Crítica do filme Horas de Desespero

Desespero até demais

por
Douglas Ciriaco

10 de Outubro de 2015
Fonte da imagem: Divulgação/
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 3 min

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Quando vi o trailer de “Horas de Desespero” não tive a menor vontade de ver o filme. O plot já indicava uma série de erros: uma família estadunidense chegando a um país oriental e ficando presa em meio a uma revolta popular que matou o primeiro-ministro e começou a caçar estrangeiros.

E são grandes as chances de isso dar errado, especialmente quando se trata de um filme comercial, de grande orçamento, sem nenhuma proposta de denúncia ou sátira e por aí vai. No geral, o filme é tudo tem muito disso, expressando em alguns momentos o desleixo e a ignorância com que se olha para o lado de lá do mundo — mas isso não é novidade na indústria cinematográfica norte-americana.

De forma resumida, dá para dizer que “Horas de Desespero” não empolga. Na telona, vemos Jack Dwyer (Owen Wilson) chegando a um “país oriental” (não fica claro qual o país, porém, como no filme fica claro que ele faz fronteira com o Vietnã, presumimos que seja Camboja ou Laos) como um dos representantes de uma companhia dos EUA prestes a iniciar uma grande obra hídrica na região.

Horas de Desespero

Mais inocente do que calouro de pré-escola, Dwyer chega ao país todo pimpão, achando que as ações de sua empresa visavam apenas melhorar a vida dos moradores do país. Contudo, ele é surpreendido por uma enorme e violenta revolta popular, que rompe com a constitucionalidade no país, deixando-os isolados do mundo, sem comunicação e sem perspectiva de que pudessem sobreviver.

O filme não pretende ser um thriller político, então não dá para dizer que ele erra na medida da tensão. O fato é que em todo o tempo diante da tela você está em uma espécie de montanha-russa de ansiedade — apesar de sempre ficar claro que tudo vai dar certo, não importando a sequência de absurdos encontrados para escapar de uma determinaada situação, tudo sempre repleto de clichês.

Horas de Desespero

Típico filme de domingo à noite, “Horas de Desespero” parece uma evolução daqueles filmes de ação desenfreada dos anos 80 e 90, porém sem um protagonista com vocação de herói. O herói, aqui, é Hammond (Pierce Brosnan), um agente britânico que chega ao país junto com a família Dwyer e aparece para resolver algumas tretas quando eles mais precisam.

Enfim, o filme simula “horas de desespero”, mas nunca deixa em dúvida qual será o destino de tudo. Além disso, exala um pouco de relaxo e preconceito em relação à organização política de países orientais. Fica um destaque especial para algumas piadinhas bem colocadas — e, melhor, sem nenhum teor racista ou xenófobo.

Fonte das imagens: Divulgação/

Horas de Desespero

Confira o trailer deste filme dirigido por John Erick Dowdle

Diretor: John Erick Dowdle
Duração: 103 min
Estreia: 8 / Oct / 2015
Douglas Ciriaco

Cê tá pensando que eu sou lóki, bicho?