Crítica do filme Homens em Fúria

Os mistérios de um prisioneiro louco

por
Fábio Jordan

21 de Setembro de 2011
Fonte da imagem: Divulgação/
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 3 min

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Quando falamos de um filme com Robert De Niro e Edward Norton no elenco, fica difícil imaginar um resultado fraco – afinal, um já ganhou estatueta e outro foi indicado. E não nos enganamos ao julgar esse longa apenas pelos atores, pois a película consegue surpreender em diversos aspectos.

Em Homens em Fúrias temos Edward Norton no papel de um detento, que utiliza o apelido Stone (por sinal, esse é o nome do filme original). De Niro é o agente da condicional Jack que interage com Stone para averiguar se o sujeito está em condições de ser liberado. Entra na trama ainda Milla Juvovich, a qual interpreta Lucetta, a mulher de Stone.

Stone está tentando sair da prisão antes do tempo previsto, pois teve bom comportamento é já cumpriu quase todo o tempo que lhe foi determinado. Jack está quase se aposentando, mas assume Stone como o último caso de sua carreira. Lucetta entra na história para ajudar Stone. Ela mantém contato com o agente da condicional, fazendo o que pode (acho que dá para entender o que ela faz, né?) para convencer o oficial de que Stone merece sair da prisão.

Aqui vale um parêntese para elogiar as ótimas atuações dos três protagonistas. Norton interpreta muito bem o detento, tanto que não é possível saber qual é o plano dele durante o filme. Ele fala sério, mas ao mesmo tempo parece ser louco. Aos poucos começa a divagar sobre alguns assuntos, de modo que o espectador não sabe quais ideias passam na cabeça de Stone.

De Niro não tem um papel muito marcante, mas ao menos não faz feio e mostra que a participação nesse filme é para quebrar a sequência de longas que vinha fazendo. Milla Juvovich ganha muito destaque na película, mostrando algo que raramente vemos em outros filmes dela, ou seja, boa atuação e nudez (não podia faltar, afinal, está na moda).

Durante a história, fica claro que o filme vem mais para confundir do que esclarecer os pormenores. Stone começa a falar sobre religião, meditar sobre a eternidade e até se comportar de forma esquisita – ou seja, ele é um grande mistério. Jack fica cada vez mais confuso, duvidando sobre o que acredita, fugindo do casamento e quase surtando com as atitudes de Stone e de Lucetta.

E o melhor está justamente nisso. O filme tem uma conclusão bem diferente do que muitos imaginam. Para alguns pode ser genial (assim como foi para mim), para outros pode ser ruim, pois o longa deixa muitas coisas desatadas. Outro grande destaque, notável durante toda a película, é a trilha sonora. Músicas de peso (para aumentar a tensão e causar um sentimento de dúvida no público) sempre tocando ao fundo e barulhos incômodos são os diferenciais.

Para concluir, não posso deixar de comentar sobre os focos em objetos distintos. Durante o filme, vemos que o diretor gosta de dar ênfase aos mínimos detalhes. Cenas em que um inseto é focado, que a lua entra em questão ou até mesmo quando duas situações são combinadas, tornam o filme bem interessante. No geral, o filme me agradou muito, deixando pouco a desejar. Recomendo a todos que gostem de ver algo que fuja do clichê.

Fonte das imagens: Divulgação/