Crítica do Filme Vingadores : Era de Ultron

Nem tão livre de amarras assim

por
Thiago Moura

24 de Abril de 2015
Fonte da imagem: Divulgação/
Tema 🌞 🌚
Tempo 🕐 6 min

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Atenção, alguns spoilers leves aparecem no texto.

Desde que eu vi o primeiro teaser trailer do filme "Vingadores: Era de Ultron" fiquei muito empolgado com o filme, assisti várias e várias vezes por dia, e eu não costumo assistir trailers, especialmente de filmes que eu quero ver. De qualquer forma, muitos elementos que eu adoro estavam presentes, então minhas expectativas eram MUITO altas.

"Era de Ultron" é melhor que o primeiro filme? Não, é a mesma história com alguns personagens a mais. Eles são incríveis, cada um com sua personalidade e habilidades únicas, aí resolvem se juntar, começam a brigar por um motivo qualquer, mas resolvem suas diferenças para vencer o vilão que quer destruir o mundo e tem várias cópias idênticas que morrem com um golpe só. Mas estou sendo superficial.

O filme já começa com uma cena de luta alucinante, e todos os personagens que nem são tão legais assim sozinhos, se mostram uma equipe perfeita, com golpes em conjunto e estratégia sincronizada. Todas as batalhas do filme são incríveis, e detalhes que os chatos reclamaram no primeiro filme, como o fato deles não terem um comunicador e mesmo assim colocarem a mão na orelha pra falar, foram corrigidos. E todo mundo tem um uniforme maneiro. Todo mundo!

A primeira sequência é uma continuação direta de Capitão América 2: O Soldado Invernal, especialmente da cena pós-créditos em que os gêmeos "Aprimorados" aparecem pela primeira vez. Wanda e Pietro Maxximoff, também conhecidos como Feiticeira Escarlate e Mercúrio, são o resultado dos experimentos do Barão von Strucker's na base da secreta da Hydra, utilizando o Cetro de Loki, que por acaso contém a Jóia do Infinito - Mente. Apenas quatro jóias foram encontradas - Space Stone (Tesseract - Vingadores), Mind Stone (Cajado do Loki), Reality Stone (Aether - Thor 2), Power Stone (Orb - Guardiôes da Galáxia).

E após essa cena comecei a perceber que o filme é repleto de lacunas que precisam ser preenchidas pelo expectador, e dessa forma tornar tudo interessante. A quantidade de coisa que acontece enquanto não estamos olhando é incrível. Sério, Bruce Banner e Tony Stark conseguiram criar uma inteligência artificial capaz de evoluir e ter emoções em três dias! É muita mágica e tecnologia! E dessa forma que nasceu o famoso Ultron que empresta o nome ao título.

Mas detalhes a parte, quem é Dra. Helen Cho? Qual é a dessa Veronica? E a Friday, que tava guardada na gaveta e não tem metade do charme do JARVIS? São essas coisas pequenas que passam rápido e quase despercebidas, mas a gente perdoa pelo bom andamento da história.

E por falar nisso, o fato de ter muita gente especial, única e com habilidades incríveis faz com que ninguém consiga se destacar. Temos pequenos momentos épicos, como o esperado confronto Homem de Ferro Hulbuster contra o Hulk, mas nem todos são tão marcantes.

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Existe um grande espaço para desenvolvimento dos personagens, sobretudo os que não tiveram um filme solo. Descobrimos muito sobre o passado da Viúva Negra e do Gavião Arqueiro, que acaba se destacando por ser normal em relação a tantos seres estranhos. Podemos notar um começo de desavença entre Steve Rogers e Tony Stark, o que vai invariavelmente levar à aguardada Guerra Civil.

Os gêmeos não aparecem o suficiente para se destacar, principalmente Mercúrio. A Feiticeira Escarlate tem um papel mais significativo (<3), e apesar de Elizabeth Olsen ser o amor da minha vida, o sotaque de Sokovia (cidade européia fictícia onde eles nasceram e tem um papel importante na trama) ficou mais estranho que seus poderes. Por outro lado, Visão aparece apenas para dar um gosto de quem ele é, mas já é bem impressionante.

Ultron tem a personalidade orgulhosa e irônica de Tony Stark, assim como a raiva contida de Bruce Banner. Mas ele representa o lado sombrio e negativo dos dois, agindo com um humor negro e explosões de raiva sem motivos muito relevantes. A voz de James Spadder é assutadora demais, é impossível não se sentir incomodado enquanto Ultron fala, e esse foi um dos aspectos que me chamaram atenção logo de cara.

Por outro lado, Visão é a parte boazinha dos dois, mesmo sendo criado por Ultron, ele acaba representando uma inocência e pureza de uma criança, só que com a seriedade de um adulto muito sábio. Essa dualidade tão presente nos quadrinhos não fica totalmente explícita, mas é bem fácil de ser notada.

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O filme todo é recheado de prévias do que ainda está por vir, cada personagem tendo um subtexto que serve ou para concluir tudo que já aconteceu, ou para começar a nova fase, que promete ser tão boa ou melhor do que essa.

SPOILER ENORME A FRENTE! SE NÃO QUER SABER PULE PRO PRÓXIMO PARÁGRAFO!!!

O final do filme mostra a reunião dos Novos Vingadores, com Capitão América e Viúva Negra liderando Máquina de Combate, Falcão, Feiticeira Escarlate e Visão. Nem se comparam aos originais, mas pelo menos dão uma renovada nessa história toda, e assim como começa emendado em um filme anterior, termina com a frase de efeito dos quadrinhos, dando a impressão que será continuada nos próximos filmes.

Vingadores: A Era de Ulton, é um excelente filme que encerra essa magnífica era para os fãs da Marvel, e que vai te deixar querendo que a nova fase comece logo! A maior decepção sem dúvida foi a cena pós crédito que não existiu, e a do meio dos créditos que não fez tanta diferença. O filme diverte e é tão bom quanto o esperado, mas para mim duas horas e alguns minutos não foram o suficiente. Espero que os próximos possam compensar minha espera.

Fonte das imagens: Divulgação/

Vingadores: Era de Ultron

Não há cordas em mim...

Diretor: Joss Whedon
Duração: 142 min
Estreia: 30 / Abr / 2015
Thiago Moura

Curto as parada massa.