Crítica do filme Logan

Wolverine se despedindo em grande estilo

por
Thiago Moura

01 de Março de 2017
Fonte da imagem: Divulgação/20th Century Studios
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 5 min

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Finalmente o tão aguardado filme que todos os fãs de X-Men queriam. "Logan" é repleto de violência, palavrões e um roteiro. Indo totalmente na contramão do fiasco "Wolverine: Imortal", James Mangold se redime ao conseguir transportar para as telonas o verdadeiro espírito de um dos mutantes mais memoráveis de todos os tempos.

Essa é a última aparição de Hugh Jackman como Logan/Wolverine e dói muito saber que quando finalmente acertaram o personagem, é apenas para dizer adeus. Qualquer comparação com os filmes solos anteriores ou X-Men é injusta, pois Logan vai onde nenhum desses filmes tentou chegar.

Com elementos de road movie, faroeste, futuro pós-apocalíptico e uma narrativa cativante, é fácil esquecer que esse é um filme de super-heróis, se é que essa classificação ainda é válida. Mesmo sem saber nada sobre histórias em quadrinhos e odiar esse estilo, ainda é possível desfrutar totalmente o filme, mas essa é uma película dedicada aos fãs.

O bom e velho Logan

A primeira coisa que se nota é o sangue. A visível fragilidade do agora velho Wolverine é chocante, mas não tão chocante quanto assistir as pesadas cenas de lutas, com membros sendo decepados, decapitações e todo tipo de mutilação, exatamente como deveria ser. Porém, nada disso é gratuito, mas sim um ótimo recurso para demonstrar que o até então “Imortal” Wolverine já não é mais o mesmo.

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A história é baseada, nas devidas proporções, no arco de histórias em quadrinhos da Marvel Comics conhecido como “Velho Logan”. O ano é 2029, a Escola para Jovens Superdotados é um sonho que ficou no passado, pois restam pouquíssimos mutantes no mundo e há muito tempo ninguém com o gene X nasce. Além disso, a água tornou-se escassa e o mundo agora é praticamente um deserto.

Nesse cenário desanimador, Logan (Hugh Jackman) trabalha como motorista de limusine, mantendo em seus cuidados o Professor Charles Xavier (Patrick Stewart), que agora sofre de demência e convulsões. Vivendo em condições bem precárias, contam também com a ajuda do mutante albino Caliban (Stephen Merchant), cuja habilidade de rastrear mutantes é uma fraca esperança nesse mundo dizimado. Charles sofre os efeitos da idade avançada, e precisa de medicação constante para evitar que tenha convulsões, ao mesmo tempo que suprime seu poder de telepata.

A chegada de uma menina aparentemente muda chamada Laura (Dafne Keen) complica um pouco mais a vida de Logan, por ser parecida até demais com o famoso Wolverine. Laura é sem dúvida um dos pontos altos do filme, mesmo aparentando ser apenas mais uma menina esquisita, é fácil se sentir cativado por ela. Sem spoilers, ela detona tanto quanto Wolverine, e estamos falando de um filme com classificação indicativa de 18 anos, então pode esperar MUITO sangue.

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Mesmo relutando em aceitar sua conexão com Laura, Logan parte em uma viagem junto com Xavier para levar a garota até um lugar seguro. Enquanto isso Donald Pierce (Boyd Holbrook), um ciborgue contratado por uma organização chamada Transigen, está no rastro de Laura e possui um bando de capangas preparados para isso.

Uma despedida digna

Sem dúvida essa é o melhor filme, com uma adaptação fiel e que promete agradar até os fãs mais chatos. Mas é claro que o filme está longe de ser perfeito. Logan consegue mostrar o Wolverine que todos os fãs sempre quiseram, apesar de não usar o famoso uniforme amarelo, algo que seria totalmente descabido no tom maduro que o filme se propõe. A forma como Logan se comporta, seu egoísmo e fúria descontrolada são as bases do personagem, e tudo isso está presente da melhor forma possível.

Os elogios se extendem ao Professor X, cuja figura paterna e sabedoria servem extremamente bem a história e Laura, 
que rouba a cena em todos os momentos, mesmo sem falar nada. Esse parece realmente o começo de uma carreira brilhante para Dafne Keen, e ouse dizer que se o manto do Wolverine precisar ser passado para alguém, estaria em ótimas mãos.

Entretanto, é preciso apontar que os vilões continuam sem graça. Mesmo que Will Boyd Holbrook tenha dado um charme especial a Donald Pierce, não existe uma preocupação real a essa ameaça, apenas um mero contra-tempo, mesmo com a adição de um personagem surpresa para dificultar tudo, a solução para isso estava presente desde os primeiros momentos.

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Nada disso diminiu a glória do primeiro e último filme bom do Wolverine. Sem dúvida essa é a melhor adaptação até agora, e a velha briga entre bandidos e mocinhos é ofuscada para dar lugar a uma excelente jornada. Esperamos que o alto nível seja mantido daqui pra frente, agora que os estúdios finalmente entenderam como agradar os fãs. Por fim, vale comentar que não há uma cena pós-crédito, algo que virou tradição em filmes de super-heróis. Apenas mais uma forma de dizer adeus ao canadense mais ranzinza de todos os tempos, então aproveite!

Fonte das imagens: Divulgação/20th Century Studios

Logan

O futuro é incerto, mas há esperança

Diretor: James Mangold
Estreia: 2 / Mar / 2017
Thiago Moura

Curto as parada massa.