Stan Lee - Café com Filme

Crítica do filme Deadpool | Ultraviolência, humor autodepreciativo e chimichangas

Se você conseguiu convencer sua namorada a assistir Deadpool com o argumento de que o filme se trata de um romance, parabéns (ou não, pois talvez ela não seja tão esperta. Sério, ela não viu toda a propaganda e sei lá, o trailer?!). Porém, a realidade não está tão longe disso, já que acompanhamos a trajetória de Wade Wilson, ex-integrante de forças especiais do Exército que vira um mercenário de coração mole. Após um de seus serviços, ele conhece Vanessa Carlysle (Morena Baccarin) se apaixonam perdidamente e vivem um romance lindo, ainda que levemente lunático.

Mas seus planos amorosos de casar e serem felizes para sempre acabam destruídos quando Wade descobre que tem câncer terminal. Em uma tentativa desesperada de se curar, Wade se voluntaria para um programa que força os genes mutantes a se manifestarem, mas por ser experimental pode causar efeitos colaterais.

No caso de Wade, ele foi curado de tudo, ganhando um fator de cura que permite até mesmo fazer membros amputados crescerem novamente, basicamente o mesmo poder do Wolverine. Em paralelo, ele adquire o aspecto de um maracujá de gaveta, a junção da transa raivosa entre um abacate velho e um novo ou a parte de dentro da bunda de alguém. Obviamente ele desiste de voltar para seu amor e parte em busca de vingança contra o responsável por sua dor. Falando assim, parece um roteiro clichê e sem graça, mas é aí que o brilho do filme se revela.

Deadpool só foi produzido porque essa animação de teste vazou e gerou diversos rumores pela internet, agradando muito os fãs:

Os escritores Rhett Reese, Paul Wernick e o diretor Tim Miller são suspeitos de terem vazado, além de Ryan Reynolds (que interpreta/vive Deadpool), que recentemente admitiu que tem 70% de certeza que não foi ele. O que importa é que isso abriu as portas para os executivos da Fox aprovarem o projeto, e juntamente com todo o marketing genial do filme, teve a aprovação do famigerado estúdio e finalmente um filme decente foi produzido com um dos personagens que estão sobre os direitos da Fox.

E por ser um trabalho feito por fãs e para os fãs, o conjunto todo ficou muito bom. O filme é recheado de referências ao mundo pop, aos vacilos do passado da Fox (Deadpool sem boca? Ninguém consegue explicar isso até hoje), a própria carreira e fracassos de Ryan Reynolds, e conta com a participação de dois X-Men, talvez não tão populares assim mas foi o que deu pra bancar que foram muito bem utilizados.

Ryan Reynolds está em todas as cenas, afinal é um filme solo de Deadpool. Ele encarna totalmente o papel e não tem medo de se autodepreciar e de zoar qualquer coisa, a graça e diferencial do filme está em grande parte nisso. O filme teve classificação indicativa de 18 anos (16 no Brasil), então a violência característica desse personagem está muito bem representada. Muito sangue, amputações e mortes violentissimas são constantes do filme, mas o humor ácido é o que realmente prende a atenção.

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Outro fator que pode parecer estranho para quem não conhece o Deadpool dos quadrinhos é que ele possui o peculiar poder de “quebrar a quarta barreira”. Isso significa que ele sabe que é um personagem de quadrinhos, consegue ler os balões de fala e até interagir com os quadros que estruturam a revista, e isso é divertido porque não faz sentido algum. Já no filme, ele interage com a câmera e com os espectadores, o que não é necessariamente genial mas ainda assim é interessante dentro do contexto geral de “filmes de heróis”, além de soltar frases sobre linhas de tempo paralelas e chamar os personagens pelos nomes dos atores que os interpreta.

Aliás, vale ressaltar que Deadpool não é um herói, mas também não é um vilão. É o que todo mundo adora chamar de “antiherói”. Ele não vai salvar o mundo ou prender os bandidos, a menos que seja apenas pela zoeira. É um mercenário que segue os próprios interesses e mata todo mundo que está em seu caminho enquanto tira sarro dos outros, todos esse fatores colaboram muito para tornar esse personagem interessante.

Apesar do orçamento limitado, os produtores conseguiram encaixar o cromado X-Men Colossus (Stefan Kapicic), feito inteiramente em computação gráfica e com sotaque carregado, já que o personagem é originalmente russo, e a jovem Negasonic Teenage Warhead (que tem o codinome mais maneiro de todos e isso é indiscutível), interpretada pela novata Brianna Hildebrand. Ambos complementam a história, sobretudo durante as cenas de luta, e os efeitos de seus poderes mutantes são surpreendentemente bons, assim como todos os efeitos do filme, desde a roupa (não animada) e expressões da máscara, até os membros decepados e sangue jorrando.

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No final, você vai querer comparar Deadpool com outros filmes baseados em heróis e vai acabar esbarrando em Guardiões da Galáxia. Uma trilha sonora boa, muitas piadas e ação, além de personagens carismáticos. Mas ao contrário desse, é uma história de origem como todas as outras, mas que não parece tão relevante dentro do contexto geral. É claro que é um começo e um gigantesco salto para futuras produções, e torço muito para ver o que virá a seguir, com a Fox aprovando um orçamento melhor sem tirar a liberdade criativa que motivou esse filme e o destacou de todas as produções Fox/Marvel.

Enfim, vale lembrar novamente que não é um filme para crianças, é violento, tem cenas de sexo e palavrões do começo ao fim. Se você entender todas as referências e gostar do gênero "quadrinhos", não vai se decepcionar.

Epa! Cadê o Noé? | Trailer dublado e sinopse

Baseado na história da Arca de Noé, esta animação mostra as criaturas infelizes no lado errado da evolução. Os moradores terrestres Nestrians Dave e seu filho Finny conseguiram entrar na Arca de Noé com a ajuda de Grymp e sua filha Leah. Mas quando a Arca flutua para longe, Finny e Leah acidentalmente caem. Este é o início de uma aventura na qual Finny aprende algo muito importante sobre si mesmo, e que poderá salvar a vida de seu pai e de sua nova galera.

Crítica do filme Irmãs | Tina Fey e Amy Pohler sempre são diversão garantida!

Quando soube de um filme estrelado por Tina Fey e Amy Poehler, nem quis saber mais nada a respeito. Por que pra mim isso é o suficiente pra querer assistir e ter certeza que independente sobre o que o filme se trata, será engraçado.

Elas não são necessariamente as melhores atrizes da nossa geração, mas com certeza são excelentes comediantes. Assim como a maioria dos bons comediantes, tudo começou no genial Saturday Night Live e desde então só melhorou.

Para quem não conhece, Amy Poehler emprestou sua voz e expressões para Alegria, de Divertida Mente e protagonizou a série Parks and Recreation, entre diversas outras participações menores mas marcantes.

Tina Fey criou, estrelou, dirigiu, escreveu e chamou vários atores grandes para a série 30 Rock, além de criar a série do Netflix Unbreakable Kimmy Schmidt. Toda essa informação sobre o passado das duas é apenas para dizer que elas sabem exatamente o que estão fazendo ao se tratar de comédia.

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"Irmãs" é totalmente despretensioso, e é exatamente dessa forma que você deve encarar. Trata-se de um filme sobre as irmãs Ellis dando a última festa na casa de seus pais antes de ser vendida, mesmo tendo plena consciência de que já estão bem velhas para isso.

Maura (Amy Poehler) é a irmã comportada que quer cuidar de todo mundo, divorciada a dois anos e querendo se divertir pelo menos uma vez na vida, enquanto Kate (Tina Fey) é impulsiva e soube aproveitar bem todas as festas da vida. Porém, ela está desempregada e tem uma filha adolescente para criar sozinha. A trama mostra diversas situações envolvendo essa dinâmica familiar, assim como o papel dos pais delas em suas vidas.

O foco principal do filme é o ponto em que a vida deixou de ser só diversão e festa e passou a ser chata e cheia de responsabilidades. Todo o elenco é composto por adultos maduros agindo como adolescentes ou tentando lembrar-se como era, e é interessante notar que o padrão de beleza Hollywoodiano é ignorado aqui. Ao contrário, vemos um bando de tiozões e tiazonas sem medo de mostrar a barriga saliente e os dentes tortos. (Exceto a Tina Fey, ela é perfeita eternamente).

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Um exemplo é o “galã” James (Ike Barinholtz). Ele é o interesse romântico de Maura, e está longe de ser um cara considerado lindo. Porém, ele consegue ser tão divertido quanto as duas irmãs dentro da história, sendo que o “romance” acaba nem sendo tedioso e óbvio como o esperado. Outro exemplo surpreendente é Alex (Bobby Moynihan), que começa como um personagem chato e acaba roubando a cena sempre que aparece.

E claro que em um filme sobre festas e adolescentes não poderia faltar piadas sobre peitos, pênis, bundas e sexo em geral. Elas são constantes, mas são feitas nas horas certas e não tão forçadas quanto na maioria dos filmes, então os mais sensíveis não devem se incomodar com isso. No fim, não espere um filme genial, mas um motivo para rir da própria tosquisse e da brevidade da vida.

X-Men: Apocalipse | Novo trailer legendado e sinopse

Desde o início da civilização, ele era adorado como um deus. Apocalipse, o primeiro e mais poderoso mutante do universo X-Men da Marvel, acumulou os poderes de muitos outros mutantes, tornando-se imortal e invencível. Ao acordar depois de milhares de anos, ele está desiludido com o mundo em que se encontra e recruta uma equipe de mutantes poderosos, incluindo um Magneto desanimado (Michael Fassbender), para purificar a humanidade e criar uma nova ordem mundial, sobre a qual ele reinará.

Como o destino da Terra está na balança, Raven (Jennifer Lawrence), com a ajuda do Professor Xavier (James McAvoy) deve levar uma equipe de jovens X-Men para parar o seu maior inimigo e salvar a humanidade da destruição completa.

Capitão América: Guerra Civil | Novo trailer legendado e sinopse

Depois dos eventos de Vingadores: Era de Ultron, "Capitão América: Guerra Civil" da Marvel encontra Steve Rogers liderando o recém formado grupo de Vingadores em seus esforços contínuos para proteger a humanidade. Mas após outro incidente, envolvendo os Vingadores, resultar em danos colaterais, aumenta a pressão política para instalar um sistema de responsabilização, comandado por uma agência do governo para supervisionar e dirigir a equipe.

O novo status quo divide os Vingadores, resultando em duas frentes - uma liderada por Steve Rogers e seu desejo de que os Vingadores se mantenham livres para defender a humanidade sem a interferência do governo, e a outra que segue a surpreendente decisão de Tony Stark de apoiar a responsabilização e supervisão do governo. Prepare-se para escolher um lado e se juntar à ação ininterrupta, agora em duas frentes, quando "Capitão América: Guerra Civil" da Marvel estrear nos cinemas dia 28 de Abril de 2016.

Crítica do filme Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma | Que barulho foi esse?

Pois é, 4 filmes e um spin-off depois, estamos aqui novamente. Gostaria de iniciar dizendo que odeio filmes de terror por um motivo bem simples: eu morro de medo e acredito em tudo. Se o filme for divulgado como “baseado em fatos reais”, por mais falcatrua que seja, eu vou passar o mais longe disso por puro e simples medo. Porém, raras vezes em que eu assisti a um filme desses acabei me assustando verdadeiramente. É tudo uma questão de expectativa, que quase nunca é satisfeita.

"Atividade Paranormal: Dimensão Fantasma" se passa em Dezembro de 2013, a família Fleege resolveu se mudar para uma nova casa e passar o Natal por lá. Mas o período que deveria ser de alegria acaba virando terror quando Ryan (Chris J. Murray) e seu irmão Mike (Dan Gill) encontram uma câmera e uma caixa de fitas velhas na garagem. Quando eles olham para o conteúdo gravado, logo descobrem que há uma (sic) “Atividade Paranormal” assombrando o local, e quem acompanhou a franquia até aqui vai perceber que essas fitas são de “Atividade Paranormal 3”.

E em relação aos filmes anteriores, o diretor Gregory Plotkin, garante que todas as perguntas deixadas em aberto serão respondidas nesse filme. Além disso, finalmente poderemos ver algo além de crianças satânicas e lençóis se movendo levemente. Como esperado, as primeiras cenas são totalmente normais, apresentando os personagens e o ambiente, e diversos momentos de alívio cômico, buscando relaxar os expectadores para os momentos assustadores. Só que até acontecer alguma coisa você pode esquecer sobre o que o filme trata.

A câmera encontrada é totalmente tunada e contem o dobro de tubos de imagem do que os modelos normais, e isso faz com que ela veja a tal dimensão fantasma do título. A novidade acaba sendo essa visão do mundo invisível, e é o grande chamariz para o cinema 3D. Pessoalmente, achei a “dimensão fantasma” meio tosca, ficando entre um defeito na captação da imagem e um objeto em 3D sem acabamento.

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A filha de Ryan, Leila (Ivy George), de repente começa a interagir com um amigo imaginário chamado Toby, e novamente para quem acompanhou até aqui sabe que o Toby é o cramunhão dos filmes anteriores. E agora a gente consegue ver ele também! Progressivamente durante o filme a imagem vai ficando mais nítida, e o motivo é meio óbvio. Quanto mais medo as pessoas sentem, mais forte ele fica. Então toda a assombração tem o motivo de fortalecer esse capeta, e isso é bem efetivo, pelo menos os personagens ficam com medo do que está acontecendo. E se você pensou na solução simples de deixar tudo ali e ir morar em outro lugar, existe uma justificativa razoável para isso.

Isso pelo pelo fato de que nada ali da medo. Na verdade só o que acontece são “jumpscares”, um efeito recorrente em filmes de terror, que consiste em fazer o expectador acreditar que nada vai acontecer e subitamente revelar a fonte do medo, normalmente com um efeito sonoro bem dramático. Desnecessário dizer que o recurso perde o efeito se utilizado seguidamente, e é bem esse o caso. Mas se você gostar de filmes em 3D, foi exatamente pra isso que ele foi criado. Vai ter algo pulando na sua cara o tempo todo.

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Ryan e Mike passam um bom tempo assistindo as fitas encontradas de Atividade Paranormal 3, onde Katie e Kristi Featherston fazem uma espécie de treinamento sobrenatural. Era de se esperar que fosse mostrado algo que complementasse essa história, mas depois de um tempo você acaba assistindo dois caras meio sem noção, assistindo a um filme que você provavelmente já viu e filmando a tela enquanto isso!  Eu aceito todo o lance de fantasmas e coisas sobrenaturais, mas isso não faz sentido pra mim.

Como dito, o foco desse filme é o 3D, então a Paramount recomenda muito que você veja no cinema, mas pessoalmente acho mais interessante ver em casa, no escuro e de preferência sozinho. Sem dúvida você vai achar que algo se mexeu e ouvir barulhos estranhos, e a experiência será bem mais interessante. (Escrevo isso as 3 da manhã, com a luz acessa e pensando em não dormir hoje).