Crítica do filme Hoje Eu Quero Voltar Sozinho

Paixão cega sem preconceitos

por
Thiago Moura

08 de Abril de 2014
Fonte da imagem: Divulgação/
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 3 min

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Dirigido e escrito por Daniel Ribeiro, o filme conta a história de Leonardo (Ghilherme Lobo), um adolescente cego que, como qualquer adolescente, está em busca de seu lugar. Desejando ser mais independente, ele precisa lidar com suas limitações e a superproteção de sua mãe. Para decepção de sua inseparável melhor amiga, Giovana (Tess Amorim), ele planeja libertar-se de seu cotidiano fazendo uma viagem de intercâmbio. Porém a chegada de Gabriel (Fabio Audi), um novo aluno na escola, desperta sentimentos até então desconhecidos em Leonardo, fazendo-o redescobrir sua maneira de ver o mundo.

A história foi baseada no curta “Eu Não Quero Voltar Sozinho" de 2011 (curta que está logo abaixo). Todos os pontos principais e a essência da história estão aí, então se você não quer spoilers do filme, é melhor assistir ao curta depois.

Entretanto, o longa desenvolve mais a relação de Leo com sua família, além dos conflitos e dramas que todo adolescente comum passa, desde dar o primeiro beijo até brigar com seu melhor amigo por uma besteira qualquer.

"Hoje Eu Quero Voltar Sozinho" foge do clichê de filme adolescente apaixonado, buscando mostrar situações cotidianas da forma como elas são. Leo é constantemente atormentado por seus colegas de sala, simplesmente por ser cego. Por mais que isso o incomode ele não se deixa abalar por esse tipo de coisa, tentando seguir sua vida normalmente.

E Giovana só queria viver um grande drama ou conhecer um grande amor. Desde o começo fica claro que ela é apaixonada por Leo, mas ele não consegue vê-la (ops, desculpem) de outra forma além de amiga. Quando Gabriel chega, tudo parece culminar em sua direção. Ele é bonito e simpático, e logo vira amigo dos dois. 

No decorrer da história, Leonardo acaba se apaixonando por Gabriel. Mas não de uma forma escancarada e direta. Enquanto passam suas tardes juntos, tudo acontece naturalmente, e a eterna insegurança de todo adolescente está presente também. A abordagem do assunto foi muito bem tratada, mostrando uma paixão adolescente como qualquer outra.

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Será que ele também gosta de mim?

O filme não chega a ser excelente, mas é uma produção muito boa. O clima de curta-metragem ainda está presente, mas a evolução visual é muito visível. Todas as cenas são muito bem pensadas, com alguns ângulos incomuns, mudança de planos utilizando o foco bem aplicado e uma iluminação perfeita.

Destaque também para a trilha sonora, que vai desde Tchaikovsky e Bach até Belle & Sebastian e Marcelo Camelo, tudo colaborando para um clima descontraído e agradável.

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Algumas falas e momentos soam artificiais e podem cansar um pouco, mas no geral o filme é bem agradável, mesmo se você achar que a temática não faz o seu estilo.

Fonte das imagens: Divulgação/
Thiago Moura

Curto as parada massa.