T.J. Miller - Café com Filme

Crítica do filme Sonic - O Filme | É o raio azul para toda a família

O clássico jogo de videogame da SEGA sendo adaptado para as telonas deixou muitos fãs animados (principalmente furries), mas para o desgosto de muitos é um filme família. Porém, se você nunca se interessou pelo Raio Azul e não dá a mínima para quem é Robotnik, talvez “Sonic O Filme” não seja para você.

É preciso admitir que um ouriço azul que corre muito rápido não é necessariamente uma coisa fácil de adaptar para o cinema, principalmente interagindo com personagens humanos. A solução é rir na cara da lógica e deixar a seriedade de lado para o bem do andamento da trama.

Desnecessário dizer que o filme tem foco no público infantil, mas o apelo aos fãs dos jogos dos anos 90 está nos detalhes, tanto de personagens surpresa quanto easter-egg que dizem “se você é fã isso tá aqui o serviço”. E o mesmo cuidado que tiveram para refazer o personagem é visto nesses detalhes, que não adicionam tanto a trama mas que satisfazem os atentos.

Você não pode fugir de si mesmo, mudando de um lugar para outro

Importante lembrar que após a reação negativa ao primeiro design do Sonic e todo o trabalho para refazer e deixar o boneco menos feio e odioso, é impossível negar que a Paramount quer muito agradar os fãs e não deixar ninguém na mão. Então quem reclamou é obrigado a ver no cinema, sim!

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Tudo começa com o fofíssimo Sonic Bebê em sua terra natal sendo obrigado a fugir para o planeta Terra. Sendo basicamente um alienígena muito veloz, ele cresceu escondido em uma pequena cidade no interior de Montana, chamada Green Hills. Apesar do nome semelhante, não é exatamente uma Green Hill Zone, que os fãs vão lembrar de cara, a primeira fase do jogo de 1991, mas é uma das muitas homenagens ao jogo clássico que marcou uma geração. 

Isolado no nosso mundo, Sonic não tem ninguém para conversar além de si (e o público, e tudo bem porque a quarta parede tá aí para ser quebrada mesmo). A dublagem do ouriço fica por conta do comediante Ben Schwartz, que parece que tá sempre acelerado, então combina muito  com as características do nosso protagonista, que por sinal é claramente meio louco devido o isolamento.

Por que a pressa?

Contra todas as probabilidades, o longa é meio arrastado até o protagonista ser forçado a revelar-se para seu único “amigo” Tom Wachowski (James Marsden), um policial que está muito entediado por não poder salvar vidas na cidade pacata em que mora. Entra em cena também o esperado Dr. Robotnik, interpretado pelo sensacional e insano Jim Carrey.

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Jim Carrey é bastante caricato, exatamente como o personagem precisa ser. E a partir desse ponto o filme se aproxima muito aos jogos, com Robotnik enviando drones e máquinas para capturar Sonic, enquanto ele corre loucamente e destrói todas elas. Mas como isso não seria o bastante, há também todo um subtexto sobre a amizade e aproveitar a vida, e parte do filme se caracteriza como uma road trip com dois amigos. Filme família!

A direção fica por conta de Jeff Fowler e o roteiro simples, porém eficaz, é assinado por Patrick Casey e Josh Miller. Buscando acertar no que já deu certo, vemos muitas cenas que são praticamente remakes de outros filmes.  Impossível não lembrar da marcante cena de Mercúrio em X-Men, quando todos congelam e o corredor altera o ambiente como bem entende. Sonic faz a mesma coisa, mas com uma música menos empolgante e com ações bem menos criativas. Esse é um dos exemplos, a sensação que fica é a de que tentaram fazer graça com cenas já consolidadas. Não é ruim, só não é criativo. E tudo bem, é bastante divertido ainda.

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O que realmente empolga são as adições de personagens surpresa, mais uma contribuição para os fãs falarem “agora vai!”. As cenas pós-crédito são tão inseridas no contexto dos jogos que a possibilidade de uma continuação para essa adaptação empolga mais do que qualquer redesign. E tomara que outros jogos da SEGA sejam feitos com o mesmo cuidado que Sonic recebeu, pois existe muito potencial e uma base de fãs sedentos esperando por isso.

Apollo 11 (2019) | Trailer legendado e sinopse

Do diretor Todd Douglas Miller (Dinosaur 13), surge um evento cinematográfico que vem sendo desenvolvido há 50 anos Criado a partir de um acervo recém-descoberto de 70mm de filmagem e mais de 11.000 horas de gravações de áudio não catalogadas, Apollo 11 nos leva diretamente ao coração da mais célebre missão da NASA - a primeira a colocar os homens na Lua, e que fez o mundo conhecer Neil Armstrong e Buzz Aldrin. Imerso nas perspectivas dos astronautas, da equipe no Centro de Controle da Missão e dos milhões de espectadores na Terra, experimentamos vividamente esses dias e horas memoráveis em 1969, quando a humanidade deu um gigantesco salto para o futuro.

Coringa, O Irlandês e 1917 esquentam a briga pelo BAFTA 2020

Foram revelados hoje, dia 7 de janeiro de 2020, os indicados a 73ª cerimônia do British Academy Film Awards (o BAFTA 2020). Com 11 indicações, Coringa lidera a briga pelas estatuetas, somando nomeações para Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator. Seguindo de perto está O Irlandês, de Martin Scorsese, que totaliza 10 indicações, enquanto que o vencedor do Globo de Ouro de Melhor Filme, 1917, de Sam Mendes, aparece em 9 categorias.

Dando continuidade a "award season" — temporada de premiações do cinema e televisão — a Academia Britânica de Artes do Cinema e Televisão divulgou os indicados ao BAFTA 2020, considerado como o "Oscar britânico". Coringa está na frente, no entanto, a briga parece que será bem acirrada com O Irlandês, epico policial de Martin Scorsese e 1917, drama de guerra dirigido por Sam Mendes que já faturou os Globos de Ouro por Melhor Filme e Melhor Direção.

A 73ª cerimônia do British Academy Film Awards acontece dia 2 de fevereiro, com apresentação do icônico apresentador irlândes, Graham Norton. A cerimônia acontece no Royal Albert Hall e contará com performance especial do Cirque du Soleil.

Melhor Filme

  • O Irlandês (Netflix / Tribeca Productions / Sikelia Productions / Winkler Films; Netflix)
  • Parasita (CJ Entertainment; Barunson E&A; NEON)
  • 1917 (DreamWorks Pictures / Reliance Entertainment / New Republic Pictures / Neal Street Productions / Mogambo; Universal Pictures)
  • Coringa (Warner Bros. Pictures / Village Roadshow Pictures / Joint Effort;Warner Bros. Pictures)
  • Era uma Vez em... Hollywood (Columbia Pictures; Sony Pictures Releasing)

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Melhor Diretor

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Melhor Atriz

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Melhor Ator

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Melhor Atriz Coadjuvante

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Melhor Ator Coadjuvante

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Melhor Elenco

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Melhor Roteiro Original

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Melhor Roteiro Adaptado

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Melhor Filme Britânico

  • 1917 - Produtores: Sam Mendes, Pippa Harris, Callum McDougall, Jayne-Ann Tenggren e Krysty Wilson-Cairns
  • Bait - Produtores: Mark Jenkin, Kate Byers e Linn Waite
  • For Sama - Produtores: Waad al-Kateab e Edward Watts
  • Rocketman - Produtores: Dexter Fletcher, Adam Bohling, David Furnish, David Reid, Matthew Vaughn e Lee Hall
  • Sorry We Missed You - Produtores: Ken Loach, Rebecca O’Brien e Paul Laverty
  • Dois Papas - Produtores: Fernando Meirelles, Jonathan Eirich, Dan Lin, Tracey Seaward e Anthony McCarten

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Melhor Estreia De Diretor, Roteirista ou Produtor Britânico

  • Bait - Mark Jenkin (Direção/Roteiro), Kate Byers, Linn Waite (Produção)
  • For Sama - Waad al-Kateab (Direção/Produção), Edward Watts (Direção)
  • Maiden - Alex Holmes (Direção)
  • Only You - Harry Wootliff (Roteiro/Direção)
  • Retablo - Álvaro Delgado-Aparicio (Roteiro/Direção)

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Melhor Documentário

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Melhor Filme de Língua Estrangeira

  • A Despedida (Big Beach; Kindred Spirit; Ray Production; Depth of Field; Seesaw; A24) - EUA e China
  • Dor e Glória (El Primer Deseo, El Deseo; Sony Pictures Classics) - Espanha
  • Retrato de uma Jovem em Chamas (Lilies Films; NEON) - França
  • Parasita (CJ Entertainment; Barunson E&A; NEON) - Coréia do Sul
  • For Sama (Channel 4; Frontline; ITN Productions; PBS Distribution; WGBH) - Reino Unido e Siria

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Melhor Animação

  • Frozen 2 (Walt Disney Pictures; Walt Disney Studios Motion Pictures)
  • Toy Story 4 (Pixar Animation Studios; Walt Disney Studios Motion Pictures)
  • Klaus (The SPA Studios; Aniventure; Atresmedia Cine; Netflix)
  • Shaun, o Carneiro: Aliens (Aardman Animations; Amazon Prime Video; Anton; StudioCanal)

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Melhor Fotografia

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Melhor Montagem

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Melhor Figurino

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Melhor Cabelo e Maquiagem

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Melhor Trilha Original

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Melhor Design de Produção

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Melhores Efeitos Visuais

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Melhor Som

  • Scott Millan, Oliver Tarney, Rachael Tate, Mark Taylor, Stuart Wilson - 1917
  • Tod Maitland, Alan Robert Murray, Tom Ozanich, Dean Zupancic - Coringa
  • David Giammarco, Paul Massey, Steven A. Morrow, Donald Sylvester - Ford v Ferrari
  • Matthew Collinge, John Hayes, Mike Prestwood Smith, Danny Sheehan - Rocketman
  • David Acord, Andy Nelson, Christopher Scarabosio, Stuart Wilson, Matthew Wood - Star Wars Episódio IX: A Ascensão Skywalker

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Melhor Curta de Animação Britânico

  • GRANDAD WAS A ROMANTIC - Maryam Mohajer
  • IN HER BOOTS - Kathrin Steinbacher
  • THE MAGIC BOAT - Naaman Azhari, Lilia LaurelRoughhouse

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Melhor Curta-Metragem Britânico

  • AZAAR - Myriam Raja, Nathanael Baring
  • GOLDFISH - Hector Dockrill, Harri Kamalanathan, Benedict Turnbull, Laura Dockrill
  • KAMALI - Sasha Rainbow, Rosalind Croad
  • LEARNING TO SKATEBOARD IN A WARZONE (IF YOU’RE A GIRL) - Carol Dysinger, Elena Andreicheva
  • THE TRAP - Lena Headey, Anthony Fitzgerald

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Prêmio Estrela em Ascensão (voto popular)

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Paramount anuncia “Um Lugar Silencioso - Parte 2” e mais filmes para 2020

A gente tem a impressão de que 2019 não vai acabar, mas, para o bem de todos e felicidade geral da nação, esse momento vai chegar – e não falta tanto.  E aí está dada a largada para uma nova enxurrada de filmes incríveis no cinema, incluindo ótimos lançamentos da Paramount, que fez questão de compartilhar essas novidades.

Entre tantos títulos, a produtora dá destaque para um filme que deve agradar os fãs de suspense – e estamos falando de uma sequência! Sim, está confirmada a continuação de “Um Lugar Silencioso”, que chega aos cinemas brasileiros no dia 19 de março com o nome “Um Lugar Silencioso – Parte 2” – Parte 2’.

O longa-metragem que sucede a história original de 2018 ainda não tem sinopse oficial, mas a Paramount já confirmou a direção de John Krasinski e os mesmos nomes do elenco que protagonizou o primeiro filme: Emily Blunt, John Krasinski e Millicent Simmonds. Além deles, devemos ter rostos novos como Cillian Murphy.

Mais continuações de sucesso

É mais sequências que você quer? Bom, além da novidade acima, a Paramount já está trabalhando há algum tempo na divulgação de alguns filmes que são continuações de antigos títulos que marcaram época. O primeiro deles é “Top Gun: Maverick”, que traz o personagem famoso dos anos 80, interpretado por Tom Cruise.

Com previsão de estreia 09 de julho, a continuação de “Top Gun” tem no elenco nomes como Jennifer Connelly, Miles Teller, Jon Hamm, Ed Harris e Val Kilmer. A direção fica por conta de Joseph Kosinski (que você conhece pelo trabalho em “Oblivion”) e a produção de Jerry Bruckheimer.

Tá gostando? Então, se liga que ainda tem a volta de uma comédia clássica dos anos 80. Acredite se quiser, mas Eddie Murphy e Arsenio Hall voltam à América (e também às telonas) em dezembro de 2020 como o príncipe Akeem e seu fiel escudeiro Semmi em “Um Príncipe em Nova York 2” (veja o trailer de “Um Príncipe em Nova Iorque”).

A Paramount também promete trazer novamente o exército dos G.I Joes aos cinemas em uma nova missão. Ainda sem tradução para o Brasil, o filme recebe o título original de “G.I. Joe: Snake Eyes”. A empresa não divulgou data para a estreia desse filme.

E, para fazer a alegria da criançada, os amigos Bob Esponja e Patrick vão se aventurar fora da Fenda do Bikini para recuperar Gary em “Bob Esponja – O Incrível Resgate“, que chega aos cinemas em 11 de junho.

Não faltam histórias originais

A Paramount Pictures traz também novas histórias com talentos de peso, como:

  • Michael B. Jordan e Jamie Bell, que aparecem na adaptação do best-seller de Tom Clancy, “Without Remorse”;
  • Mark Wahlberg e Chiwetel Ejiofor, prometidos como estrelas da ficção “Infinite”;
  • Chris Pratt, no thriller de ação “The Tomorrow War”;
  • E Michael Rooker, Dylan O’Brien e Jessica Henwick, que vão enfrentar um apocalipse em “Monster Problems”.

E, para finalizar, temos um dos personagens mais amados do mundo dos games (e também mais polêmicos na internet) chegando às telonas em 2020! Em “SONIC – O Filme”, o ouriço azul mais famoso do mundo (agora com novo design) se aventura enquanto ele tenta se adaptar à nova vida na Terra.

Junto com seu novo melhor amigo, o policial Tom Wachowski (James Marsden), ele precisa escapar das garras do vilão Dr. Robotnik (Jim Carrey) e impedir que ele use seus poderes para dominar a humanidade.

Dirigido por Jeff Fowler e produzido por Tim Miller (Deadpool) e Neal H. Moritz (Velozes e Furiosos), o filme estreia em 13 de fevereiro e traz ainda no elenco Tika Sumpter e Ben Schwartz, como a voz do Sonic, que no Brasil será dublado por Manolo Rey. Ansioso para a avalanche de filmes da Paramount? Qual é o seu favorito?

Crítica O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio | Diversidade que dá gosto!

Nas últimas décadas, o conceito de franquia cinematográfica ganhou proporções além do que podíamos imaginar – isso sem nem entrar no papo de universo compartilhado. A verdade é que inspirados em casos de sucesso, às vezes até de concorrentes, alguns estúdios tentar transformar algo que incialmente era planejado para uma aventura isolada em algo que possa ter diversos capítulos.

Às vezes, essa ideia não surge de imediato, mas, a cada intervalo de tempo, algumas franquias parecem ressurgir do esgoto para trazer um pouco mais de alegria para o público dinheiro aos produtores. Assim, nascem aberrações como o penúltimo capítulo de “O Exterminador do Futuro” (também conhecido como Gênesis), uma obra que o senhor James Cameron faz questão de não ter qualquer associação com seu nome.

O ponto é que existe uma nítida diferença entre franquias pensadas desde o começo para contar uma história e outras projetadas com base na reação do público. É o caso de “O Exterminador do Futuro”, que obviamente funcionava bem em seus dois primeiros episódios, mas que degringolou com o passar dos anos, devido a tantas reviravoltas não planejadas.

Com o passar dos anos, a adição de novos roteiristas acabou desvirtuando o propósito da franquia. Particularmente, eu não considero o terceiro e quarto título como obras inconcebíveis (e na verdade até simpatizo com a guinada no filme com Christian Bale), porém é claro que fica cada vez mais difícil voltar à essência. E aí é perfeitamente normal que o público tenha um certo receio com o anúncio de um novo capítulo.

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Afinal de contas, o que “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” pode ter de tão genial para valer a ida ao cinema? Bom, se você procura inovação ou genialidade como a dos primeiros filmes da saga, pode segurar seu cavalinho robótico aí, pois é claro que este filme não reinventa a máquina. Repleto de ideias repetidas e permeado por algumas inconsistências, o novo título não é algo único ou imperdível.

No entanto, o roteiro com um mínimo de coerência e a direção tradicional já evita um desgosto inicial. Além disso, a adição de algumas temáticas modernas, a diversidade de protagonistas e a ação na dosagem certa resultam numa obra que ao menos diverte e não agride nossa inteligência. Um filme que remete aos antigos e que ainda garante algumas risadas. Boa opção para curtir com pipoca.

O Exterminador tem uns furos

É natural que após tantos anos de invenções mirabolantes, uma franquia já desgastada tenha dificuldades em fazer sentido. Afinal, como é possível consertar o passado se ele já aconteceu e o mundo todo presenciou tais eventos? Não existe solução fácil, por isso “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” opta por ignorar quase tudo que acontece depois do segundo filme.

A boa notícia é que para quem nunca viu nada deste universo, o resumo inicial dá conta de apresentar personagens e fatos importantes. E aos fãs da saga que não sabem a partir de que ponto a nova história tem seu pontapé inicial, a introdução é a base para o desenvolvimento dos fatos que serão apresentados no decorrer das quase duas horas de projeção.

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Bom, repetição é algo inevitável nos filmes desta série, afinal todos têm o mesmo tipo de situação: humanos fugindo constantemente de um exterminador e pensando em formas de derrotá-lo. Não há como fugir da fórmula, então é normal que você veja diversas familiaridades nesta história. Então, a inovação fica exclusivamente por conta da ambientação proposta, que aqui foi muito bem acertada.

Diferente dos tantos episódios da saga, este novo capítulo aposta em levar a história para outro país: o México. Com isso, temos personagens latinos (mas sem o famoso “Hasta la vista”) e uma série de temas bem recentes. Algumas justificativas são pífias e o desenrolamento tem suas falhas, mas é tudo aceitável quando a gente vê que os caras estão se esforçando para honrar a saga e manter uma boa de entretenimento.

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Contudo, não importa o quanto o filme tente se justificar ou driblar inconsistências, é muito difícil uma obra que mexe com viagem no tempo conseguir criar algo coerente. Assim, o desenvolvimento de “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” tem seu destino sombrio: paradoxos temporais e brechas para novas linhas do tempo. Para quem sempre faz uma mínima reflexão, esse tipo de coisa pode incomodar um tanto.

Ele voltou, mas o futuro é feminino

Além da história genial e de jargões marcantes, o trunfo da franquia sempre foi os personagens caricatos e imponentes. Não é por acaso que até mesmo algumas continuações trouxeram versões alternativas do T-800 até mesmo parecendo um boneco de cera (com um modelo de Arnold Schwarzenegger todo digitalizado).

E parafraseando o filme me que o próprio robô falava “I’ll be back”, agora podemos ter a certeza de que ele não estava mentindo. O retorno deste exterminador clássico é um dos pontos altos do filme, porém ele não é nem de longe tão marcante quanto o trio protagonista. Na verdade, o personagem está aqui mais para fazer uma graça, bem como para dar suporte na história sem deixar tantos buracos.

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Até agora eu sequer tinha falado da história do filme, afinal esta é uma crítica sem spoilers, mas a sinopse não machuca e é importante agora. Em “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” acompanhamos Sarah Connor e Grace (uma nova personagem da história) tentando proteger uma jovem mexicana de um novo tipo de Exterminador.

Eis aí o nosso trio protagonista: Sarah Connor (Linda Hamilton) em toda sua glória de matadora de robôs – e ela está muito empoderada, num visual muito badass –, Grace (Mackenzie Davis), responsável por boa parte da ação frenética do filme, e Dani Ramos (Natalia Reyes), que tem sua importância revelado no decorrer da trama.

É muito legal que quase toda a trama é baseada nas três personagens, sendo que as duas mulheres brancas devem reconhecer a importância da protagonista latina. Isso mostra que um pouco de diversidade não faz mal e pode dar espaço para novos diálogos e abordagens. Talvez, o único problema é que a personagem mexicana fica muito de lado, como alguém frágil, mas isso até tem sua justificativa.

Sobre as atuações, temos um elenco competente, principalmente quando falamos desse trio e do novo Exterminador, que é interpretado por Gabriel Luna, outro ator latino que fica muito coerente na trama e tem expressões bem robóticas. A jovem Natalia Reyes se desenvolve bem, porém é perceptível as limitações da personagem, o que acaba dando a impressão de que a atriz não se sobressai como deveria.

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Em questões técnicas, “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” faz bonito, seja pela direção de Tim Miller (que a gente conhece de “Deadpool”), pelos efeitos visuais caprichados ou mesmo pela direção de arte que remete aos predecessores, mas que tem sua dose de inovação. Talvez a única crítica fique por conta dos trechos futuristas muito breves e pouco ousados.

Tudo se completa com a trilha que aposta no óbvio, então a dose de nostalgia é garantida. Novamente, longe de ser fantástico, mas também longe de ser um fracasso, o novo Exterminador é um filme que traz os ingredientes certos da franquia, que ousa pela temática do roteiro e que deve divertir em boa parte. Não espere muito, mas curta a ação e aproveite a pipoca!