Crítica do filme O Exterminador do Futuro: Gênesis
Volta, James Cameron
O Exterminador do Futuro é uma das minhas franquias favoritas. Quando criança, a gente tinha em casa um VHS com "O Exterminador do Futuro 2" gravado da televisão e muito provavelmente este é um dos filmes a que eu mais assisti na vida.
Eu via até o fim, rebobinava a fita e via de novo. Se minha mãe deixasse, passava horas diante da TV assistindo ao exterminador T-800 protegendo John Connor enquanto eram caçado pelo T-1000, o terrível, moderno e praticamente invencível robô de metal líquido.
Depois de afogar as minhas esperanças no terceiro filme da série, o terrível "Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas" — o primeiro sem a participação de James Cameron (de "Titanic") na direção —, as coisas pareciam estar voltando ao trilho em "Exterminador do Futuro: A Salvação". Longe de ser um filme ideal, o quarto episódio da série conseguia retornar a mistura exata de ação com um drama e finalmente nos apresentava ao mundo distópico em que John Connor era a nossa única esperança.
Então, sem muitas expectativas, mas de peito aberto, fui ao cinema acompanhar "O Exterminador do Futuro: Gênesis", quinto episódio da franquia e que prometia ser uma continuação com cara de reboot da série. A ideia básica era a de uma outra linha do tempo que começa a ser trilhada logo antes dos eventos ocorridos no primeiro filme, quando as máquinas mandam um exterminador para o passado para matar Sarah Connor e os humanos enviam um soldado para protegê-la.
Assim, a primeira parte da película vai encaixando as coisas dentro da história, como se contasse os bastidores de tudo o que aconteceu até a chegada de Kyle Reese, o soldado da resistência enviado ao passado, em 1984. É aí que as coisas começam a desandar um pouco. Sem conseguir resgatar aquele ar pesado de um futuro tenso, uma dinâmica de insanidade e desespero em seus personagens, aquela coisa profética e louca vista nos dois primeiros filmes da série, "Gênesis" se perde um pouco quando começa a ser diferente dos demais.
As cenas de ação são obviamente muito bem construídas, mas beiram o exagero — como uma improvável perseguição de helicópteros. O desfecho do filme é, também, um tanto frustrante, pendendo para a obviedade do melodrama romântico.
De bom, destaca-se o uso da computação gráfica para recriar um Arnold Scharwzenegger jovem. Além disso, algumas explicações, que faltaram nos demais filmes, também explicam os motivos pelos quais o robô interpretado pelo ex-fisiculturista envelhece, já que é um robô. Além disso, as pitadas de humor são bem colocadas e ajudam a deixar o filme pouco maçante. A sensação geral, porém, é de que o filme se perde a partir de determinado momento, deixando uma série de pontas soltas.
Enfim, a proposta do filme não é desprezível — muito pelo contrário, a trama faz bastante sentido diante da existência de viagens no tempo e de uma guerra que vai se construindo justamente a medida em que humanos e máquinas tentam evitá-la. Porém, o diretor Alan Taylor (de "Thor: O Mundo Sombrio") pode não ter sido a escolha ideal para extrair o melhor do roteiro escrito por Laeta Kalogridis e Patrick Lussier. Apesar de divertido, "O Exterminador do Futuro: Gênesis" passa longe de ser um filme memorável.
Nova missão. Novo destino