Crítica do filme Gigantes de Aço

Robôs mais convincentes que humanos

por
Fábio Jordan

03 de Novembro de 2011
Fonte da imagem: Divulgação/
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 4 min

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A história de "Gigantes de Aço" se passa num futuro próximo, repleto de robôs lutadores, consoles de próxima geração (aparece até propaganda do Xbox 720) e máquinas mais avançadas. Apesar de ser notável a ambientação futurista, o filme não ousa apelar para veículos voadores ou tecnologias mirabolantes – ponto positivo para o diretor e o roteirista.

Nesse futuro não muito distante, vemos Wolverine Hugh Jackman no papel do pugilista decadente Charlie Kenton. O lutador viu sua carreira acabada quando robôs assumiram o esporte que ele praticava. Mas, para não abandonar sua vida, Charlie acaba se tornando um promotor de lutas, conseguindo robôs para lutar em campeonatos falidos.

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Não bastasse as condições em que vive, Charlie é atormentado por seu passado, o que inclui problemas com outros pugilistas e o reencontro com o filho, Max (interpretado por Dakota Goyo), que abandonou há anos. Apesar de relutante, o ex-lutador acaba ficando com o filho e montando uma equipe para arrasar nas batalhas de robôs.

No começo, eles usam um robô de alto valor, adquirido com uma grana que Charlie obteve ao negociar a custódia do filho com a tia de Max. Sem sucesso logo no primeiro combate, os dois acabam indo para o lixo procurar um novo robô. Por um acaso do destino, Max encontra Atom, um robô de treino que porventura acaba sendo o grande destaque do filme.

Durante essa história bem simples e clichê, vemos diversos robôs de alta qualidade gráfica lutando e arrasando nos efeitos especiais. Nesse quesito, Gigantes de Aço impressiona e deixa o público de queixo caído. Atom, apesar de simples, impressiona com a capacidade de dançar e ser um robô capaz de aguentar muita porrada – característica notável em poucos minutos e que praticamente revela o que acontecerá no fim do filme.

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Ao fundo, notamos a preocupação em usar uma trilha sonora empolgante para dar ânimo ao filme. Nas faixas de áudio, há grande presença de Eminem, músicas eletrônicas e outros sons de rap. Aqui também vale um destaque, pois a sonoridade do filme ficou muito interessante, apesar de que algumas cenas deixam claro que o diretor quis transformar Max em Justin Bieber de 11 anos.

O problema do filme, no entanto, está nos humanos, que não conseguem acompanhar o ritmo futurista e ficam presos a idiotices. Charlie, por exemplo, é um cara babaca, todo machão e que adora fingir não dar bola para ninguém. Ou seja, ele é o personagem perfeito (leia manjado) para dar o clima de emoção quando o filme chega ao ponto em que tudo virou uma bagunça e o cara tem de ceder ao lado humano para demonstrar um pouco de amor.

Max agrada durante boa parte do filme, mas a ideia de fazer o garoto se parecer demais com Charlie fica muito forçada. Os demais personagens humanos também não ganham muito destaque, apesar de que Bailey (Evangeline Lilly de Lost) até consegue agradar um pouco – e não digo apenas porque ela é bonita e graciosa, mas porque sua atuação é razoável.

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Enfim, "Gigantes de Aço" pode não ser um filme fantástico, porém é muito bem feito, deixando pouco a desejar. Quanto aos robôs, o filme arrasa a trilogia porcaria dos Transformers, pois não exagera nos efeitos de explosões, mas consegue causar mais ansiedade e emoção durante as batalhas. Assim, se você está lendo essa crítica enquanto o filme está nos cinemas, recomendo que o veja nas telonas, pois vale muito a pena.

Fonte das imagens: Divulgação/