Cher - Café com Filme

Artista do Desastre | Trailer legendado e sinopse

Artista do Desastre narra a história real dos bastidores da produção do filme “The Room” (de Tommy Wiseau), conhecido como “o ‘Cidadão Kane’ dos filmes ruins”. O cultuado filme do diretor, produtor e ator Tommy Wiseau tem sido exibido em salas lotadas pelos Estados Unidos há mais de uma década.

Crítica do filme "Além da Morte" | O salário do pecado é a morte

Apesar de ser oficialmente chamado de sequência, “Além da Morte” passa facilmente como remake do filme “Linha Mortal” de 1990, do diretor Joel Schumacher. Nesse “novo” filme, o diretor Niels Arden Oplev tenta recriar a experiência do controverso cult dos anos 90, mas como já é bem sabido por todos, mexer com os mortos costuma resultar em coisas ruins.

“Além da Morte” também é focado num grupo de jovens estudantes de medicina que realizam um experimento de quase-morte para explorar a pós-vida. Tudo começa com Courtney Holmes (Ellen Page), que recruta dois colegas para trazerem ela de volta após um minuto sem batimentos cardíacos. Tudo acaba ocorrendo bem apesar do ceticismo com o experimento. Courtney relata um coisas que ela nunca chegou a ver e que correspondem a realidade, além de voltar com uma “super-memória”, capaz de lembrar de acessar tudo que ela já havia aprendido com detalhes.

Empolgados com o resultado, o experimento segue com Jamie (James Norton) e Sophia (Kiersey Clemons). Marlo (Nina Dobrev) e Ray (Diego Luna) acabam se juntando ao grupo de uma forma totalmente aleatória. Cada um tem uma experiência bem particular, assim como os efeitos colaterais após serem ressuscitados. E os problemas começam exatamente aí, tanto para os personagens quanto para quem está assistindo.

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Após um curto período de tempo, os corajosos estudantes começam a ter alucinações relativas aos seus “pecados” como é colocado no filme. Esses fantasmas aparecem de formas variadas, mas fica bem claro que são alucinações a respeito de erros do passado que os personagens não lidam muito bem e se ainda culpam. E basicamente é só isso, não existe nenhuma exploração a respeito da pós-vida, ou uma tentativa de estudar o que aconteceu exatamente para eles voltarem com funções cognitivas melhoradas, nada disso. O que poderia ser um excelente filme de ficção, ou quem sabe até mesmo terror, acaba sendo uma palestra de autoajuda para crianças ricas.

Os momentos iniciais do filme já mostram o quanto tudo é desconexo, não existe um envolvimento com nenhum dos personagens, eles só estão ali estudando e atendendo alguns pacientes, mas não existe nenhuma conexão real entre eles. É dito que Courtney e Sophia costumavam ser amigas que se afastaram por motivos incertos, enquanto Jamie é claramente incompetente em tudo além de querer beber e transar muito.

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A narrativa toda é bastante forçada, nada ali convence muito. A própria presença de Marlo e Ray parecem apenas uma forma de compensar a incompetência médica dos outros personagens, que são todos estereótipos sem praticamente nenhuma motivação, isso colabora apenas para ninguém importar-se com eles. Não existe a menor conexão emocional, até mesmo quando um dos personagens morre de uma forma bem sem graça.

O pior é que os atores não são ruins, eles realmente tentam dar o melhor ali. Ellen Page é o tipo de atriz que não importa sobre o que é o filme, a gente simplesmente quer ver. Por isso mesmo ela é a que tem uma motivação real, um histórico que emociona de leve e talvez a única personagem que realmente importa ali, pois todo o elenco parece estar ali só pra preencher o tempo do filme. Kiefer Sutherland, que estava no filme original “Linha Mortal”, retorna com seu personagem Nelson Wright, mas são cenas tão insignificantes que podem passar facilmente despercebidas. Inclusive essa é a única conexão com o filme original.

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A segunda parte do filme tenta ser um filme de terror psicológico, mas falha tão miseravelmente que o público só vai querer entender qual a necessidade disso. Não tem nada ali que assuste, apenas cenas meio escuras e jumpscares sem sentido. Esse é o típico filme que se estiver passando na TV num sábado a noite e não tiver absolutamente mais nada de interessante nos outros canais, dá até pra assistir, exceto se você for um mega fã de “Linha Mortal”, e até nesse caso talvez o melhor seja só rever o original.

Crítica do filme Blade Runner 2049 | Da tecnologia à sedução

Já faz quase meio século que Philip K. Dick previu — em “Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas?” — que as máquinas dominariam o mundo. Ainda que aclamada pela crítica, tal obra se popularizou mesmo em “Blade Runner, o Caçador de Androides”, adaptação que levava parte deste universo para a telona.

Dirigido pelo mago da ficção Ridley Scott, o filme que completa seus trinta e poucos anos ganha agora uma continuação inesperada. Ambientado trinta anos no futuro, “Blade Runner 2049” revela que a Terra não mudou tanto, mas que há segredos que podem desencadear em uma série de eventos que podem ser destrutivos.

Nesta continuação, temos um novo blade runner na trilha investigativa. O policial K (Ryan Gosling) segue à risca as ordens da tenente Joshi (Robin Wright) e, em seu atual caso, ele tem a incumbência de interrogar um fazendeiro rebelde e levá-lo para as autoridades. Todavia, a missão que parecia bastante simples acaba dando pistas para uma nova apuração.

Após desenterrar uma caixa misteriosa, ele encontra pistas que podem indicar onde está o antigo blade runner Rick Deckard (Harrison Ford). Como o policial aposentado está relacionado aos novos fatos? O que a polícia sabe de fato sobre as pistas deste caso? E qual a ligação da empresa dos replicantes por trás disso tudo?

Há inúmeras indagações e não pretendo dar pistas neste texto, já que as respostas estão todas nas 2 horas e 43 minutos de filme, tempo bem aproveitado para expandir este universo a patamares inimagináveis. Com isso, posso adiantar que “Blade Runner 2049” não é apenas uma sequência espetacular, mas uma ficção ousada e muito completa. Vamos prosear.

Um vislumbre nítido do futuro

Toda obra cinematográfica pode estar um tanto limitada à sua época de produção, bem como à proposta de roteiro. No caso desta continuação, o atual momento é mais do que propício para criar e transformar toda a parte artística de inúmeras formas, já que a tecnologia de efeitos visuais não é uma limitação para a ambição da equipe de design e fotografia.

Falando na história do filme, há elementos reaproveitados e expandidos do longa-metragem de origem, mas, graças ao avanço no período de narração de “Blade Runner 2049”, podemos perceber como é possível incrementar ainda mais um universo rico em imaginação e levar a plateia para um futuro mais coerente e até convincente. Tecnologia é a palavra-chave e ela está em tudo, de carros a sistemas, de androides a interfaces.

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Enquanto o primeiro título era focado no cenário noturno e em ambientes fechados, a obra dirigida por Denis Villeneuve nos dá uma imersão maior na grande cidade dos androides. O colorido ainda é chamativo, porém há maior nível de detalhes na construção de cenários, com uso de luzes, imagens, outdoors e elementos futuristas que deixam a ambientação mais crível.

Inúmeras cenas são desenvolvidas em plena luz do dia, mostrando regiões inexploradas da Califórnia dividida entre devastação e megaconstruções. Um simples passeio do policial K pelas ruas já é motivo para ficar extasiado com o avanço tecnológico. É claro que aqueles que já viram “Vigilante do Amanhã” podem notar similaridades, mas há inovação para todos os lados.

Os novos personagens apresentados em “Blade Runner 2049” são elementos-chave para essa expansão gloriosa já comentada. Primeiramente, temos o protagonista que, além de ser um androide charmoso, é um herói complexo em todos os sentidos. É talvez a presença de K que garante um desenvolvimento tão misterioso e ao mesmo tempo atraente para a trama.

A interação com sua namorada Joi (Ana de Armas) também vem a calhar, pois ela dá mais uma pincelada das novas tecnologias e agrega em cenas marcantes que reforçam a importância do Blade Runner na trama. Apesar de secundário e justificável, quem fica devendo no desenrolar da história é Jared Leto, que dá uma de Coringa e novamente só aparece de enfeite.

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Tão importante quanto o desenvolvimento de cenário e a imersão dos personagens na história é a direção suprema de Denis Villeneuve, que cria uma conexão perceptível com a narração do roteiro — e também com o estilo de Ridley Scott — e inova ao acrescentar seu dinamismo em inúmeras ocasiões. Todo o aspecto minimalista dos ambientes internos, bem como a característica colossal dos grandes cenários aflora com a visão bem aguçada do diretor.

Revirando a poeira do passado

É claro que Villeneuve não leva os créditos sozinho. Roger Deakins é o homem por trás da fotografia, sendo então um visionário que levou essa nova perspectiva do deserto para o universo de Blade Runner. Há toda uma imensidão, lugares inóspitos, montanhas inacabáveis de lixo e muita poeira — numa tonalidade laranjada que deixa o visual estonteante — que nos levam a conhecer mais do mundo inabitado.

E não é preciso ver o filme para saber que, no meio disso tudo, em algum momento veremos Deckard novamente. O personagem está aqui com dois propósitos: vender ingressos (afinal, os fãs podem se interessar muito mais por revê-lo na telona) e agregar valor ao roteiro, que acaba usando alguns fatos do passado para fazer a ponte e deixar as coisas mais interessantes.

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Seria perfeitamente possível fazer uma continuação sem o policial do primeiro filme, mas sua participação é conveniente e deixa o roteiro bem mais atraente. Apesar de puxar alguns acontecimentos do primeiro longa-metragem, posso afirmar com tranquilidade que não se faz necessário ver o primeiro filme para entender os pormenores da história.

Os roteiristas Michael Green (de “Alien: Covenant” e “Logan”) e Hampton Fancher (de “Blade Runner, o Caçador de Androides”) deixaram a história bem mastigada, ainda que alguns bugs (ou furos) sejam perceptíveis na trama. Os mais atentos vão ver que nem tudo foi resolvido em sua essência, mas pequenas incoerências nem de longe atrapalham a magnitude do filme.

Finaliza o pacote de “Blade Runner 2049” a trilha sonora espetacular e sem precedentes do mestre Hans Zimmer (que você já conhece de inúmeros filmes de Christopher Nolan) e de seu parceiro Benjamin Wallfisch (nome de peso que se destacou neste ano pelas trilhas de “IT – A Coisa” e “Annabelle 2”).

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A colaboração aqui é impecável e o tom de cada artista é notável por características simples, mas que já marcaram suas carreiras. Hans Zimmer entra com tudo com recursos mais pesados, que lembram muito os grandes estrondos de “Dunkirk”, enquanto Wallfisch garante o tom de mistério constante em boa parte da trama.

O resultado são composições intensas, que remetem à sonoridade clássica do Vangelis (compositor da trilha do primeiro filme), porém inovadoras a seu tempo ao trazer algo muito mais robótico e assustador, o que caracteriza bem esse futuro mais carregado de suspense e tecnologia. A trilha já está disponível no Spotify.

Felizmente, todos esses momentos não se perderão no tempo, como lágrimas na chuva. 

Hoje, temos uma continuação fenomenal chegando aos cinemas, que deve perpetuar o mundo dos replicantes e os Blade Runners para a eternidade. Veja e contemple o futuro!

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Nossas Noites | Trailer legendado e sinopse

Viúva há vários anos, Addie (Jane Fonda) faz uma proposta corajosa a um vizinho com quem mal falou a vida toda, Louis (Robert Redford): a de passar as noites com ela, para que ambos consigam dormir mais tranquilos e afastar a solidão. A atitude transforma a vida dos dois e mostra como a vida e o tempo mudam nossa forma de ver o mundo.

Podcafé 027: Novidades do cinema e estreias explosivas de outubro!

Essa semana começou com a chegada de trailers esperadíssimos e de outros que a gente mal sabia que estavam para sair, mas que ainda assim já vieram dando um quentinho no coração.

Ficamos sabendo, por exemplo, do novo filme do Wes Anderson, "Island of Dogs", uma animação em stop motion com um elenco de dublagem de dar inveja! Outro assunto que deu o que falar foi a continuação de "Jumanji: Bem-Vindo à Selva", que até que arrancou risos e um certo alívio com relação às expectativas que estávamos sobre o novo filme.

A Lara Croft de Alicia Vikander, para o novo "Tomb Raider: A Origem", foi outro trailer que chegou para encher os fãs de esperança de que vem aí um bom filme. Tudo isso e muito mais a gente comenta no Podcafé de número 27!

Mas, enquanto não podemos sentar no cinema com aquela pipoquinha para assistir a esses longa-metragens maneiros, não tem desculpa pra ficar entediado. É tanta estreia legal em outubro que não vai dar pra ficar longe do cinema nem uma semaninha. De "Blade Runner 2049", que inaugura as estreias do mês, no dia 05 de outubro, até "Thor: Ragnarok", que encerra os lançamentos do mês, tem filme pra tudo quanto é gosto.

A gente também conta pra vocês quais são nossas expectativas sobre os filmes que entram em cartaz no mês das bruxas, mas dessa vez focando apenas naqueles que achamos que valem super a pena e que consideramos serem os destaques do mês.

Vem com a gente e dá o play nessa belezura!

E aí, por qual dessas estreias você mais está esperando? E qual dos trailer mais te animou? Estamos ansiosos pelo seu comentário!