis: mais fãs pedindo criações que demandam muito mais do intelecto, mais críticas - sejam especializadas ou do público em geral - argumentando a complexidade desnecessária que acaba dificultando o entretenimento.

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Quando pensamos em filmes enquanto obras de arte, podemos encontrar diferentes propósitos, inclusive é claro retratos de ideias abstratas que podem ter como única finalidade a reflexão sobre o que concebemos como uma realidade. Em casos extremos como o de "Tenet", o roteiro pode se concretizar como genial, mas talvez a duras penas, uma vez que ele priva o espectador do entretenimento clássico em detrimento de uma abordagem aprofundada.

A verdade é que quando há um questionamento de temas impossíveis de serem decifrados, sejam eles sonhos, viagens através de buracos negros ou a exploração de uma inversão no tempo, não há limites para conjecturações. Todavia, scripts desse garbo inevitavelmente soam de forma mais restritiva do que inclusiva.

Às vezes, fazer o espectador pensar pode ser genial, já que o cinema tem esse poder de questionamento e reflexão, mas isso pode ser uma faca de dois gumes. "Tenet" é o tipo de obra que não permite à plateia divagar ou tecer comentários, pois uma frase perdida resulta na perda da linha de raciocínio e aí é frustração na certa.

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Importante frisar que o novo filme de Christopher Nolan marca a volta de grandes estreias aos cinemas do mundo afora. Como todas as obras do cineasta, seu mais recente projeto também foi feito para apreciação na telona, onde há uma imersão completa neste mundo de situações impossíveis, em que a ação e a viagem temporal são mais impactantes.

Eu já ouvi muitas pessoas falarem como os filmes prévios do Nolan exigiram mais do que uma sessão para absorsão total dos conceitos. Assim, não tenha dúvidas de que "Tenet" pode requisitar uma segunda ida ao cinema ou a espera do lançamento nos streamings para uma segunda interpretação, mais cautelosa e já pautada nas teorias introduzidas na primeira experiência.

Nolan, o Maestro do Palíndromo

Na trama, acompanhamos a viagem do protagonista (interpretado por John David Washington - e já respondendo sua questão: não, o protagonista não tem nome) por um mundo obscuro de espionagem internacional, armado com apenas uma palavra – Tenet — e lutando pela sobrevivência de todo o mundo em uma missão que se desdobra em algo além do tempo real. Nas palavras oficiais da sinopse: Não é viagem no tempo. Inversão.

Essa frase em destaque marca uma distinção importante a ser notada antes de ver o filme, pois há diferenças entre viagem no tempo e inversão. A meu ver, a viagem no tempo implica no deslocamento de um sujeito através da linha do tempo, seja para o passado ou futuro. Já a inversão consiste na dúvida: e se fosse possível rebobinar a linha do tempo, como um deslocamento no sentido contrário, e não só de pessoas, mas de objetos e situações?

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Uma passada rápida no trailer impressiona e, se você é do tipo que fica imaginando os tipos de técnicas empregadas para as cenas, é fácil cogitar o uso de meros truques com cenas em modo reverso, brincadeiras simples que qualquer um pode fazer em poucos cliques num software de edição. Obviamente, não há nada de simples em "Tenet", afinal se há alguém empenhado em fazer diferente e impressionar visualmente, esse alguém é Christopher Nolan.

É algo de dar nó a forma como Nolan pensou a direção e também a composição na pós-produção. Mesmo que algumas cenas possam ser coreografadas em reverso, isso exige um grande talento por parte dos atores. No entanto, há momentos que definitivamente exigem muito mais do que embromações. E aí é que entra a genialidade da parada. Mesmo que a história não te convença, ou que você fique perdido, o simples fato de ver esses efeitos já vale cada segundo de projeção.

Aliás, observação pertinente: assim como em outros projetos, Christopher Nolan parece ter alguns desafios próprios em seus filmes, truques de grandezas inusitadas, como tombar um caminhão numa rotação quase impossível (como ele fez em "Batman - O Cavaleiro das Trevas"), explodir um avião no ar ou coisas do tipo. Então, se você gosta de ver coisas absurdamente impossíveis, certamente "Tenet" tem muito a oferecer em termos de cenas impressionantes.

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Em questão de elenco, Nolan ainda resiste em figuras carimbadas como Michael Caine (sem reclamações, apenas um apontamento mesmo), mas o que vale são os novos protagonistas, principalmente com John David Washington no comando do personagem principal. Washington é simplesmente magistral em sua performance, de uma pompa que chega quase a ser um James Bond nas maluquices temporais. Ótimo de diálogos, coreografias e feições. Certamente, o ponto alto do filme!

Essa renovação do protagonista existe em muitos filmes do cineasta e não tenha dúvidas que sua equipe acertou em cheio ao escalar a estrela de "Infiltrado na Klan" junto com Robert Pattinson, que amadureceu muito em sua carreira e entrega uma atuação poderosa. Outros nomes como Aaron Taylor Johnson, Kenneth Branaghm, Elizabeth Debicki e Clémence Poésy também contribuem de forma generosa para o bom andamento dos diálogos, parte fundamental para entender as nuances da história.

Outro aspecto de suma importância como em todos os filmes de Nolan é a trilha sonora muito bem orquestrada. E não digo por ser conduzida por uma orquestra, mas por ser um ponto de apoio para o andamento da trama mesmo. Os sons impactantes, com muitas freadas e aceleradas, com variações abruptas, distorções, sintetizadores de profundidade e uma pegada muito eletrônica destoam muito do que já vimos nas trilhas de Hans Zimmer, isso porque esse é um dos raros projetos em que não temos Zimmer como compositor.

O nome por trás da brilhante trilha sonora de "Tenet" é Ludwig Goransson, artista que já emplacou outros grandes projetos como a musicalidade de "Pantera Negra" e "Creed 2". Aqui, ele foge totalmente do lugar comum e realmente faz um trabalho que impressiona pela ousadia. Toda música tem uma tonalidade que dá a impressão de que o tempo vai acabar. Um casamento perfeito entre imagem e som. Para quem gosta de ouvir trilhas sonoras, vale conferir o álbum no Spotify. 

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A pergunta que ninguém fez, mas não quer calar: é o melhor filme do Nolan? Como toda pergunta desse tipo, a resposta reside somente na opinião de quem está responendo e, particularmente, eu não acho que "Tenet" seja o projeto mais completo do cineasta. Talvez, ele seja o mais ambicioso, mas as dificuldades que o filme tem em vender seus conceitos acabam atrapalhando seu sucesso. Um ótimo filme no todo, mas talvez um pouco exagerado no conceito da doideira e até previsível!

A Call to Spy | Trailer oficial e sinopse

À medida que as forças britânicas diminuiam durante a Segunda Guerra Mundial, o Executiva de Operações Especiais (Special Operations Executive, SOE) de Winston Churchill começou a alistar mulheres como espias. Sua missão assustadora: realizar sabotagem e construir uma resistência.

Vera Atkins — mais tarde a inspiração para Miss Moneypenny, de Ian Fleming, na franquia James Bond — foi a principal recrutadora desse exército secreto. Atkins selecionou duas candidatas incomuns, Virginia Hall, uma jornalista americana de Baltimore atrapalhada por uma perna de pau, e Noor Inayat Khan, oficial de comunicação de descendência indiana e declaradamente pacifista.

Juntas, elas trabalharam para minar o regime nazista na França. A coragem, sacrifícios e coragem dessas três mulheres ajudaram a reprimir a ocupação nazista e, finalmente, mudaram a maré da guerra.

Crítica do filme Entre Facas e Segredos | Longe do óbvio, próximo do genial

Auguste Dupin, Sherlock Holmes, Hercule Poirot, Miss Marple e outros tantos detetives da ficção permearam nossa imaginação por anos sugerindo todos os tipos de histórias, modus operandi, manias, trejeitos e frases de efeito. Muitos dos fãs do gênero investigativo foram educados pelos personagens de Poe, Doyle e Christie, sendo difícil termos uma surpresa no segmento, seja em obras escritas ou do tipo audiovisual.

Muitas das vezes, o que temos são releituras ou colchas de retalhos com detetives que usam traços de diferentes personagens clássicos. Assim, é de pontuar logo de cara como “Entre Facas e Segredos” consegue algo inusitado, não tanto pelo ineditismo, mas pelo brilhantismo na construção de uma trama que flerta com o impossível, porém que nos mantêm atentos aos detalhes que revelam algo improvável, mas verdadeiro.

Nesta história, acompanhamos A Grande Família os Thrombey em um momento delicado. Era para ser uma manhã tranquila após a festa de 85 anos de Harlan Thrombey (Christopher Plummer), que é famoso por seus romances especializados em crimes. Todavia, os familiares são surpreendidos quando o patriarca da família é encontrado morto em sua propriedade, o que deixa todos muito assustados e sem saber exatamente o que aconteceu.

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Dadas as circunstâncias esquisitas do ocorrido, o detetive James Bond Benoit Blanc (Daniel Craig) aparece misteriosamente no local e se dispõe a investigar o caso. Agora, ele pretende examinar absolutamente todos os fatos, desde a família, que assim como tantas outras tem suas desavenças, bem como a equipe que cuidava do senhor Thrombey.

Num esquema investigativo que lembra muito o clássico jogo Detetive (ou Clue, no original), somos levados a acompanhar as técnicas distintas de Blanc, que tem de examinar meias-verdades e descobrir os fatos nessa teia de mentiras. A premissa já tem muito potencial, mas o roteirista e diretor Rian Johnson vai muito além do óbvio e nos presenteia com uma obra que certamente se destaca em 2019, bem como aflora em seu portfolio.

Vale resumir que “Entre Facas e Segredos” é o tipo de filme único em seu estilo. Apesar de beber da fonte de Agatha Christie, relembrar filmes como “Os 7 Suspeitos” e de se aproveitar de um elenco de talentos (o que, às vezes, até dá um medo), este longa-metragem se destaca pelo equilíbrio perfeito entre suspense e drama, mas isso sem deixar de encontrar espaço para uma dose de comédia. Um filme imperdível!

Todos são suspeitos até que se prove o contrário

Ora, e o que seria dos detetives sem possíveis culpados? Pois é, não há trama investigava sem um fato e, ao menos, alguns poucos suspeitos. Possivelmente pensando nessa equação e tomando como inspiração outros títulos clássicos, Rian Johnson opta por desenvolver uma trama com quase uma dúzia de personagens, o que deixa a coisa bem interessante e, por incrível que pareça, não é um filme cansativo.

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O intrigante é a forma como as pontas vão se conectando. Através dos mais variados perfis de personagens e com base na investigação minuciosa de Blanc, o roteiro vai se amarrando de forma desparelha: por vezes as informações se conectam, mas há outras em que os fatos não parecem fazer muito sentido. Assim, o filme nos coloca como investigadores junto ao detetive, de modo que tentamos desvendar a verdade sobre esses sujeitos perspicazes.

E não são quaisquer pessoas, estamos falando de personagens diversos (às vezes um tanto caricatos) interpretados por atores e atrizes gabaritados, incluindo: Chris Evans, Ana De Armas, Jamie Lee Curtis, Don Johnson, Michael Shannon, Toni Collette, LaKeith Stanfield, Katherine Langford e Jaeden Martell. Reforço que nomes não significam muito, pois temos exemplos de como isso pode dar errado, mas nesse caso, em específico, o resultado é excelente!

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Obviamente, uma coisa está amarrada na outra, de modo que os atores interpretam de forma coerente graças ao roteiro e o roteiro fica convincente graças aos bons atores. Importante pontuar, contudo, que apesar de vários famosos e de cada um ter seu tempo e importância em tela, é Ana de Armas que se destaca, pois ela não é apenas uma peça-chave na trama, mas também interpreta uma imigrante, o que agrega um tópico adicional bem aproveitado.

Com grandes fortunas vem grandes investigadores

Bom, se por um lado temos uma personagem improvável conduzindo o roteiro, de outro temos um detetive inusitado complementando cada trecho. É James Bond na melhor vibe Freelancer que faz “Entre Facas e Segredos” ter seu charme, pois mesmo sendo um detetive gabaritado, o filme se prolonga por mais de duas horas até resolver todos os detalhes. E o melhor é que ele consegue prender nossa atenção e guardar o melhor para o fim.

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Contudo, é importante pontuar que Benoit Blanc não surge apenas do talento de Daniel Craig, mas também do personagem muito bem construído por Johnson, que consegue dar ênfase ao investigador com uma direção sensacional. O cineasta abusa de composições inesperadas para criar uma aura sobre o detetive e posteriormente inova ao salientar o modus operandi com diversas cenas bem inteligentes.

E falando em direção, é interessante como as coisas avançam de forma simultânea no filme. Conforme a investigação vai progredindo, o roteiro sai do cenário básico e explora mais locais que podem ter relação com o caso, o que amplia consideravelmente as possibilidades para o diretor. Com isso, o filme deixa de ser apenas uma investigação básica e ganha proporções maiores, que permitem explorar um bocado de ação com direito a perseguições insanas.

Tudo isso obviamente só é possível graças ao nível de detalhes elevado da produção. O cenário principal é a mansão do Sr. Thrombey, a qual já tem muitos ambientes e possibilita a criação de várias situações simultâneas. E interessante perceber também como uma coisa está atrelada a outra, pois parte da elegância do filme está justamente na fotografia e nesse local aconchegante, mas cheio de nuances misteriosas.

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Eu poderia passar horas comentando de tantos detalhes bem pensados e de como este filme consegue fisgar os fãs de suspense, mas o que vale é deixar claro que “Entre Facas e Segredos” encontra seu próprio estilo e surpreende pelos detalhes. Isto é o que eu chamo de cinema inovador, sem precisar cair na mesmice ou apelar para remakes. Certamente, um filmão para você investir seus dons investigativos e curtir com um balde de pipoca.

Predestinado (2020) | Trailer oficial e sinopse

Parece impossível, mas esta é uma história real. Através do espírito de Dr. Fritz, médico alemão falecido durante a Primeira Guerra Mundial, José Arigó (Danton Mello) se tornou uma esperança de cura para milhões de pessoas ao redor do mundo. Ele foi alvo de críticas por parte dos mais céticos, mas com o apoio de sua esposa (Juliana Paes), conseguiu salvar inúmeras vidas por intermédio da cirurgia espiritual. Predestinado a ajudar sem receber nada em troca, Arigó é hoje reconhecido como um dos maiores fenômenos mediúnicos da história.

Crítica do filme MIB: Homens de Preto – Internacional | Não seja neuralizado

“Homens de Preto” de 1997 deve seu sucesso a inesperada química entre os atores Will Smith e Tommy Lee Jones, juntamente de um conceito interessante inspirado livremente nos quadrinhos de Lowell Cunningham. A ideia de uma agência secreta protegendo a Terra de alienígenas é simples e eficaz, além de ser pautada em diversas teorias da conspiração que retroalimentam os filmes e tornam qualquer evento estranho envolvendo celebridades ou cultura pop potencialmente uma cena em que Homens de Preto vão pedir para você olhar para um dispositivo e apagar sua mente.

As sequências de 2002 e 2012 não agradaram tanto quanto o original, ainda que Homens de Preto 3 tenha seus momentos graças a dupla Will Smith e Josh Brolin, interpretando uma versão mais jovem do personagem de Tommy Lee Jones. Em "MIB: Homens de Preto – Internacional", uma tentativa de recomeçar a franquia expandindo o universo para além dos Estados Unidos, utiliza a mesma fórmula básica com dois novos agentes, H (Chris Hemsworth) e M (Tessa Thompson), trabalhando na agência de Londres.

Tudo começa com a pequena Molly (Thompson) encontrando um alien e deixando ele escapar dos Homens de Preto. Sua família conseguiu ser “neuralizada”, mas Molly conseguiu manter as lembranças do encontro com o pequeno et. Intrigada pelo acontecimento, ela dedica sua vida a encontrar e descobrir quem são os agentes e finalmente tornar-se uma recruta.

Com muita dedicação, esforço e sorte, Molly é recrutada pela Agente O (Emma Thompson) para um período de testes, sendo enviada para a agência de Londres. Porém, seu treinamento praticamente não é mostrado e quase sempre ela parece preparada para o que a situação pede, como saber exatamente como uma arma funciona e nunca errar um tiro. Apesar de ser mais uma escolha do diretor do que uma falha propriamente, boa parte da graça de Homens de Preto é aprender com os erros dos agentes, mas não é nada de grave, apenas uma escolha para pular diretamente para a ação.

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A zoeira fica por conta de H, um agente experiente que faz tudo do seu jeito, raramente seguindo as regras e que é praticamente um herói na agência após enfrentar um misterioso alienígena chamado ”A Colméia”. Após esse evento, algo mudou em H, o filme vai te lembrar constantemente disso, e agora ele é uma espécie de playboy que tem muita moral com o chefe da divisão de Londres, o agente Grande T (Liam Neeson).

Difícil saber o quanto vem do roteiro ou simplesmente improviso dos atores mas certamente o carisma de Thompson e Hemsworth são o que carregam o filme. Todas as cenas são divertidas sem parecerem forçadas, claramente os dois estão bastante confortáveis nos papéis, quase que agindo naturalmente e não interpretando.

O clima de conspiração mundial e espionagem lembra muito os filmes do James Bond. As coreografias das lutas e sequências de ação são ótimas e as novas espécies de alienígenas são utilizadas com todo seu potencial. O design dos ets são interessantes e criativos, ainda que eu sinta falta de mais efeitos práticos e menos computação gráfica. Ao contrários dos vilões esquisitos e marcantes dos filme anteriores, agora os antagonistas são dois gêmeos (Laurent e Larry Nicolas Bourgeois, dançarinos conhecidos como Les Twins) que praticamente não falam e só ficam ali sendo lindos (porque suas formas verdadeiras são duas nebulosas bem espetaculares), dançando e moldando materiais em armas letais.

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Outro exemplo é o pequeno alien de uma raça baseada em peças de xadrez, Pawny (dublado por Kumail Nanjian). Colocado ali para ser um apelo para as crianças e um alívio cômico desnecessário, foi a única coisa que me incomodou de verdade no longa, desde seu design até sua presença nas cenas. Vale mencionar também todo o trabalho na divulgação e localização do filme, inserindo personalidades de diversos países como se fossem extraterrestres. No nosso caso, temos Sérgio Mallandro e suas loucuras em um das cenas no filme, além de dois comerciais que você pode assistir aqui.

Seguindo a mesma fórmula dos anteriores, a história deixa um pouco a desejar. Algumas cenas parecem arrastadas enquanto outras terminam abruptamente, principalmente o final que é bastante acelerado. A relação entre H e seu mentor Alto T é explorada de forma bastante superficial e é difícil dar uma importância ou sentido emocional quando nada é mostrado, apenas mencionado.

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MIB Internacional pode não ser perfeito, mas não precisa. O roteiro tem falhas, alguns personagens não têm seus arcos finalizados e o final talvez seja apressado demais. Entretanto, é um ótimo filme para apenas assistir e divertir-se sem muita pretensão, exatamente como os originais. Pautado totalmente no carisma e química de Tessa Thompson e Chris Hemsworth, é uma ótima sequência da franquia especialmente para as novas gerações, com potencial para boas continuações e spin-offs, quem sabe com um pouco mais de ousadia e originalidade, mas com certeza vale a ida ao cinema.

Os Papeis de Aspern | Trailer legendado e sinopse

Baseado na obra de Henry James publicada em 1888, Os Papéis de Aspern se passa no final do século 19 e narra a história de um ambicioso editor norte-americano obcecado pelo poeta romântico Jeffrey Aspern. Determinado a conseguir as cartas que Aspern escreveu a Juliana, sua amante, anos antes, o editor viaja a Veneza e conhece uma misteriosa idosa e sua sobrinha, que vivem em uma imponente, mas decadente, mansão. 

Assumindo uma falsa identidade e mascarando, ao menos inicialmente, suas reais intenções, o visitante seduz a sobrinha da dona da casa, convencendo a moça a ajudá-lo em sua busca pelas cartas. Quando a mulher descobre o que se passa, decide manter sua ajuda, todavia, sob condições que o editor não pode aceitar. Com isso, o futuro das cartas – e o mistério por trás de seu conteúdo – está em jogo.

Crítica do filme Cinquenta Tons de Liberdade | Ainda dá tempo de não ver

Atenção, essa crítica contém spoilers!

Um ano depois da estreia de "50 Tons Mais Escuros", chegou aos cinemas o terceiro e último filme da franquia. Agora acabou então, né, pessoal?

Depois de terminar o segundo filme com um pedido de casamento, "Cinquenta Tons de Liberdade" chega para contar aos espectadores o desfecho do romance entre Anastasia (Dakota Johnson) e Christian (James Dornan).

Já nos cartazes de divulgação, a protagonista aparecia de vestido de noiva, então já dava pra saber desde há muito tempo que o último longa-metragem da saga criada por E. L. James se dedicaria a retratar a vida de casados de Christian e Ana.

Ensaiando um mistério

Desde o início do filme, "Cinquenta Tons de Liberdade" vai lançando tímidas tentativas de engatar em suspense e mistério. A história que ganhou fama por flertar com a ousadia em termos de sensualidade tentou entrar também na seara do mistério, mas tropeça em clichês do começo ao fim.

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O triângulo forçado entre Ana, Christian e Jack Hyde definitivamente não funciona e as enfiadas de ação no meio do roteiro de um filme que é claramente um romancinho bem simples - com um protagonista bilionário e uma moça tímida e sem graça que, pelo menos de vez em quanto, ensaiam uma transa.

A pergunta que não quer calar

Afinal de contas, o que tanta gente viu em Cinquenta Tons de Cinza? Ao menos nos filmes, quase nada é mostrado e Cinquenta Tons de Liberdade continua sendo tão puritano quanto os dois primeiros títulos da franquia.

Os tais ~~gostos estranhos~~ de Christian não surpreendem ninguém, no fim das contas ele só tem um quarto cheio de brinquedinhos caros e sua atração física é construída só em cima dos carrões e da dinheirama.

Ao menos no terceiro filme, a história adaptada por Niall Leonard e dirigida por James Foley consegue diminuir um pouco o tom de relacionamento abusivo empoderando Ana, mas continuo batendo na tecla de que a franquia promove uma equivocada romantização desse tipo de namoro/casamento.

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Não caiam nessa, mulheres, nenhum homem abusivo vai se dobrar quando se apaixonar por você. Eventualmente, ele vai voltar a ser agressivo, o Christian não existe. E o tanto que ele te ~~ama~~ não justifica essa possessividade e essa necessidade de controle que ele tem sobre você.

Se for ver esse filme, vá com isso em mente e com a cabeça aberta a dar umas risadas dos diálogos clichês, das situações embasbacantes de tão absurdas e disposto a passar uma horinha e pouco curtindo a trilha sonora, pois esse é o único ponto positivo de 50 Tons, desde o primeiro filme.