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Crítica do filme Planeta dos Macacos: A Origem | Macacos com uma causa nobre

Quando a Fox anunciou um novo ”Planeta dos Macacos” pensei que fariam um longa para estragar um pouco mais a série que já havia sido abalada com o filme lançado em 2001.

Dez anos atrás, Tim Burton e Mark Whalberg não fizeram tão bonito quanto deveriam. Apesar de eu ter assistido o filme uma única vez (ou seja, há uma década), me lembro vagamente das cenas, porém, definitivamente o resultado não foi tão empolgante.

Hoje, fui conferir “Planeta dos Macacos: A Origem” e, para minha surpresa, o diretor novato (que dirigiu apenas quatro filmes) Rupert Wyatt mostrou que tem uma carreira promissora pela frente, de modo que posso dizer que o novo filme dos símios é uma obra que merece respeito.

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A história do filme é coerente e compactua com diversas situações atuais, mostrando que não tem nada de muito extraordinário no surgimento dos macacos inteligentes. O enredo começa com o doutor Will (James Franco) tentando encontrar uma cura para o Mal de Alzheimer, testando drogas em macacos para verificar os resultados, os quais serão aplicados posteriormente em humanos.

Felizmente, boa parte do filme não tem o Franco como protagonista, mas sim o símio Cesar – um dos primeiros a mostrar excelentes resultados com um dos compostos desenvolvidos pelo doutor. A história prossegue num ritmo interessante, mostrando como o macaco vai conseguir chamar outros da espécie para defender uma causa nobre: a liberdade.

Acompanhando esse enredo, temos uma trilha sonora muito bem composta. Introduzida aos poucos e em momentos apropriados, a música do filme anima o público, fazendo com que o espectador se empolgue e até torça para que o longa continue com uma história empolgante. Aqui, devemos agradecer também por não haverem incluído trilhas comerciais, o que tornou o filme muito mais rico no sentido artístico.

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Os efeitos especiais do filme são muito bons, fazendo jus a fama da Weta Digital (empresa que fez os efeitos do Avatar). Aliás, o Cesar consegue deixar qualquer um com medo — você vai entender quando ver uma das cenas principais do longa — bem como o restante da macacada reunida.

Planeta dos Macacos: A Origem” me agradou muito, principalmente por contar com macacos bem feitos (em vez de humanos com maquiagem) e por dar um sentido fantástico a uma série que sempre foi aclamada por muitos. Espero que a Fox tenha a brilhante ideia de aproveitar o sucesso desse filme para produzir outros e mostrar uma evolução em cima dos fatos contados nesse recomeço.

Crítica do filme Alice no País das Maravilhas | A história podia ser maravilhosa

Há quem idolatre e há quem odeie o diretor Tim Burton, mas independente do partido que você toma, não há como negar: o cineasta tem seus trunfos e sabe bem o que faz. Se você já assistiu a "Peixe Grande" sabe bem do que estou falando e pode, assim como eu, ter considerado que Alice teria tudo para ser um longa espetacular. Já adianto que não é bem o que acontece e o filme não é bom como poderia ser.

A história de Alice no País das Maravilhas já é mais do que conhecida por todos, mas no novo filme da Disney podemos ver uma Alice diferenciada. Com seus quase vinte anos, e de uma beleza peculiar, a personagem (interpretada pela não tão conhecida Mia Wasikowska) adentra no País das Maravilhas após fugir de um pedido de casamento. O filme não se delonga muito para chegar no mundo de fantasias, o que faz o público manter os olhos fixos na tela.

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Alice não faz ideia do porque foi parar ali, mas começa logo a entender que tudo é possível no País das Maravilhas. Não demora muito para que a garota conheça diversos personagens interessantes, os quais — apesar de ter alguns bizarros — foram desenhados com criatividade (a computação gráfica do filme é até bem legal). Tais personagens relatam que a Alice irá salvar o País das Maravilhas e tirar a Rainha Vermelha do poder.

Em um primeiro instante Alice se faz de desententida, mas claro que aos poucos ela vai se convencendo de que será a grande salvadora da pátria (apesar de que a atriz, ou o roteiro, fez da Alice uma personagem bem boba). O filme não prende muito a atenção no começo, porém, com a entrada do Chapeleiro Maluco (Johnny Depp) tudo muda de figura — não que fique excelente também. O personagem era o grande trunfo antes do filme ser lançado, fato comprovado nos milhares de cartazes divulgados com a cara de Depp.

Para acompanhar o mundo das maravilhas, Tim Burton convidou Danny Elfman (óbvio, afinal os dois sempre trabalham juntos) para compor a trilha sonora. As músicas são bonitas e até combinam com os cenários, mas digamos que talvez falte algo para que elas chamem mais a atenção. Claro que, como todo filme, Alice também tem uma trilha composta por artistas diversos, dentre os quais estão: Avril Lavigne, Shinedown, Owl City, Franz Ferdinand e outros. Esta segunda trilha nem chega a aparecer no filme... Ainda bem.

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Quanto aos efeitos especiais não há nem o que criticar, porque eles realmente são de alta qualidade. Tais efeitos aliados aos cenários de uma imaginação fértil, com um toque de tridimensional fazem do filme da Alice uma experiência muito boa no que chamamos de "cinema 3D". Para ser bem síncero, a parte tridimensional é o que tem de mais legal aqui.

Bom, para concluir quero dizer que não gostei muito do filme, sendo que ele proporcionou bem menos do que eu esperava. A Alice é bobinha, a história é chatinha e alguns (muitos) personanges não são divertidos, mas quem gosta de algo bem produzido e que leve a imaginação a um lugar totalmente lindo, certamente vai encontrar em Alice no País das Maravilhas um screensaver com duas horas de duração.