Crítica do filme O Doador de Memórias

Uma bela fotografia em um filme mediano

por
Thiago Moura

04 de Setembro de 2014
Fonte da imagem: Divulgação/
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 4 min

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Primeiramente é preciso entender que esse é mais um dos milhões de filmes adaptados de um livro que vendeu muito e agora as livrarias usam o pôster do filme na capa. “O Doador de Memórias” é a primeira parte de uma quadrilogia escrita por Lois Lowry, mas essa adaptação engloba um pedaço do segundo livro. Além de ser um drama de ficção científica, é para adolescentes. Sem querer generalizar, mas com isso já é possível formar uma ideia do que esperar. 

O Doador de Memórias (no original, The Giver), conta com a direção de Phillip Noyce, e um elenco de astros como Meryl Streep e Jeff Bridges, e iniciantes que não decepcionam como Brenton Thwaites e Odeya Rush (essa Mila Kunis israelense melhorada geneticamente ), e Taylor Swift, mas felizmente ela aparece pouco. 

A sinopse é mais ou menos essa: Em um mundo perfeito, onde não há mais guerras, racismo, tristezas ou doenças, todos são membros de uma comunidade e são encarregados de uma função específica, que é decidida pelos anciãos quando o cidadão chega aos 16 anos de idade.

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Jonas (Brenton Thwaites) é selecionado para ser o novo Receptor de Memórias da sua comunidade, uma pessoa que tem a missão de guardar todas as memórias indesejáveis do passado e tristezas dos habitantes. Contudo, Jonas acaba por descobrir que algo ocorreu no passado para que o mundo se tornasse essa falsa utopia, e uma verdadeira distopia. E obviamente ele não se conforma com isso, e vai fazer o necessário para fazer tudo voltar a ser como deveria.

A estética do filme é marcante, pois no começo tudo é em preto e branco, e todo mundo é mais ou menos parecido, porque se não fosse talvez o seu vizinho ficasse com inveja, e inveja é ruim. Todos seguem uma rotina, mas a felicidade é plena. Quando Jonas passa a receber o treinamento do Doador, o único que ainda tem memórias de como o mundo realmente é, ele começa a se “lembrar” das cores. 

A primeira cor que ele “lembra” é o vermelho, que por sinal é a cor dos cabelos da sua amiga Fiona (Odeya Rush), e por quem ele vai acabar se apaixonando assim que “lembrar” o que é o amor. Então o filme começa a ter tons avermelhados, além do preto e branco, e progressivamente vai ganhando todas as cores. É como se o filme fosse mostrado pelos olhos de Jonas. As memórias que ele recebe são sempre sequências lindas e imersivas, capazes de convencer que foi você quem vivenciou aquilo.
 

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Porém, o filme acaba perdendo esse ritmo envolvente. Parece que quanto mais as emoções e percepções se tornam claras para Jonas, menos interessante as coisas ficam. Além disso, em um mundo com câmeras em todos os lugares, regras conhecidas e praticadas por todas diariamente, uma ordem imposta a todos e cumprida com satisfação, e mesmo assim quase todos os personagens vão contra as regras, e ninguém faz nada para impedi-los até a parte final do filme. 

E por falar em final, ele é totalmente anticlimático, talvez por acabar onde o segundo livro está começando. Acontece que depois da metade do filme, fica tudo muito óbvio e você simplesmente vai parar de se importar. A trilha sonora é composta por diversas canções pop, com bandas como One Direction, mas essas músicas não combinam com o estilo do filme, apenas são “jovens”. 

As ideias propostas são muito interessantes, mas o filme acaba sendo óbvio e superficial. Se você for um fã dos livros vai querer conferir como eles estragaram uma história que você gostou ficou a adaptação.

Fonte das imagens: Divulgação/
Thiago Moura

Curto as parada massa.