Scarlett Johansson - Café com Filme

História de um Casamento | Trailer legendado e sinopse

 Nicole (Scarlett Johansson) e seu marido Charlie (Adam Driver) estão passando por muitos problemas e decidem se divorciar. Temendo que a pequena filha sofra as consequências da separação, o casal decide continuar vivendo sob o mesmo teto, tentando fazer com que este seja um divórcio amigável. Porém, a convivência forçada entre os dois acaba criando feridas que talvez nem o tempo seja capaz de curar.

Jojo Rabbit | Novo trailer legendado e sinopse

Jojo é um jovem nazista que trata Adolf Hitler como um amigo próximo em sua imaginação. Seu maior sonho é participar da Juventude Hitlerista, um grupo pró-nazista composto por outras pessoas que concordam com os seus ideais. Um dia, Jojo descobre que sua mãe está escondendo um judeu no sótão de sua casa. Depois de várias tentativas frustradas para expulsá-lo, o jovem rebelde começa a desenvolver uma empatia pelo novo hóspede.

Compramos Um Zoológico | Trailer legendado e sinopse

Benjamin Mee (Matt Damon) é um pai de família que decide que precisa recomeçar sua vida após o falecimento da esposa. Desta forma, ele e seus dois filhos se mudam para um zoológico em péssimo estado de conservação, onde, com a ajuda de uma equipe de funcionários, tentam fazer com que o local recupere o brilho perdido.

Crítica do filme Vingadores: Ultimato | Um espetacular e glorioso fim

Finalmente o aguardado “Vingadores: Ultimato” chegou às telonas, continuação direta de “Guerra Infinita” e o ápice do popular gênero “filmes baseados em quadrinhos”. As expectativas eram altíssimas, exatamente tudo que um fã dos filmes da Marvel poderia sonhar foi entregue.

São três horas de pura adrenalina bombando no coração sem deixar de lado a solução dos mistérios deixados em aberto, as consequências de tudo que já aconteceu, diversas referências às histórias em quadrinhos e a conclusão dos arcos dos heróis mais queridos da atualidade. O único spoiler necessário é: prepare-se para uma montanha russa de emoções.

Difícil falar que um filme é perfeito, principalmente porque é impossível agradar uma legião de bilhões de fãs, então com certeza "Ultimato" não é livre de defeitos. Porém, essas falhas estão sobre camadas de personagens carismáticos e efeitos visuais grandiosos que viabilizam transcender esses pequenos detalhes em um filme titanicamente épico e imensamente satisfatório.

Como lidar com a perda?

“Ultimato” prometia ser a complexa conclusão histórica da última década em que investimos emocionalmente em super-heróis e entrega exatamente o que prometeu. O filme começa relembrando as consequências do estalo que Thanos deu usando a Manopla do Infinito, em uma sequência que poderia ser apenas mais uma “cena pós-crédito”, mas que dá o tom exato para o longa: mostrar como cada personagem lidou com as perdas e como seguir em frente depois de algo tão avassalador. Metade do universo se foi e cabe aos Vingadores resolver o problema.

Diversas teorias foram formuladas pelos fãs, expectativas altas, trailers que mostram apenas os 20 minutos iniciais, e novamente os irmãos Russo conseguiram provar que nada é tão óbvio quanto parece. O cuidado com a narrativa é uma forma de agradecer aos fãs que passaram os últimos 11 anos acompanhando essa história, além de aproveitar para inserir momentos icônicos dos quadrinhos da forma mais inusitada possível. É extremamente emocionante e as lágrimas vão se mostrar diversas vezes, tanto de alegria quanto de tristeza.

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Assim como “Guerra Infinita” e “Guerra Civil”, “Ultimato” é dirigido por Joe e Anthony Russo, com roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely. A trama é bastante intrincada, tornando-se ainda mais complexa ao decorrer do filme. Raros são os momentos em que é óbvio como a situação será resolvida ou se ao menos será resolvida. A sensação de que tudo pode acabar dando errado é constante, suspendendo a crença de que o filme está ali para concluir com um final feliz, pois talvez nem seja tão feliz assim. Porém, é extremamente impressionante e satisfatório.

Embora o filme inclua muitos personagens “menos relevantes” da Marvel, como Rocket, Homem-Formiga, Máquina de Combate… “Ultimato” foca muito nos Vingadores originais. Além da batalha final contra Thanos, temos Homem de Ferro, Capitão América, Viúva Negra, Thor, Hulk e Gavião Arqueiro em arcos de história pessoais com ricas narrativas, adicionando ainda mais emoção e sentimentalismo para um filme que já seria robusto o suficiente sem isso.

No decorrer do filme, cada um desses personagens passa por uma jornada transformadora, nem todos para melhor. Alguns lidaram bem com os problemas, outros se voltaram para os lados mais sombrios do ser humano, mas após mais de uma década acompanhando esses heróis, é muito gratificante e emocionante ver tudo isso acontecer. Infelizmente não poderei tratar com mais profundidade desse assunto para evitar spoilers, mas basta dizer que vale muito a pena.

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Grande parte desse sucesso deve-se aos atores que encarnaram totalmente seus papéis, e em “Ultimato” eles entregaram a melhor performance de todas. Robert Downey Jr., Chris Evans, Scarlett Johansson, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth e Jeremy Renner brilham sem esforço. Vale mencionar também Karen Gillan como Nebulosa, Josh Brolin como Thanos e Paul Rudd como Homem-Formiga, que dão um show a parte. É de se esperar que nem todos os personagens tenham o tempo de tela merecido, mas basta lembrar que a Marvel tem planos para mais séries e filmes com os personagens que aparecem pouco, então nada aqui é feito sem propósito.

Custe o que custar

Se a ambiciosa narrativa de “Ultimato” é o que torna o filme tão impactante, é também responsável por alguns tropeços. Há momentos em que a trama se resolve de forma muito conveniente ou com poucas explicações em comparação com o resto da história, mas tudo é facilmente relevado. “Ultimato” é claramente focado nos fãs, todas as referências e lembranças dos filmes estão ali pelo simples propósito de recompensar quem adora esse tipo de filme. É fácil elencar os momentos mais emocionantes, as aparições de personagens tão queridos e momentos tão marcantes, mas será muito melhor ver do que apenas saber.

Nada disso seria possível sem a maestria técnica que o longa possui. Foi necessário um malabarismo para contar cinco ou seis histórias simultaneamente sem deixar todo mundo confuso, os irmãos Russo juntamente com os editores precisaram porcionar cada momento para sempre ficar aquele sentimento de tensão no final de cada sequência, para culminar num climax de tirar o fôlego e arrancar lágrimas até mesmo dos espectadores mais frios e calculistas.

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A música de Alan Silvestri é parte do espetáculo, não apenas ampliado o caleidoscópio emocional do público, mas prestando respeitável homenagem a todos os outros compositores dos filmes do Universo Marvel. Os efeitos visuais, de transformações físicas até recriações digitais, são incríveis e servem para enaltecer ainda mais a narrativa e a experiência de Ultimato como um todo.

Avante Vingadores!

Após 11 anos e 21 filmes, “Vingadores: Ultimato” é muito mais que apenas um filme. É uma experiência pessoal. Funciona como um filme individual, mas com certeza é o ápice de uma construção cinematográfica colossal, a peça final de um quebra cabeça gigantesco em que todos nós colocamos uma peça.

A tradicional cena pós-crédito não foi incluída, marcando assim um futuro misterioso (se desconsiderarmos o calendário de produções da Marvel), mas pela constante evolução das histórias, as dicas deixadas no filme e o inevitável sentimento de "quero mais", podemos esperar produções diversificadas e cada vez melhores.

Desnecessário dizer que assistir um filme desse porte no cinema é mais do que aconselhável, é praticamente obrigatório. Esse é o final da Fase 3 da Marvel  (ou talvez seja “Homem-Aranha Longe de Casa?”), que agora possui o direito dos personagens da Fox, então patamares ainda maiores nos esperam no futuro desse incrível universo, e estaremos lá!

Vingadores: Ultimato | Novo trailer legendado e sinopse

Quarto filme da franquia Os Vingadores, na 3ª Fase do Universo Cinematográfico da Marvel. Culminando a jornada de 21 filmes interconectados, Vingadores: Ultimato mostra o fim da luta dos heróis contra Thanos, o titã louco. Após utilizar a manopla do infinito, Thanos dizimou metade dos seres vivos do universo, agora, ainda sofrendo com a perda os Vingadores devem se recompor e criar um plano para derrotar e o vilão e desfazer todo o caos.

Crítica do filme Ilha dos Cachorros | Nós não merecemos os cachorros

Animações feitas em stop-motion sempre são marcantes. Geralmente são criadas com um aspecto lúdico que remete a infância quase inconscientemente, além do trabalho minucioso de horas de trabalho que transpiram para a tela. Claro que não é uma tarefa simples, mas Wes Anderson já experimentou essa mídia anteriormente em “O Fantástico Sr Raposo”  construindo de forma brilhante e divertida uma história com simpáticos animais antropomorfisados.

Em “Ilha dos Cachorros” não é diferente, e a comparação é inevitável. Wes Anderson já desenvolveu um estilo singular durante sua carreira e essa marca é gritante em todas suas obras. É justo falar que todas as qualidades do diretor estão retratadas na película, mas é claro que para aqueles que não apreciam seus trabalhos anteriores vai soar tudo como apenas “esquisito”.

Baseado em uma história de Anderson, o roteiro é desenvolvido por Roman Coppola, Jason Schwartzman e Kunichi Nomura. Apesar de tantas cabeças envolvidas, a história é bastante simples e linear, o que de forma alguma é um demérito para a narrativa. Em “Ilha dos Cachorros”, vemos um mundo a partir do ponto de vista dos melhores amigos do homem, imersos na cultura e arte japonesa.

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A história se passa 20 anos no futuro e o prefeito Nomura Kobayashi, um renomado amante dos gatos, anuncia que o surto de “gripe focinhal” entre a população canina fez com que os cães virassem uma ameaça para a humanidade. Apesar de uma pequena comunidade científica declarar que uma cura é possível com o devido investimento em tempo e pesquisas, o prefeito decreta que todos os cães devem ser enviados a Ilha do Lixo, começando pelo querido Spots (Liev Schreiber), o cão da família Kobayashi responsável por cuidar do jovem Atari (Koyu Rankin). Mas o pequeno Atari não aceita se separar do cachorro Spots. Ele rouba um avião e parte em busca de seu fiel amigo.

Seis meses após o decreto, toda a população canina já foi movida para a Ilha do Lixo, todos apresentando sintomas da “gripe focinhal” e lutando para sobreviver. Chefe (Bryan Cranston), Rex (Edward Norton), Boss (Bill Murray), Duke (Jeff Goldblum) e King (Bob Balaban) formaram uma matilha, composta apenas por alfas, e seguem os dias revirando o lixo em busca de alimento, até que sua rotina é quebrada com a chegada do pequeno piloto Atari.

Eu mordo

A narrativa parte da perspectiva dos cachorros e isso fica claro pois a história se passa no Japão, mas os cães falam apenas em inglês e a legenda não traduz as falas em japonês propositalmente. Isso pode parecer uma escolha estranha, mas dentro do contexto do filme não é tão confuso assim, já que quando é necessário existe uma “tradução simultânea”.

Chefe é o único na matilha que sempre foi um cachorro de rua, e não sente muita vontade em ajudar o pequeno piloto que chegou até a ilha, ao contrário de todos os seus companheiros que sabem a importância da amizade e lealdade entre cães e humanos.

Toda a jornada é repleta de cenas marcantes bem características do já citado estilo peculiar de Anderson. Apesar de extremamente simples, a história tem um bom desenvolvimento sem muitos rodeios ou ideias mirabolantes. A animação passeia do stop-motion para uma estética mais voltada para o desenho tradicional, passando pelo estilo de gravuras japonesas e até mesmo para algo que lembra um anime, com transições inseridas em momentos precisos que acontecem de forma muito fluída.

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Um bom exemplo, sempre que uma luta começa, os envolvidos entram numa nuvem de poeira, que visualmente lembra muito um algodão, para quem vê de fora não focar em detalhes. Mas em uma cena de ação mais complexa, a estética de anime é escolhida, já que a movimentação e ângulos seriam complexos demais em uma animação stop motion. São por detalhes como esses que Anderson segue cativando quem aprecia sua visão de cinema.

As referências são diversas, lutas de sumô e demonstrações de taikô, os tradicionais tambores japoneses, além de homenagens sutis ao próprio cinema nipônico, sobretudo Akira Kurosawa. Tudo isso pensado com ritmo e a já famosa obsessão do cineasta por composições simétricas, ainda que “Ilha dos Cachorros” seja sua obra mais “torta” nesse sentido.

O humor também é bastante sutil e por isso mesmo muito interessante. Apesar de não haver nada que restrinja o filme para crianças, talvez os pequenos não achem a animação atraente. Não existe um apelo estético para esse público em relação aos personagens, que apesar de bonitinhos não são estilizados a ponto de ser uma explosão de fofura, assim como
as piadas que não contam com o humor exagerado de produções semelhantes.

Ao criar uma distopia fantástica, essa é a obra mais política de Anderson, mas ao invés de ser soturna e incômoda é balanceada para que as ideias sejam digeridas com mais naturalidade. 

Alexandre Desplat, que já havia trabalhado anteriormente com Anderson, entrega uma trilha sonora fantástica com diversas canções originais e uma variedade de artistas, a maioria de origem japonesa. A inspiração no cinema clássico de Akira Kurosawa se sobressai em diversos temas musicais, assim como no design de alguns personagens.

Obviamente não seria um filme de Wes Anderson sem os seus atores de estimação, com algumas adições significativas. O protagonista é Bryan Cranston (o Walter White, de Braking Bad), que empresta sua voz ao cão Chefe, que rouba a cena por todo seu desenvolvimento e destaque na trama. Os outros personagens não são tão bem relevantes assim, mas é impossível não se importar com eles e suas peculiaridades.

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Cada cão do grupo principal tem uma característica engraçada, como Duke (dublado por Jeff Goldblum), que sempre tem uma fofoca na ponta da língua, e Rex (Edward Norton) com planos diferente dos de Chefe e que é sempre seguido pela matilha.

Essas peculiaridades são uma adição sutil para a história, mas servem para pegar desprevenido quem não espera uma piada oportuna em momentos relativamente banais. Bill Murray, Bob Balaban, Greta Gerwig, Scarlett Johansson, Tilda Swinton cada nome marcante é um cachorro com características únicas que adicionam graça nessa história fantástica e cativante. Espero que "Ilha dos Cachorros" inspire novos trabalhos originais, e que essas obras achem um espaço para seu público.