Crítica Para Sempre Alice

Borboletas não vivem muito, mas tem uma vida linda

por
Thiago Moura

06 de Março de 2015
Fonte da imagem: Divulgação/
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 3 min

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É importante prestar atenção nos detalhes, nas coisas pequenas e simples. Todo mundo sabe o quanto é desafiador descobrir quem você é, o que você gosta, o que você ainda quer fazer, todas as experiências que você já teve, tanto as boas quanto as ruins. Entre outros fatores, esse conjunto de coisas forma o que costumamos chamar de personalidade. Agora imagine ter isso tirado de você?

A doença de Alzheimer provoca deterioração progressiva das funções cerebrais, como perda de memória, da linguagem, da razão e da habilidade de cuidar de si próprio. Coisas simples, como se vestir de manhã e amarrar seu sapato se tornam uma tarefa quase impossível, e por isso a doença afeta não só o hospedeiro, mas principalmente todos ao seu redor.

Alice (Julianne Moore) é uma renomada psicóloga, especialista em aquisição de linguagem, professora da Universidade de Harvard, que descobre aos 50 anos sofrer precocemente do Mal de Alzheimer. De todos os males que a doença provoca, Alice se preocupa apenas em continuar sendo ela mesmo, e essa é a mais difícil luta que alguém pode travar.

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Não por acaso Julianne Moore venceu o Oscar de melhor atriz, porque ela é simplesmente sensacional! Mesmo tendo 54 anos, continua linda sem disfarçar a idade e com muito talento. Provavelmente são os detalhes que fazem a diferença, como o jeito que ela olha pro nada quando esquece alguma coisa. E sempre sorri.

Alice é casada com John Howland (Alec Baldwin) com quem teve três filhos: Anna (Kate Bosworth), Tom (Hunter Parrish) e Lydia (Kristen Stewart), mas apesar de adorável, essa família também tem seus dramas como qualquer outra. A filha caçula Lydia tem um destaque a mais, e por mais irônico que pareça, ela é estudante de teatro, algo que a mãe desaprova imensamente. Mas para ser justo, Kristen Stewart melhorou muito sua interpretação desde Crepúsculo. Deve ser influência da "mãe".

Por mais que a gente torça para que Alice melhore e fique bem, não existem esperanças aqui. Um assunto delicado como essa doença é muito difícil de ser retratado de forma respeitosa e decente, mas Juliane Moore e todo o elenco de apoio conseguem passar todo o processo de uma forma muito intimista. A atmosfera da casa, as músicas levemente melancólicas, as cores que vão se apagando lentamente. Definitivamente os detalhes fazem toda diferença.

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Adaptado do romance de Lisa Genova “Para Sempre Alice” (Ediouro), esse filme é muito mais do que o retrato de uma terrível doença, é sobre não passar a vida toda trabalhando e aproveitar os momentos junto de quem você gosta, sobre estar presente nos momentos importantes e sobre prestar atenção nos detalhes. E por mais clichê que isso tudo possa parecer, perceba que é verdade.

Sabe sobre o que esse filme trata? Sobre amor.

Fonte das imagens: Divulgação/

Para Sempre Alice

Uma história inesquecível

Diretor: Richard Glatzer, Wash Westmoreland
Duração: 101 min
Estreia: 12 / Mar / 2015
Thiago Moura

Curto as parada massa.